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13/03/2009 - 10:50

Copom: Diante da piora do cenário para a atividade, Comitê acelera redução da taxa de juros

“Confirmando as expectativas de um ajuste mais agressivo, o Comitê de Política Monetária do Banco Central reduziu a taxa básica de juros em 1,50 ponto percentual. A decisão, tomada desta vez de maneira unânime entre os membros do Copom, levou a Selic para 11,25%, patamar equivalente ao mínimo da série e igual ao observado no período entre setembro/07 e abril/08.

O comunicado divulgado ao término do encontro mencionou que “o Comitê acompanhará a evolução da trajetória prospectiva para a inflação, levando em conta a magnitude e a rapidez do ajuste (...) já implementado e seus efeitos cumulativos, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária”. Ou seja, como normalmente acontece, as próximas decisões do Copom serão condicionadas pela evolução dos dados referentes à inflação e atividade, embora estes não devam impedir a realização de novos ajustes para baixo na Selic.

Nos últimos dias, os números referentes à atividade econômica apontaram uma deterioração além da esperada. O PIB do 4º trimestre teve queda de 3,6% na margem, o pior desde o início do levantamento com ajuste sazonal, em 1996. Adicionalmente, os sinais provenientes da indústria no princípio de 2009 são pouco animadores, com queda de 17% na produção total em janeiro (YoY) e recuo superior a 20% na produção de veículos em fevereiro, também na comparação com o mesmo mês de 2008. Diante de tais dados, as projeções para crescimento do PIB em 2009 sofreram reduções generalizadas nos últimos dias, com muitas estimativas se aproximando de 0%.

Por outro lado, os índices correntes de inflação e as expectativas futuras seguem em desaceleração, abrindo espaço para o afrouxamento monetário mais intenso. Os preços no atacado mostram deflação, o que reduz a pressão no varejo e contribui para manter os índices ao consumidor em patamares confortáveis e compatíveis com a meta de inflação.

Conforme mencionado, acreditamos que o ciclo de corte da taxa de juros não se encerra com o movimento de hoje. É muito provável que a Selic alcance, enfim, o patamar de 1 dígito até meados deste ano, a partir de onde seria mantida até o final de 2009. A princípio, esperamos que o ajuste total leve a taxa de juros para 9,75% ao final do processo, embora seja preciso considerar a possibilidade de atingir um nível ainda ligeiramente inferior a este.

Como de costume, a leitura da ata na próxima quinta-feira (19/03) será de crucial importância para traçarmos a sequência mais provável para a política monetária nos próximos meses. A partir do texto atualizaremos, se necessário, nosso cenário para a Selic no restante de 2009”. | Por: Silvio Campos Neto, economista do Banco Schahin.

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