“Redução dos juros é bem-vinda, mas insuficiente para atenuar crise”, salienta presidente da Abigraf

Ao comentar a redução da taxa básica de juros divulgada pelo Copom nesta quarta-feira (11/03), Alfried Plöger defendeu corte dos gastos públicos. “Porém, o anúncio da criação de novos ministérios conspira contra a redução das despesas da União. O governo continua tratando o tsunami como se fosse uma pequena onda”.

“Muito bem-vinda a redução da Selic em 1,5 ponto percentual, chegando ao 11,25%. Porém, além de ser tardia e insuficiente para fixar os juros num patamar compatível com a crise econômica, a decisão do Copom é prejudicada por alguns erros do governo, como o anúncio da criação de novos ministérios, que agravará a dívida pública”.

A opinião é de Alfried Karl Plöger, presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) e vice-presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca).

Para ele, ao sinalizar a criação de novos organismos no Governo Federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou à sociedade a clara idéia de que aumentará os gastos públicos. “Ora, tal atitude é inoportuna e contraditória em relação ao grave momento da economia”.

Plöger lembra, ainda, ser necessário fazer com que os recursos injetados no sistema financeiro por meio da liberação dos depósitos compulsórios cheguem de modo mais pleno à economia real. “A presente conjuntura exige um conjunto eficaz e articulado de providências. Meias medidas, como uma redução apenas razoável dos juros, estão muito aquém das soluções de que o Brasil efetivamente precisa para enfrentar a presente turbulência global”.