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13/03/2009 - 11:57

A manipulação da crise brasileira

As notícias na imprensa brasileira relacionadas com a crise financeira mundial são pautadas, infelizmente, pelos interesses dos grandes grupos especuladores internos, que sustentam com suas operações em bolsa e negociatas com derivativos os interesses de grandes conglomerados industriais, redes varejistas controladas por famílias e grupos que monopolizam aprodução e distribuição de cimento, aço e celulose.

Quando a gente tem esse entendimento dos bastidores das notícias compreende por que se preferiu dar destaque à queda do PIB de 3,6%, nos últimos três meses do ano passado em vez de ressaltar que, apesar dos últimos três meses do ano terem sido muito difíceis, conseguimos acumular em 2008 um crescimento de 5,1% em nossa economia. Um recorde em tempos de crise mundial.

Por que interessa a estes manipuladores da opinião pública a má notícia? Na rabeira do pânico, os capitalistas tupiniquins brasileiros se sentem à vontade para correr para as tetas do erário público. Com jornais em mãos, suas lágrimas de crocodilo se justificam, e avançam, sem nenhum constrangimento, para exigir que o governo abra seus cofres. Mas que não lhes imponham nenhuma contrapartida. Nem ousem os técnicos do BNDES, por exemplo, condicionar o crédito à garantia de emprego.

A má notícia ajuda a estes empresários a zerar suas contas. Já estava ficando constrangedor terem tido um ano em que ganharam tanto e que dividiram tão pouco com seus colaboradores. A crise, que fazem questão de exagerar, ajuda todo mundo a esquecer que ainda tem alguma grana sobrando em algum canto da Suíça, ou transformada em moeda estrangeira devidamente guardada em algum cofre no Brasil.

Depois, ao voltarem para os braços do Estado brasileiro que sempre quiseram que fosse mínimo, nossos capitalistas, que apostam na privatização do lucro e socialização imediata do prejuízo, tentam transferir para o governo do presidente Lula a culpa pela atual crise. Tentam, a todo custo, esconder o fato de que os investimentos sociais do atual governo foram responsáveis para a geração e sustentação do nosso mercado interno, que salvará, sim, muitos destes empresários da falência.

Evitam reconhecer que, com o reajuste real de 45% do salário mínimo, elevando o mínimo para valores superiores a duzentos dólares, o governo do presidente Lula conseguiu sustentar o mercado interno e transformar cidadãos que eram considerados de segunda classe em consumidores ativos e altivos.

Mas toda crise nos premia com o benefício de reconhecer e reavaliar os nossos parceiros. O que estamos descobrindo é que os arautos que manipulam a crise são os aliados dos grandes especuladores. São cúmplices dos megainvestidores internacionais que forjaram e sustentaram a atual crise mundial.

Tentam, agora, manipular a opinião pública para aterrorizar os cidadãos para distrair nossa atenção enquanto tentam enfiar a mão nos cofres públicos.

Não vai dar certo. Desta vez, o Brasil é outro. Com uma população mais consciente de sua força e muito mais cidadã. Que se recusa a se deixar manipular pelos mesmos de sempre, que há 500 anos se especializaram em assaltar em causa própria os cofres públicos.

. Por: Roberto Santiago, deputado federal (PV-SP).

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