Diretor de marketing da SCOR Global Life diz que Brasil tem boas condições para o segmento de Vida

Executivos do alto comando do Grupo SCOR apresentaram produtos e experiências desenvolvidos com sucesso na Conferência Brasileira de Resseguros.

Christian Mainguy, diretor de marketing da SCOR Global Life, que já morou no Brasil por quatro anos, afirmou, durante a primeira Conferência Internacional de Resseguros realizada no Brasil, semana passada, que a empresa tem enormes expectativas quanto ao mercado brasileiro de Vida.

Para ele, no Brasil, ocorre uma equação interessante para este segmento: “Tem-se uma população que vai envelhecer e que vai começar a pensar em poupar para garantir um seguro para suprir as suas necessidades quando estiverem com mais de 65 anos. Na outra ponta, entretanto, existe também uma população jovem, que estará no mercado de trabalho, com poder aquisitivo para comprar seguro e tambem o crescimento das classes C e D, que experimentará uma melhoria da qualidade de vida. Estamos prevendo uma verdadeira explosão de produtos novos, inovações, entree eles produtos para doenças graves. As pessoas querem produtos adaptados às suas necessidades e também novos canais de distribuição. Tudo isso vai gerar um crescimento forte do seguro de vida e do resseguro”, argumenta.

Segundo o especialista, até a crise financeira está ajudando às resseguradoras. “Se uma seguradora precisa de capital para crescer, é pouco provável que ela vá, neste momento, recorrer aos acionistas para aumentar o seu capital. E este é um dos papéis dos resseguradores: prestar suporte financeiro para que as seguradoras se desenvolvam, cresçam. É um desafio muito grande para a SCOR e o fato de nós termos uma presença de 12 anos no Brasil nos ajuda e é muito importante. No segmento Vida é fundamental investir em serviços, desenhar novos produtos para venda, encontrar soluções adaptadas às necessidades do segurado. É nisso que apostamos. Patrocinamos a Conferência Brasileira de Resseguros e já estamos organizando um seminário, em junho, em São Paulo, sobre undernwriting para os nossos clientes, com participação de especialistas de outros países ”.

As pesquisas do IBGE indicam uma tendência de envelhecimento da população brasileira que, consequentemente, irá precisar de coberturas novas. Com base nestes mesmos dados, Mainguy afirma que em 2050 a população com mais de 65 anos será de 50 milhões para uma população total prevista em 250 milhões de habitantes. “É um desafio grande para o mercado de seguro, porque a população jovem brasileira, que ainda vai entrar no mercado de trabalho, vai querer e poder comprar seguro. Achamos que isso vai gerar vantagens fantásticas para o mercado de seguro brasileiro de vida”, afirmou.

Novos produtos – No que depender da SCOR, o Grupo francês trouxe para o Brasil um estoque de lançamentos em Vida, que “é variado e atraente”. Entre eles, destaca-se o “Dependência de Longo Prazo”. A empresa é líder neste segmento na Europa, particularmente na França e agora está trazendo para mercados que querem crescer, como é o caso do Brasil, Coréia, Leste Europeu e Israel. Na essência, o produto garante renda mensal para quem adquiriu alguma dependência em sua vida cotidiana, como por exemplo, não ter mais condições de se alimentar ou de se vestri sozinha. “A indenização garante os custos para fazer frente a esta dependência”.

Outro desafio que a empresa encara como importante, são as ferramentas tecnológicas. Pensando nisso, a empresa vai trazer para o Brasil a sua experiência como o tele-underwriting. “Hoje, você consegue planejar uma viagem em dez minutos pela internet. Consegue a passsagem, hotel, faz reservas, etc. Ninguém quer esperar uma semana para confirmar uma reserva ou obter uma resposta”.

Para evitar que as pessoas preencham dados em formulários que serão submetidos a processos de checagem longos nas seguradoras para aceitação, a empresa trara ao Brasil a ferramenta tele-underwriting. Quando a pessoa pede um seguro de vida, ou um crédito, por exemplo, após o preenchimento da proposta, um especialista da empresa, em geral um analista de risco, médico ou pára-médico que sabem o que perguntar e analisar bem as respostas, ligam para o cliente e em cerca de 20 minutos de contato por telefone apuram se existe algum problema de saúde, as atividades que pessoa exerce, etc. Com isso, a resposta para aceitação do risco, na maioria dos casos, é imediata. “Já utilizamos muito a ferramenta nos Estados Unidos e estamos introduzindo o mecanismo na Europa. Na nossa opinião o Brasil também pode ser beneficiado com o sistema”, afirma Mainguy.

Outra mudança importante é a tecnologia para saúde. Hoje já existe seguro para pessoas que têm cancer, ou problemas graves de coração. “Temos médicos que fazem avaliação muito detalhada e oferecem uma resposta para efeitos de seguro”.

A SCOR Global Life também é especializada em riscos de esportistas. É a empresa que faz, por exemplo, o resseguro dos grandes times Europeus que atuam no Campeonato da Liga Européia, principalmente os da Itália, Espanha e França, onde jogam a maioria dos craques brasileiros. “Fazemos o resseguro porque cada time desse implica em quantias altíssimas”. Da mesma forma, a empresa garante riscos específicos de determinadas profissões: “por exemplo, engenheiros que trabalham em plataformas off-shores, sujeitos a riscos específicos, de uma plataforma”, explica o executivo.

Para acompanhar todas essas inovações, a SCOR comprou uma empresa de marketing, a Remark, “que usa ama base de dados dos clientes e faz toda a campanha e a definição do produto e se encarrega de produzir campanhas e fazer o lançamento dos produtos. Se estabelece, então, uma parceria entre a Remark, a seguradora e a SCOR”, concluiu.| VTN