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24/03/2009 - 10:00

Crise não irá afetar gastos em saúde, promete ministro


Durante 3º Fórum de Parceiros Stop TB, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou que crise econômica mundial não pode ser empecilho para combater tuberculose e Aids.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou hoje, na abertura do 3º Fórum de Parceiros Stop TB, que a crise econômica mundial não vai afetar os investimentos e os recursos brasileiros destinados à área da saúde. “Pelo contrário, é nesse momento que o Estado deve ampliar sua participação, especialmente no combate a doenças como tuberculose e Aids”, disse Temporão. O ministro afirmou, ainda, que o governo brasileiro vai apoiar o continente africano na luta contra a Aids construindo uma fábrica para produzir medicamentos genéricos retrovirais, em Maputo, na República de Moçambique.

Durante entrevista logo depois da abertura do Fórum, o ministro contou que é um ex-paciente de tuberculose. “Eu mesmo me diagnostiquei quando tive 17 anos e fiz o tratamento. Na aquela época, eram necessárias várias doses de remédios e sempre havia o risco de o paciente achar que estava melhor e parar com o tratamento”, contou o ministro. “Agora, como ministro, estamos lançando um tratamento mais simples, conhecido como quatro em um, em que o paciente tomará apenas um remédio. Mas ainda assim o paciente precisa de seis meses de tratamento para ficar completamente curado”.

A novidade contra a tuberculose é o TFC (dose fixa combinada), conhecido como quatro em um e será distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) passará a partir do segundo semestre. A droga reduz de seis para dois comprimidos a dose diária utilizada atualmente no tratamento da doença. Segundo o ministro, o novo esquema terapêutico é mais barato, facilita a adesão do paciente e o combate à multirresistência do Bacilo de Koch, bactéria que provoca a maioria dos casos de tuberculose. O tempo de duração do tratamento e os efeitos colaterais continuam similares. Hoje, 8% das pessoas que começam o tratamento abandonam antes da cura.

Ao lado do ex-presidente português e enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) na luta contra a tuberculose, Jorge Sampaio, e de Marcos Espinal, secretário-executivo da Stop TB Partnership, o ministro Temporão ressaltou que o Brasil tem avançado no programa de combate à doença. Em 2000, os investimentos brasileiros chegavam a US$ 9 milhões. Em 2008, os recursos superaram a casa do US$ 70 milhões. Isto permitiu reduzir os casos de incidência de tuberculose (24,4%) e das taxas de mortalidade (31%), nos últimos sete anos. Em 2007, foram registrados 72 mil novos casos no país. A média nacional é de 38 casos por 100 mil habitantes.

“Seria um revés muito forte que a população mais pobre, mais necessitada de assistência básica de saúde pagasse pelos efeitos desta crise. Ao manter os seus investimentos para combater a tuberculose, o Brasil _como país líder entre os emergentes_ dá um grande exemplo”, disse o ex-presidente Sampaio.

Atualmente, um terço da população mundial é portadora do Bacilo de Koch e pode desenvolver a doença da tuberculose a qualquer momento, e esta é a grande preocupação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Stop TB Partnership, organizadores do fórum, e do governo brasileiro. De acordo com Marcos Espinal, 85% dos casos de tuberculose ocorre em pacientes dos 15 aos 55 anos, ou seja, pessoas economicamente ativas, conforme estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT). “Trata-se de uma redução de US$ 25 milhões no PIB de países afetados pela doença, e por isso as lideranças políticas precisam agir conjuntamente. A incidência de TB não pode aumentar com a crise internacional, se não todos os esforços serão em vão”, disse Espinal.

Amanhã, no Dia Mundial de Combate à Tuberculose (24 de março, terça-feira), a OMS e a Stop TB Partnership anunciarão os números globais de combate e controle da doença no mundo, por meio do lançamento do “Relatório Global de Controle da Tuberculose 2009”. Entre os assuntos em discussão no Fórum amanhã estão os nove projetos em andamento para a criação de vacinas para combater a doença. Especialistas consideram provável que até 2015 surja uma nova vacina no mercado, acessível a todos. A vacina atual, BCG, existe há 80 anos e só é eficaz para prevenir as formas mais graves da doença.

3º Fórum de Parceiros Stop TB “ Relatório Global OMS // Stop TB”, dia 24 de março de 2009, às 11 horas, Centro de Convenções SulAmérica - Av. Paulo de Frontin com Av. Pres. Vargas (Cidade Nova / Rio de Janeiro). | Site: http://www.stoptb.org

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