Pólo Moveleiro - Eco-selo premiará gestão ambiental

Lançada na Movelpar 2009, certificação vai agregar valor a produtos regionais.

Empresas do pólo moveleiro de Arapongas têm, agora, a oportunidade de agregar valor a seus produtos através do Eco-Selo, uma certificação ambiental cujo lançamento ocorreu na Feira de Móveis do Paraná (Movelpar), que termina no dia 13 de março (sexta-feira), no centro de eventos Expoara, em Arapongas, norte do Estado.

Atribuído por um Comitê Gestor integrado pelo Sindicato da Indústria do Mobiliário de Arapongas (Sima), Emater e a organização não-governamental Centro de Tecnologia em Ação e Desenvolvimento Sustentável (Cetec), o selo vai premiar as fábricas que utilizarem madeira reflorestada e darem destinação correta a seus resíduos industriais.

“Temos de criar no mercado interno uma cultura que já existe lá fora, de adquirir produtos ecologicamente corretos”, afirma o gerente administrativo do Cetec, Jacídio Silva. “As empresas certificadas poderão utilizar o selo como marketing, principalmente em exportações”, ele acrescenta.

Dados do Cetec dão conta de que o pólo moveleiro de Arapongas produz 230 toneladas diárias de resíduos, entre pó, pedaços de madeira e borra de tinta. Desse total, 80% é reciclado; o restante vai para aterros industriais dotados de licença ambiental. A reciclagem se dá através da queima de biomassa para transformação em energia, pelas caldeiras de usinas, que utilizam os resíduos em lugar da lenha e do óleo.

O Sima e a Emater são parceiros no Programa de Auto-Sustentabilidade de Matéria-Prima para o Pólo Moveleiro do Norte do Paraná (Simflor), que produz mudas e oferece apoio ao cultivo de mil hectares/ano de eucalipto na região, segundo o agrônomo Fernando Martin, responsável técnico do programa.

Segundo ele, o objetivo é garantir a sustentabilidade da matéria-prima utilizada pelas fábricas de móveis da região e, com isso, “evitar agressões a florestas nativas”. Segundo ele, o pólo moveleiro de Arapongas consome anualmente 450 mil metros cúbicos de produtos madeiráveis, dos quais 130 mil m3 são de madeira serrada. O objetivo do Simflor, diz Martin, “é que a demanda por madeira serrada seja suprida pelos produtores locais”.

Atualmente, 32 empresas já aderiram ao processo de gestão ambiental coordenado pelo Cetec e, segundo Jacídio Silva, estão avançadas em relação à possibilidade de certificação.