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23/03/2007 - 09:11

Abiove vê safra de soja crescendo ainda mais em 2008

São Paulo - O Brasil vai colher uma safra recorde de 58,6 milhões de toneladas na atual temporada, informou nesta quinta-feira a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), elevando em 1,5 milhão de toneladas sua estimativa, e o país deverá ter um aumento significativo na próxima temporada, avaliou a entidade.

"Não seria exagero ter um crescimento real nos próximos anos", afirmou o presidente da Abiove, Carlo Lovatelli, ao responder questão sobre a safra a ser colhida em 2008.

"Vamos ter crescimento não só de área, mas também de produtividade", disse ele a jornalistas, lembrando que os preços internacionais dos grãos, com a força recebida da agroenergia, vão favorecer a cultura, assim com as perspectivas de um maior uso de soja para a produção de biodiesel.

Segundo Lovatelli, o biodiesel vai ser uma "realidade" em um período de dois a quatro anos. "Energia renovável vai ser um dos grandes negócios do Brasil, se não o maior negócio."

Ele não adiantou o quanto a produção poderia aumentar no ano que vem.

A atual safra da oleaginosa no Brasil, o segundo produtor mundial, deverá ser quase 2 milhões de toneladas maior do que a estimada pela entidade na temporada passada (56,9 milhões de toneladas), em função de um tempo adequado para a lavoura, que propiciou um aumento de produtividade, apesar da área ter caído em relação ao período anterior em mais de 7 por cento, segundo o Ministério da Agricultura.

A previsão anterior da Abiove era de 57,1 milhões de toneladas. Com a expectativa de uma colheita maior, que ainda está em curso, a Abiove elevou a previsão de exportação para 26,3 milhões de toneladas no ano comercial 2007/08 (fevereiro a janeiro), contra estimativa anterior de 25,5 milhões de toneladas, ante 24,7 milhões em 06/07.

Segundo Lovatelli, a indústria do Brasil responde por 50 por cento da exportação do grão.

A exportação de óleo, no entanto, deve cair ligeiramente para 2,1 milhões de toneladas, ante 2,2 milhões na temporada passada. Já o consumo nacional crescerá para 3,6 milhões de toneladas no ano, ante 3,2 milhões no período anterior.

De acordo com a Abiove, a queda nas vendas externas ocorre devido a questões tributárias que não estimulam embarques de produtos processados, como acontece com a matéria-prima. Já a exportação de farelo subirá cerca de 500 mil toneladas, para 12,7 milhões de toneladas.

Também com uma maior produção, o processamento anual de soja no Brasil deverá somar 29,8 milhões de toneladas, ante 28,8 milhões estimados em fevereiro, voltando ao patamar registrado em 2005/06 (29,7 milhões de toneladas).

Sacrifícios na crise - O aumento da produção em um cenário de melhores preços, além de melhorar a expectativa do setor para os próximos anos, ocorreu em um momento importante para produtores e indústrias, cujas margens ficaram apertadas em dois anos seguidos de crise, decorrente do chamado "descasamento" cambial, de preços baixos, e também de frustrações climáticas de produção.

Segundo a Abiove, o impulso dado aos biocombustíveis pelas políticas dos Estados Unidos acabou ajudando o Brasil. "Foi ótimo, vínhamos de duas safras extremamente problemáticas, que gerou endividamento... tirou poder de compra das tradings, todo mundo se sacrificou para ajudar."

A melhora nos preços deu um "alento", disse ele, lembrando que entre os sacrifícios feitos pela indústria estão o alongamento de prazos. "Teve de ser mais complacente... depende do produtor... sempre dentro de uma responsabilidade econômica." | Por: Roberto Samora | Reuters

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