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04/03/2009 - 09:53

Piscicultura gera alimento e renda para famílias do Sul


Agricultores familiares passaram a ter na criação de peixes uma oportunidade de geração de renda e de mais proteína para a alimentação de suas famílias. Eles fazem parte de um grupo de quase mil pessoas beneficiadas pelo Projeto de Desenvolvimento da Piscicultura na Região Sul, empreendido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e de Combate à Fome (MDS), pelo governo fluminense, por meio da Emater-Rio, pelo Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração (Consad) e mais 18 prefeituras da região Sul fluminense.

O projeto, financiado pelo MDS, visa beneficiar principalmente pequenos produtores rurais carentes e em condições de vulnerabilidade social. A seleção das famílias foi feita por uma comissão executiva, em parceria com a Emater-Rio e as secretarias municipais de Agricultura e Assistência Social, obedecendo ao perfil sócio-econômico proposto no projeto. Após seleção criteriosa, os técnicos da Emater-Rio iniciaram visitas às propriedades identificadas, verificando a viabilidade técnica para a abertura de tanques e criação dos peixes. Tudo com base em encaminhamentos feitos pelas secretarias de Desenvolvimento Social dos municípios beneficiados.

Foram escavados tanques para viveiros nos municípios de Areal, Sapucaia, Três Rios, Paraíba do Sul, Vassouras, Valença, Rio das Flores, Levy Gasparian, Paulo de Frontin, Miguel Pereira, Paty do Alferes, Barra do Piraí, Piraí, Mendes, Rio Claro, Paracambi, Japeri e Pinheiral. Segundo técnicos da Emater-Rio, são, ao todo, 133 tanques que englobam uma área de 40.663 metros quadrados. O trabalho de escavação dessas estruturas ficou pronto no final de dezembro passado e, em muitos dos viveiros, os resultados já começaram a aparecer. Mais precisamente, nos implantados nos municípios de Três Rios, Sapucaia e parte de Areal.

- O projeto superou as expectativas iniciais, que apontavam para a construção de 126 viveiros. Foram construídos 133 tanques, onde serão criadas tilápias, peixe que se ambienta muito bem na região. Além da assistência técnica para implantação dos projetos, os pequenos produtores receberam treinamento para filetagem, comercialização e para a utilização do pescado na própria alimentação, como fonte de proteína de baixo custo. A tilápia é um peixe rústico e de fácil aceitação, que tem um sabor bem característico.

-Nossos extensionistas fazem o acompanhamento técnico em todo o processo - explica o supervisor do projeto, Adão Luiz Bernardo Dias, responsável pela escavação dos tanques.

Ele descreve que a água utilizada nos tanques é captada diretamente de córregos e nascentes. Em Levy Gasparian, a água que abastece os seis tanques para piscicultura está sendo captada de uma nascente localizada 500 metros acima de onde estão os viveiros e transportada por meio de tubulação. Cada tanque tem sua tubulação de abastecimento individualizado, bem como a drenagem. A renovação da água é constante. Depois que os alevinos são doados, o tipo de ração para alimentar os peixes fica a critério dos produtores rurais atendidos, cujos gastos variam de pouco mais de R$ 80 até R$ 200 mensais. Uns utilizam o plâncton, outros fornecem ração uma vez ao dia, enquanto os que têm mais possibilidade usam ração duas vezes ao dia. A engorda, de acordo com os técnicos, varia com o tipo e a quantidade de ração.

Viúva e mãe de três filhos, Maria Aparecida Araújo Gonçalves cuida, junto com o companheiro Antônio José da Silva, de um tanque com quase 300 metros quadrados na localidade de Grama, em Sapucaia, onde são criadas principalmente Tilápias. Ela vive há 15 anos no pequeno sítio e mal conseguia sobreviver com a pensão de um salário mínimo que recebe do INSS.

-Agora a coisa começou a melhorar, porque a gente vem tirando o sustento do tanque. E já estou pensando em vender os peixes para aumentar a renda - conta Maria.

Segundo Adão Dias, um tanque de 300 metros quadrados pode sustentar três famílias de produtores rurais, durante o ano inteiro. O tipo de peixe mantido pelo projeto é a Tilápia-do-Nilo (espécie Orechronus), muito rústico e de carne saborosa, que aceita bem rações artificiais. Com entre seis e oito meses de cultivo, ele pode pesar de 400 a 600 gramas, quando está pronto para o abate. O tanque pode ter até 1.500 peixes.

A maior parte das famílias atendidas pelo projeto do Rio Sul Consad participa do Programa Bolsa-Família, do governo federal, estando cadastradas nas secretarias de Ação Social dos municípios. Se depender do secretário estadual de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, Christino Áureo, o projeto poderá ser levado para outros municípios.

- O secretário quer levar o projeto adiante e, para isso, estamos efetivando entendimentos como o Ministério do Desenvolvimento Social. Háinteresse nosso na sua ampliação e em dar oportunidade a outros municípios. Esse projeto é importante no sentido de que ele proporciona uma complementação alimentar rica em proteínas para uma população que vive em dificuldade. E, claro, o excedente pode ser vendido, melhorando a renda do produtor beneficiado - completa o presidente da Emater-Rio, Justino Antonio da Silva.| . Por Ascom/SEAPPA

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