Petrobras bate recorde mundial de lâmina d'água para produção em carbonatos

Com a entrada em produção do poço 7-MLL-54HP, no campo de Marlim Leste, na Bacia de Campos, na profundidade de água de 1.413 metros, a Petrobras estabeleceu o recorde mundial de produção de petróleo para reservatórios carbonáticos em relação à lâmina d'água. Esta jazida, denominada Jabuti, foi descoberta em abril de 2005 e quebrou um paradigma da exploração de petróleo: a produção a partir de rochas carbonáticas em águas profundas. O poço começou a produzir no dia 26 de fevereiro de 2009.

O modelo, vigente até aquele momento, era de que este tipo de rocha só conseguia manter a qualidade de reservatório de petróleo, diretamente relacionada a sua porosidade e permeabilidade, em águas mais rasas, propícias ao processo de deposição mineral.

Esses reservatórios carbonáticos em baixas profundidades já eram conhecidos e vem produzindo há anos na Bacia de Campos. A Petrobras ousou testar uma nova ideia, quando sua equipe de geólogos e geofísicos identificou, através de dados sísmicos visualizados em 3D (três dimensões), grandes blocos de rochas carbonáticas depositados originalmente em águas rasas e "escorregados" para águas profundas, milhões de anos depois, dentro do denominado tempo geológico.

Jabuti apresenta importância maior por ter sido a primeira acumulação comercial de petróleo leve (29º API) descoberta em reservatórios carbonáticos em águas ultraprofundas, contrariando a ideia de que, em grandes profundidades, esse tipo de rocha perderia a capacidade de acumular e reter petróleo.

Com vazão inicial de 35 mil barris por dia, o poço foi o primeiro a ser interligado ao FPSO Cidade de Niteroi, uma unidade de produção, armazenamento e escoamento, com capacidade para produzir 100 mil barros/dia. O alto nível de produção confirmou a eficácia destas rochas, como reservatórios de petróleo, mesmo quando situadas em alevadas profundidades.

O sucesso desse modelo de acumulação de petróleo, inaugurado em Marlim Leste, está orientando o esforço exploratório da Petrobras na área, dando origem a uma série de outras descobertas em reservatórios semelhantes na Bacia de Campos, com a vantagem de ocorrer em região com ampla estrutura de produção já instalada, minimizando custos e aumentando a velocidade de implantação dos projetos.