Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

18/03/2009 - 08:50

Presidente Lula inaugura Terminal de Regaseificação de GNL da Baía de Guanabara


O terminal da Baía de Guanabara tem capacidade para regaseificar 14 milhões de m³/dia de gás natural, o que corresponde a quase o consumo médio do mercado térmico em todo o País no ano de 2008 (14.489 milhões de m³/dia). O gás regaseificado no terminal da Baía de Guanabara atenderá, prioritariamente, as usinas termelétricas da região Sudeste.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou o Terminal de Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) da Baía de Guanabara, Rio de Janeiro (RJ), hoje, dia 18 de março (quarta-feira). Obra integrante do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), este é o segundo terminal de regaseificação de GNL do País. O primeiro, também da Petrobras, está instalado no Porto de Pecém (CE). Os dois terminais marcam a entrada da Petrobras no mercado internacional de GNL, garantindo ao Brasil novas fontes de suprimento de gás natural e, consequentemente, maior segurança energética.

Presidente Lula: O Brasil está livre de novo apagão energético - “Essa planta de regaseificação e a ligação de linhas de transmissão no Brasil me garantem afirmar que não vamos ter mais apagão.” afirma o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao visitar uma plataforma de regaseificação da Petrobras no Rio de Janeiro.

A plataforma da Petrobras funciona em uma ilha artificial de concreto na Baía de Guanabara, onde ficam ancorados dois navios: um traz o gás em estado líquido de outros países e outro processa o produto para o estado gasoso.

A produção do terminal, de 14 milhões de metros cúbicos de gás, é suficiente para alimentar todas as usinas térmicas da Região Sudoeste, que são ligadas para complementar a oferta de energia quando os reservatórios da hidrelétricas estão com pouca água.

Lula lembrou que o gás funciona para o Brasil como um reserva, e, enquanto tivermos energia hídrica, vamos utilizá-la. “Na medida em que algum lago [reservatório] possa secar, e o Brasil venha a ter problema de falta de energia em algum lugar, aí acionaremos todas as termoelétricas para cobrir essa ausência”, enfatizou o presidente.

“Os investidores podem ficar tranquilos porque energia vai haver de sobra no país”, adiantou.

Iniciada em dezembro de 2007, a construção e a montagem do terminal na Baía de Guanabara foram concluídas em janeiro de 2009. Atualmente, o empreendimento está na fase de pré-operação. O investimento na obra foi de R$ R$ 819 milhões, com a geração de cerca de 1.700 empregos diretos.

Graça Foster, diretora de Gás e Energia da Petrobras

O terminal da Baía de Guanabara tem capacidade para regaseificar 14 milhões de m³/dia de gás natural, o que corresponde a quase o consumo médio do mercado térmico em todo o País no ano de 2008 (14.489 milhões de m³/dia). O gás regaseificado no terminal da Baía de Guanabara atenderá, prioritariamente, as usinas termelétricas da região Sudeste. O volume de 14 milhões de m³/dia é suficiente para gerar cerca de 3.000 MW.

A decisão de implantar no Brasil terminais de GNL responde à necessidade de a Petrobras atender a demanda sazonal das usinas termelétricas (UTEs) a partir de uma fonte flexível de suprimento de gás natural. Complementares à geração hidrelétrica, as UTEs geram energia elétrica principalmente no período seco, entre maio e novembro, quando a ocorrência de chuvas é menor. Com a geração das UTEs, poupa-se água nos reservatórios das hidrelétricas.

Projeto inédito - O terminal da Baía de Guanabara foi totalmente construído para atuar como unidade de regaseificação de GNL, diferente do terminal de Pecém, onde foi feita uma adaptação do píer existente no porto de mesmo nome. Conceitualmente, os projetos dos dois terminais são idênticos.

Nas proximidades da Ilha do Boqueirão, no Rio de Janeiro, foi montada uma espécie de "ilha de concreto", com 65 metros de comprimento por 60 metros de largura. Assim como em Pecém, na Baía de Guanabara foram instalados seis braços de GNL e dois de GNC (Gás Natural Comprimido). Os braços de GNL pesam 70 toneladas cada; e os de GNC, 85 toneladas.

A plataforma de concreto construída para abrigar o terminal foi instalada sobre 266 estacas, com 80 centímetros de diâmetro cada uma, cravadas a até 50 metros de profundidade, a partir do fundo da baía.

O gás natural regaseificado na Baía de Guanabara será enviado às termelétricas por meio de um gasoduto de 15 km de extensão. Construído para interligar o terminal ao Gasduc II, em Duque de Caxias, o gasoduto tem dez quilômetros de trecho submarino e cinco quilômetros, em terra.

No dia 11 de março (quarta-feira), o terminal começou a principal etapa de seu comissionamento, iniciado há algumas semanas, agora com a atracação dos navios regaseificador e supridor. O regaseificador, chamado Golar Spirit e afretado pela Petrobras, é o primeiro no mundo convertido para realizar o armazenamento de GNL e a transformação do gás natural do estado líquido para o gasoso. Este navio é originário do terminal de regaseificação de GNL, em Pecém, e veio do Ceará para cumprir essa atividade. O segundo, o Excellence, é o primeiro navio supridor de GNL a entregar uma carga no Brasil. A BG Group é a fornecedora da carga, vinda de Trinidad Tobago.

Essa etapa de comissionamento prevê a transferência de GNL do navio supridor para o regaseificador (Golar Spirit) por meio de tubulações e braços projetados para suportar a temperaturas inferiores a 160º C negativos, chamados criogênicos, instalados no terminal. Em seguida, o GNL será regaseificado no Golar Spirit e enviado à malha de gasodutos existente por meio de braços de gás natural comprimido.

Nessa fase de comissionamento, o gás natural, já em estado gasoso, será enviado para as usinas Aureliano Chaves (221 MW) e Governador Leonel Brizola (1.036 MW). Durante o comissionamento, a planta de regaseificação, instalada a bordo do Golar Spirit, deve operar a diferentes níveis de vazão, assim como as usinas, que vão gerar energia elétrica de acordo com a quantidade de gás natural enviado pelo terminal.

O gás natural originado do GNL complementará a oferta nacional de gás natural. Hoje, a demanda interna é atendida pelo gás nacional, produzido pela Petrobras, e o importado da Bolívia. Com o GNL, a Petrobras passa a importar o produto de outros países, tais como Trinidad & Tobago e Nigéria.

Sergio Machado, presidente da Transpetro

Desenvolvimento de Competência e Treinamento em GNL - O desafio da Transpetro foi o desenvolvimento de competência na operação de terminais de Gás Natural Liquefeito (GNL). Este desenvolvimento implicou em capacitar uma equipe para operar navios e terminais, numa tecnologia pioneira no mundo. Existem precedentes recentes do uso deste processo no Reino Unido. O mais comum é a regaseificação em terminais terrestres, mas a adoção deste modelo tornaria o processo mais lento do que a demanda do País na geração de energia.

Todo o processo de operação com GNL está sendo certificado pelo Deutsche Norske Veritas (DNV), um dos principais organismos certificadores do planeta, para assegurar padrões internacionais de segurança e eficiência.

A operação com Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) era o mais próximo do GNL que a Transpetro trabalhava. Assim, foram selecionadas para treinamento 13 operadores e 2 coordenadores da área de GLP. O treinamento teve o apoio da GTI – Gás Technology Institute, líder do mercado americano de qualificação nessa área. O processo foi complementado por uma parceria entre a Universidade Petrobras e a Praxair/White Martins para um curso geral sobre gás e outro módulo da GTI, específico sobre operações de GNL.

O benchmark seguido para a qualificação dos operadores foi a regulamentação americana, conhecida como CFR 33. Esta norma impõe experiência prática mínima de 48 horas para os operadores. Daí a Transpetro ter encaminhado os selecionados para estágios fora do Brasil, nos seguintes terminais: • Sines, no Alentejo, em Portugal | • Elba Island, na Geórgia (EUA), da El Paso | • Sodegaura, em Tóquio (Japão), da Tokyo Gás

O treinamento de combate a incêndio no GNL foi feito nos EUA e replicado em Campinas (SP), por acordo com a Texas A & M. O treinamento foi aberto a públicos de interesse, como bombeiros, Defesa Civil, Marinha, portos organizados.

Pré-operação dos navios: A preparação envolveu o envio de profissionais a Cingapura, para acompanhar a operação de um navio da Golar. O comandante Paulo Rocha fez três viagens, a bordo do Golar Spirit (navio regaseificador que está no terminal da Baía de Guanabara e esteve em Pecém para testes), desde Trinidad & Tobago. A viagem permitiu que o escolhido se familiarizasse com a tripulação e os equipamentos do navio. O comandante Rocha foi encarregado, dada sua experiência e treinamento específicos, para receber o navio na Baía de Guanabara.

Manutenção: Principais equipamentos do sistema, os braços de carregamento recebem o GNL do navio carregador e passam para o navio regaseificador, onde é processado e injetado na rede de gasodutos.

Os técnicos da Transpetro também acompanharam testes dos braços de carregamento de GNL e de GNC (Gás Natural Comprimido) na Alemanha e na Polônia, onde foram fabricados pela empresa Emco, referência mundial nestes equipamentos.

O acompanhamento é fundamental, dada a diferença de pressão entre o GNL e o gás natural. Todo o processo de treinamento e padronização de operações seguiu as normas da SIGTTO – Society of International Gas Tankers and Termal Operators.

Segurança: A diretoria de Portos e Costas da Marinha fez simulações da chegada do navio em Pecém e na Baía de Guanabara, para garantir a máxima segurança nas operações. A análise de risco envolve sistemas automatizados de controle de tensão das amarras, aproximação dos navios, sistema de controle de cargas. O acompanhamento da aproximação do navio do píer regula a velocidade, para prevenir acidentes e aumentar a eficiência do processo.

O sistema monitora fogo, gás e baixa temperatura (indício de vazamento do GNL, mantido a baixíssimas temperaturas). Em um minuto, caso não seja localizado o problema, o sistema interrompe o fornecimento do gás. Em cinco minutos, o sistema adota automaticamente ações mitigadoras.

Os navios têm zonas de exclusão (proibições de aproximação de outras embarcações) definidas pela Capitania dos Portos, para prevenir acidentes.

Os práticos (responsáveis pelas manobras dos navios em área abrigada) fizeram simulações em equipamentos especializados nos Estados Unidos, para definir o número de rebocadores necessário e garantir o máximo possível de segurança.

Preparação é pioneira no Brasil, com treinamento inclusive no exterior

O sistema tem alto grau de automação, por isso é capaz de funcionar adequadamente e de forma segura com não mais de dois operadores por turno no píer. No total, existem 23 operadores nos quadros da Transpetro, todos treinados no exterior.

Saindo do píer, são nove quilômetros debaixo d’água, mais sete subterrâneos até o terminal de Campos Elísios, em Duque de Caxias, onde se interliga com a malha de gasodutos. Toda esta operação será controlada pelo Centro Nacional de Controle Operacional (CNCO).

Dados do navio: O Golar Spirit tem 289 metros de comprimento, 44 metros de boca e capacidade para 127 mil toneladas de GNL. O calado aéreo (acima da linha d’água) é de 61 metros e o calado propriamente dito é de 12 metros.

Dados do píer: • O píer pode receber navios de até 143 mil tpb | • O terminal tem 365 metros de comprimento | • O terminal tem três braços para receber o GNL do navio supridor, a 160 graus centígrados negativos. Do outro lado, são três braços para carregar o navio regaseificador e mais dois braços para recebimento da fase gás, que injeta no gasoduto submarino a até 100 kg/cm²

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira