Enquanto Seleção Feminina de Rugby disputa Mundial em Dubai, garotas de São José dos Campos (SP) torcem e sonham em chegar lá

Meninas integram o projeto Rugby Social, desenvolvido em parceria do São José Rugby com a NovaDutra, e que usa o esporte como ferramenta de inclusão e promoção social.

A Seleção Brasileira Feminina de Rugby está disputando a Copa do Mundo de Rugby Sevens, em Dubai, nos Emirados Árabes, na primeira participação do Brasil em uma Copa do Mundo. Enquanto isso, do outro lado do mundo, a mais de 12 mil quilômetros de distância, um grupo de meninas está na torcida com a paixão de quem entende do assunto. São as integrantes do Projeto Rugby Social, iniciativa do São José Rugby realizada em parceria com a NovaDutra (Empresa do Grupo CCR), que ensina rugby a jovens da periferia de São José dos Campos (SP).

Edna Santini, de 16 anos, é uma dessas torcedoras especiais. Até porque, chegou a integrar a Seleção na etapa de treinamentos que antecedeu o Mundial. “Tenho ainda muito para desenvolver no rugby e acredito que se continuar neste ritmo, posso ser chamada para as próximas convocações”, diz ela, que começou no esporte por brincadeira, jogando com meninos. “Comecei com um grupo de garotos que jogavam rugby em frente à minha casa, mas depois que entrei para o Projeto me destaquei e hoje jogo melhor que eles”, conta rindo.

Cleice Lopes, de 13 anos, é outra atleta apaixonada pelo esporte. Seus quatro irmãos jogam rugby e, de assisti-los nos jogos, acabou virando jogadora. “Hoje posso dizer que me apaixonei pelo esporte e não consigo pensar minha vida sem o rugby”, conta, lembrando que só uma irmã “escapou” da paixão esportiva. Filha de um pedreiro e uma cozinheira, Cleice diz que, mesmo sem conhecer o esporte, os pais sempre apoiaram e acompanharam os filhos. Hoje, a paixão é tão grande que a menina até sonhou que foi convocada: “No sonho, eu jogava para um grande público e era craque da partida”, lembra rindo. “De repente, pararam o jogo e anunciaram nos alto-falantes que eu havia sido convocada, mas aí eu acordei”, brinca ela.

Outra jogadora é Bruna Vasser, de 17 anos. Ela começou no rugby incentivada por uma amiga e não parou mais. “Foi paixão à primeira partida”, declara. “Vou jogar rugby até quando estiver velhinha, profissionalmente ou não”. Bruna acredita que o rugby é um esporte que incentiva a solidariedade entre os jogadores: “Você joga para a equipe ganhar e não para se sobressair individualmente. É um jogo de equipe e se o grupo não estiver unido e em sintonia, não dá para ganhar”. Bruna, assim como suas colegas do Rugby Social estará atenta aos resultados da Seleção Brasileira na Copa do Mundo: “Vou tentar acompanhar pela TV e se não der vou buscar em sites, afinal, torço muito por elas e quem sabe um dia não seja eu que esteja disputando um Mundial”.

A Copa do Mundo de Rugby Sevens - A Copa do Mundo de Rugby Sevens está sendo disputada na cidade de Dubai, nos Emirados Árabes. É a primeira vez na história do rugby que uma equipe brasileira disputa o torneio. Representantes de 16 países disputam o Mundial, distribuídos em quatro chaves de quatro equipes. Além do Brasil, participam do torneio: Espanha, Canadá, Tailândia, África do Sul, Austrália, China, Estados Unidos, França, Holanda, Inglaterra, Itália, Japão, Nova Zelândia, Rússia e Uganda.

O Rugby Seven a Side ou Sevens - Praticado com as mãos e os pés com uma bola oval, o jogo é uma variação do rugby tradicional (rugby union), mas envolvendo duas equipes de sete jogadores cada, em disputas que duram dois tempos de 7 minutos (nas competições tradicionais, os times têm 15 integrantes cada e disputam em partidas com dois tempos de 40 minutos).

Muito popular na Europa e na Oceania, o Seven a Side ou Sevens, como também é conhecido, conta com uma Copa do Mundo, disputada a cada 4 anos, e com mundiais inter-seleções (Sevens World Series), que ocorrem anualmente.

O projeto Rugby Social - Na cidade de São José dos Campos, situada a cerca de 100 kms da capital paulista, uma parceria entre o São José Rugby Clube (atual pentacampeão brasileiro) e a NovaDutra (empresa do Grupo CCR) mantém um projeto de ensino do rugby a crianças e adolescentes. É o Projeto Rugby Social que oferece iniciação esportiva para cerca de 100 meninos e meninas com idades de 7 e 17 anos, moradores de bairros carentes da cidade. A filosofia da ação é utilizar o esporte como ferramenta de educação e promoção social.

Duas vezes por semana, no início das tardes de segundas e quartas-feiras, transporte especial pega os meninos e meninas em seus bairros de origem e leva para a sede do Clube, onde têm uma hora de aula de ginástica em academia e duas horas de aulas teóricas, fundamentos e prática do rugby. Ao final de cada aula, todos recebem refeição completa e são levados de volta para suas casas.

“Estamos preparando os craques das seleções do amanhã”, diz Ange Guimerá, presidente do São José Rugby Clube. “Mas antes de criar atletas, estamos formando cidadãos responsáveis, felizes e conscientes da importância na sociedade”.

Perfil da NovaDutra: A rodovia Presidente Dutra, com 402,2 quilômetros de extensão, liga as duas regiões metropolitanas mais importantes do País: Rio de Janeiro e São Paulo, abrangendo uma região altamente desenvolvida, que responde por cerca de 50% do PIB brasileiro. A NovaDutra tem 12 anos de existência e foi a primeira grande concessionária de rodovia do País.

Perfil da CCR: A CCR, maior empresa de concessões de rodovias do País e uma das maiores da América Latina, foi criada em 1998 e controla sete concessionárias de rodovias: Ponte S.A. (RJ), NovaDutra (SP-RJ), ViaLagos (RJ), RodoNorte (PR), AutoBan (SP), ViaOeste (SP) e Concessionária RodoAnel (SP). O conjunto de empresas controladas pela CCR é denominado Grupo CCR e suas rodovias somam 1.484 quilômetros.