Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

10/03/2009 - 10:32

Na crise, empresas atualizam máquinas

Mercado de retrofiting sustenta faturamento de importadoras que tiveram queda nos pedidos.

Desde o início da crise econômica mundial as empresas que comercializam máquinas sentiram uma forte retração nos pedidos. A oscilação do dólar e a baixa do consumo interno e exportação fizeram o setor quase parar. Algumas companhias do segmento encontraram no mercado de atualização de máquinas já presentes no parque industrial – conhecido como retrofiting – a saída para manter o faturamento.

É o caso da Fagor Automation, empresa que oferece soluções em automação para máquinas. Segundo o sócio gerente Daniel Dias de Carvalho, este sempre foi um mercado estratégico para a companhia. “Começamos atuando em retrofiting, conquistamos a confiança do consumidor e, a partir daí, firmamos parcerias com fabricantes para entrar no mercado de máquinas novas”. Segundo ele, 50% do faturamento da empresa vem deste segmento. “O setor de retrofiting não reage a momentos de crise da mesma forma que o de máquinas novas. Atualmente, é ele que está segurando o nosso faturamento”, explica.

Carvalho comenta que, com o ritmo acelerado da indústria em 2008, muitas empresas não tiveram tempo de se organizar e só agora estão atualizando máquinas e se preparando para a retomada da economia. “As pessoas sabem que toda crise passa e estão se preparando para isso”, analisa. O executivo projeta que os mercados já comecem a se recuperar no segundo semestre e a indústria se movimenta para atender esta retomada dos negócios.

Manuel Garcia Kirschnik, gerente comercial da Diadur, fabricante alemã de equipamentos de medição e comando numérico, concorda que o momento está mais positivo para o mercado de retrofiting do que para o comércio de máquinas novas. “Com a baixa do dólar em relação ao real, entre 2007 e 2008, a importação de máquinas ficou bastante acessível. Isso fez com que muitos clientes comprassem máquinas novas ao invés de atualizar as antigas. Esse momento de crise, com o real enfraquecido e a importação mais cara, trouxe uma reviravolta e favoreceu o retrofiting”, explica Kirschnik.

Para o executivo as perspectivas são boas para este segmento. “O primeiro impacto da crise foi negativo de uma forma geral: desacelerou todos os setores da economia, os clientes não tinham segurança do que estava por vir e por isso não realizaram investimentos”, explica. Segundo ele, a partir de agora a tendência é que o setor receba uma nova demanda. “Com o dólar se estabilizando em um patamar mais alto do que em 2008 as perspectivas são positivas, a médio e longo prazos”, analisa.

A Yaskawa tem o segmento de retrofiting como um de seus principais mercados, representando 50% de seu faturamento, e sentiu uma desaceleração no início da crise econômica. A companhia fornece servo acionamentos, inversores de freqüência e demais sistemas para modernização e automação de pontes rolantes e equipamentos industriais. Para José Luiz Rubinato, diretor geral da empresa, grandes companhias protelaram investimentos em atualização. Mesmo assim, segundo ele, a Yaskawa já está se preparando para a reativação do mercado, que espera acontecer a partir de maio. “Quando os investimentos voltarem, o setor de retrofiting será o primeiro a se recuperar. Os clientes vão preferir fazer um investimento mais baixo e seguro no início, já que ainda será um momento de incerteza”.

Entre os fatores que influenciam na opção pela atualização ou compra de um produto novo está o prazo. “Se o mercado estiver aquecido, o cliente não vai concordar em esperar muito para ter um produto que atenda a sua produção”, comenta Kirschnik.

Outra condição para a decisão pelo retrofiting é o preço, que deve ser de até 20% do valor de uma máquina nova, para ser atrativo para o cliente, o que geralmente envolve equipamentos de médio e grande porte. “Reformar uma máquina antiga pode torná-la mais produtiva do que uma nova. Elas são mais robustas, sólidas e confiáveis para o cliente, que já está acostumado”, explica Carvalho. Segundo Rubinato uma atualização pode estender a vida útil do produto por até 15 anos e é ideal para as máquinas de alta performance, essenciais na linha de produção. | Abimei

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira