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11/03/2009 - 10:21

Importadores de 17 países buscam contatos na Movelpar 2009

Abimóvel aponta que uma das principais alternativas para os fabricantes de móveis driblarem a crise é a exportação.

Aproximar quem quer vender de quem quer comprar. E mais: fabricantes e importadores interessados no mesmo produto. A seleção das indústrias que estão nas agendas dos importadores durante dos três dias do Projeto Comprador Internacional, na Movelpar 2009 (Feira de Móveis do Paraná) que acontece até sexta (13), no Expoara Centro de Eventos, em Arapongas (norte do Paraná), foi criteriosa, elaborada com base na afinidade entre os negócios.

Vinte importadores de 17 países (África do Sul, Angola, Costa Rica, Índia, México, Marrocos, Jordânia, Moçambique, Venezuela, Peru, Sérvia, El Salvador, Equador, Emirados Árabes Unidos, Guatemala, Uruguai e Rússia) buscam no Brasil contatos com as indústrias que possam ser revertidos em bons negócios a curto ou médio prazo e que atendam a expansão dos novos mercados. As 48 empresas brasileiras que participam das rodadas de negócios estão de olho na conquista de novos mercados importadores devido à retração econômica dos Estados Unidos, até então o principal mercado comprador de móveis brasileiros.

De hoje (terça) até quinta, dia 12, serão realizadas na Movelpar 2009 535 rodadas de negócios, de 25 minutos cada, com perspectivas de negócios superiores a US$ 2 milhões. Intérpretes para a língua inglesa e espanhola dão o suporte necessário para o entendimento entre os negociadores. “Apresentamos a empresa e o catálogo com nossos produtos e passamos uma idéia dos valores”, explica Bruno Cardoso Rodrigues, gerente de exportações da Robel Móveis, empresa de São José do Rio Preto. Produtora de dormitórios infantis, juvenis e adultos, a Robel é exportadora há seis anos e já participou de outras edições do Projeto Comprador Internacional. “Viemos em busca de potenciais distribuidores de produtos de linha média e estamos satisfeitos com as rodadas das quais já participamos. Esperamos ter bons resultados”, confessa Rodrigues.

O importador Carlos Alberto Castro, de El Salvador, busca produtos com o perfil da Robel. “Ainda não importo produtos brasileiros, mas minha intenção é montar um show room com linhas populares para a classe média, que está em grande expansão na minha região”. A longa viagem que fez da América Central para o Peru, de Lima para São Paulo, e da capital paulista para Londrina, está sendo recompensada. “As rodadas estão sendo muito atrativas e estão atendendo a minha primeira necessidade que é criar contato direto com o local de compras”, explica Castro.

Rishil Subash, lojista de Moçambique, é importador há um ano. O grupo trabalha tanto com linha média alta quanto popular, na tentativa de diversificar sua oferta. “Apesar de ter viajado por 11 horas e ter chegado aqui sem minha bagagem, perdida pela companhia aérea, as rodadas estão valendo a pena. Estou encontrando o que procurava”, afirma Subash.

Tanto para importadores, quanto para exportadores, o mais importante do Projeto são os contatos promovidos. “Esse contato entre o importador que procura determinado produto e as empresas que têm o produto para oferecer é o que mais conta no Projeto. Pode levar semanas e até meses, mas, depois que é feito o contato e surge o interesse, os negócios acabam acontecendo”, explica Emerson Trucolo, representante da Trumon Import & Export, que presta assessoria em comércio exterior.

O Projeto Comprador Internacional é uma promoção da Apex (Agência de Promoção de Exportações e Investimento) em parceria com a Brazilian Furniture, programa da Abimóvel de incremento à exportação de móveis. Na Movelpar 2009, é uma realização do Exporá – Centro de Eventos e do Sima – Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas.

Exportar é saída para crise, diz Abimóvel - Uma das principais alternativas para os fabricantes de móveis driblarem a crise é a exportação. A opinião é do presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), José Luiz Diaz Fernandez. “É, sem dúvida, uma grande saída”, disse ele na Movelpar 2009.

Para Fernandez, o Brasil tem condições de competir com preço e qualidade. O presidente da Abimóvel cobrou do governo federal a redução, “ainda que temporariamente”, do imposto sobre importação de chapas para que o setor moveleiro ganhe competitividade.

Ao mesmo tempo, disse Fernandez, a entidade está estabelecendo uma parceria com profissionais do ramo de design para que o produto nacional adote um conceito que o identifique perante o mercado externo. “Em termos de matéria-prima e design, somos melhores que a China”, ele considera.

O presidente da Abimóvel disse que o móvel chinês está se tornando caro devido a uma série de fatores – entre eles, o preço do frete para exportação, que teria dobrado nos últimos meses, e a jornada de trabalho, hoje estabelecida em 40 horas semanais, enquanto no Brasil é de 44. “A China está caindo de moda”, acredita Fernandez, que sugere a prospecção de novos mercados para o produto nacional, em especial Rússia, Índia e países da África.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), divulgados pela Abimóvel na Movelpar, mostram um recuo de 1,7% na exportação de móveis em 2008 em comparação com 2007. Em janeiro deste ano, as vendas para o exterior despencaram 27,4%, em comparação com janeiro do ano passado. O Brasil exporta cerca de 10% da produção.

Apesar desses índices negativos, José Luiz Diaz Fernandez projeta, para 2009, um crescimento de 5% nas vendas para o mercado interno e de 3% para fora do País. A Abimóvel também está cobrando do governo federal a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de 10% para 5% e a inclusão do setor no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da habitação, que deve consumir cerca de R$ 90 bilhões até 2010.

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