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07/03/2009 - 10:44

Fórum vê avanço da mulher no mercado de trabalho

Mas há ainda muito por fazer, como a criação de políticas públicas, programas de humanização nas empresas, equiparação dos salários entre homens e mulheres, maior participação dos pais na educação dos filhos e flexibilidade de horário.

São Paulo - Um grupo de mais de 30 mulheres de diferentes etnias, idades e profissões participaram nesta semana (03/03) de um fórum, em São Paulo, realizado pela Organização Gelre, para discutir a posição atual da mulher no mercado de trabalho. “A cada ano que passa, a mulher está ampliando seu espaço, mas ainda falta muito para alcançarmos a igualdade entre homens e mulheres. Para isso, será preciso uma mudança radical de cultura”, afirmou Maria de Fátima e Silva, gerente de Responsabilidade Social da Organização Gelre, onde 90% de seu quadro de colaboradores é composto por mulheres.

Fátima resgatou informações sobre um estudo da Gelre realizado em 2005, em que um dos motivos para o aumento da mão-de-obra feminina no mercado de trabalho foram as crises econômicas do final dos anos 60, quando a mulher precisou ingressar no mercado de trabalho para complementação da renda familiar. “Questões demográficas também foram determinantes para aumento da atividade feminina, pois a redução de fecundidade e a diminuição do tamanho das famílias possibilitaram a recolocação de tempo e trabalho dentro e fora do lar”, acrescentou.

O papel da mulher no trabalho, com a família, na educação dos filhos e qualidade de vida foram alguns dos vários temas analisados pelas mulheres, que resumiram as ações mais imediatas para agilizar a tão esperada mudança de cultura: criação de políticas públicas, programas de humanização nas empresas, equiparação dos salários entre homens e mulheres, maior participação dos pais na educação dos filhos e flexibilidade de horário. “No Brasil, a desigualdade salarial ainda é muito grande entre homens e mulheres. Nosso desafio será conquistar a equidade na remuneração, o desenvolvimento profissional e as oportunidades de ascensão a cargos de chefia”, alertou Eliana Aparecida Francisco, coordenadora de Responsabilidade Social, da Fersol.

Em relação à participação dos pais na educação dos filhos, houve consenso no fato de que geralmente é a mãe quem precisa se ausentar do trabalho para levar os filhos ao médico, aos eventos da escola, às práticas esportivas. “É preciso partilhar direitos e obrigações entre pais e mães. A sociedade impôs à mulher as obrigações com os filhos, mas na Europa e EUA essa questão está bem avançada. No Brasil, a nova geração já dá sinais dessa educação compartilhada”, observou a consultora, Maria Inês Costa Restier, lembrando que, na empresa, os avanços devem partir dos próprios funcionários, que precisam reivindicar e lutar por políticas humanas. “Essas ações também devem ser aprimoradas e negociadas dentro das empresas”, complementou Inês.

Transformação da sociedade - As políticas públicas também devem ser reformuladas. “A mulher possui inteligência, força e alta capacidade de trabalho e quer se realizar profissionalmente, além de participar da transformação da sociedade. Mas falta ainda uma infraestrutura adequada para que ela possa desenvolver sua atividade profissional e os afazeres domésticos, com qualidade de vida”, afirma Lídia Corrêa, da Federação Paulista de Mulheres, sugerindo flexibilidade de horários e criação de creches e lavanderias, entre outros itens.

Hoje, a mulher com deficiência busca realização profissional e independência financeira. “Ela quer se sentir de fato uma cidadã, com os mesmos direitos e deveres. Porém, sua inclusão no mercado de trabalho acontece de forma mais lenta, uma vez que as pessoas com deficiência por muito tempo foram excluídas da sociedade”, lembrou Tânia Jung, psicóloga da Fundação Dorina Nowill para Cegos.

Para Tânia, o maior desafio a ser enfrentado é a conscientização de que a pessoa com deficiência é como as demais, com preferências, habilidades, aptidões, dificuldades, interesses e capacidade produtiva. Lúcia Venâncio, diretora Financeira da loja de bonecas diferenciadas, Preta Pretinha, complementou: “A mulher é muito dinâmica, vai atrás dos seus sonhos e prefere mais apostar do que aguardar. Em busca de sua independência financeira, ela até se esquece de sua vida sentimental”, concluiu.

Segundo o estudo da Gelre, nos últimos 50 anos a taxa da atividade feminina no Brasil cresceu 30%. Outro dado neste sentido refere-se a 2008. Uma recente pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados de São Paulo (Sead) identificou que a presença da mulher no mercado também avançou, experimentando um crescimento de 56,4%. O mesmo resultado positivo, no entanto, não ocorreu com os salários das trabalhadoras, que registraram quedas.

As mulheres representam mais da metade da população brasileira. De acordo com dados do IBGE, a população brasileira, em 2006, era de 187,2 milhões de habitantes. Desse total, 96 milhões eram mulheres. Entre 1996 e 2006, o percentual de mulheres responsáveis pelos domicílios aumentou de 10,3 milhões para 18,5 milhões. Em termos relativos, esse aumento corresponde a uma variação de 79%, enquanto, neste período, o número de homens chefes-de-família aumentou 25%.

Líder e pioneira no seu mercado de atuação, a Gelre é constituída por mais de 100 unidades de atendimento em todo o território nacional. São mais de 2 milhões de currículos em banco de dados, 4,5 mil clientes e 22 mil trabalhadores na folha de pagamento mensal. Desde sua fundação e até final de 2007, a Gelre já empregou mais de 4,5 milhões de pessoas. Na Argentina, a empresa atua desde 1995, com 12 unidades, em diferentes cidades, e administra uma carteira de mais de mil pessoas empregadas.

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