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24/03/2009 - 11:15

Varejo de material de construção tem queda de 12% no primeiro bimestre

Desempenho nos dois primeiros meses do ano levou a Anamaco a rever o crescimento do setor em 2009 de 8,5% para 5% sobre 2008

O varejo de material de construção teve queda de 12% no volume físico das vendas do primeiro bimestre de 2009, na comparação com o mesmo período de 2008. Em janeiro, as vendas caíram 11,5% e o faturamento das lojas teve uma redução de 12% na comparação com janeiro de 2008. Já na relação fevereiro 2009/fevereiro de 2008, o setor teve queda de 12,5% em faturamento e de 5% no volume de vendas.

Os dados da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), entidade que representa as 138 mil lojas do setor existentes no país, mostram os primeiros reflexos da crise econômica internacional no cenário brasileiro. Segundo o presidente da Anamaco, Cláudio Conz, a facilidade de acesso às informações sobre a crise internacional gerou outra crise, mas de confiança, no país. Além disso, a expectativa do anúncio de uma possível redução de impostos sobre os produtos do setor prejudicou o desempenho das vendas. “Até mesmo os produtos que já tem o IPI zerado não saíram das prateleiras, em função dessa expectativa de possível redução de preços ao consumidor. O cliente adiou as obras e as próprias lojas adiaram as encomendas para a indústria, passando a fazer pedidos a conta-gotas”, explica Conz, que acredita que as vendas voltem à normalidade após o anúncio do pacote de incentivos à Construção pelo Governo Federal, previsto para a próxima quarta-feira, 25 de março, às 11h00 em Brasília. “O ministro Guido Mantega anunciou na semana passada que não haveria corte de impostos, mas o consumidor continua na expectativa, assim como todo o nosso setor por não sabermos o conteúdo efetivo do pacote. Mas o fato é que as obras estão lá, algumas delas paradas e precisam ser finalizadas. Elas podem ser adiadas por 30, 60 dias, mas terão que ser retomadas”, completa Conz.

Crescimento de 5% em 2009 - Em função dos índices do setor no primeiro bimestre do ano, a Anamaco teve que rever a sua expectativa de desempenho para 2009, que antes previa um crescimento de 8,5% sobre 2008. “As vendas em janeiro e fevereiro ficaram aquém do que estávamos esperando e, em função disso, tivemos que readequar a nossa perspectiva para o ano. Mas continuamos falando em crescimento, mas de 5% em 2009, o que para nós será um grande feito, pois estamos vindo de 4 anos de um bom crescimento consecutivo”, explica Conz.

De acordo com o presidente da Anamaco, o número de obras lançadas e vendidas no ano passado, cujos contratos tem de ser cumpridos, irá gerar a necessidade de consumo dos produtos de material de construção. Este fator também vale para reformas que estão em andamento e não podem ser interrompidas. “Estudos mostram que, somente com o término das novas obras lançadas pelas construtoras, o que representa 23% do consumo total dos materiais, será gerado um crescimento nas vendas” explica Conz.

Os setores de reforma, ampliação e construção auto-gerida, que representam 77% do consumo dos materiais do setor no Brasil, deverão crescer ainda mais em 2009. “Temos no Brasil cerca de 50 milhões de imóveis, que são como seres vivos e precisam de manutenção. Além disso, a Pesquisa Anamaco Latin Panel, divulgada no fim do ano passado, apontou que 2 em cada 3 lares brasileiros precisam de algum tipo de reforma ou construção. Esses dados não passaram despercebidos pelo governo, que sabe que mantendo o setor aquecido, ajuda a manter a economia aquecida e o número de empregos no país”, declara o presidente da Anamaco.

Em 2008, o varejo de material de construção cresceu 9,5% sobre 2007, com faturamento de R$ 43,23 bilhões.

Grupo de Acompanhamento da Crise - O presidente da Anamaco, Cláudio Conz, integra o Grupo de Acompanhamento da Crise (GAC), criado pelo Governo Federal no início do ano para acompanhar os reflexos da crise econômica internacional nos setores da economia brasileira.

O GAC se reúne uma vez por mês, coordenado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para discutir propostas de ações a serem tomadas pelo Governo Federal, com o intuito de auxiliar esses setores a enfrentar os desdobramentos da crise, mantendo a economia brasileira aquecida. Durante os encontros realizados até o momento, Conz solicitou a utilização de uma parte dos recursos da poupança para o financiamento de material de construção e apresentou um estudo desenvolvido em parceria com o Secovi do Rio de Janeiro que aponta que 2 milhões de imóveis estão fechados em áreas que não necessitam de infra-estrutura em função da excessiva carga tributária do Imposto de Renda sobre os alugueis, que chega a 27,5%. “Esse índice é o dobro do Imposto de Renda pago em qualquer aplicação financeira”, declara o presidente da Anamaco. “Nós pleiteamos que o investidor pessoa física possa ser equiparado ao investidor imobiliário pessoa jurídica, que hoje paga 7% de impostos totais”, completa.

O presidente da Anamaco também pediu que as operações de microcrédito contemplem a compra de material de construção. Este processo é feito pelos bancos utilizando 2% do compulsório sobre os depósitos à vista, e atualmente a legislação não permite o uso deste valor para o setor. Outra reivindicação foi a desburocratização das linhas de financiamento de material de construção com recursos do FGTS, que já foi atendida pelo Governo Federal. Em 2008, essa linha de crédito disponibilizou R$ 400 milhões de recursos oriundos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), e menos de 100 milhões foram emprestados. Para este ano, o orçamento previsto é de R$ 1 bilhão, que já começam a ser disponibilizados. “A previsão é de que possamos operar o crédito de R$ 1 bilhão em alguns dias”, explica Conz, que também é membro do Conselho Curador do FGTS.

Anamaco - Fundada em 1984, a Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) é uma entidade de classe, sem fins lucrativos, que representa as 138 mil lojas de material de construção existentes no país. A entidade funciona como interface entre os órgãos governamentais e as Acomacs (Associação dos Comerciantes de Material de Construção) regionais e as Fecomacs (Federação das Associações de Comerciantes de Material de Construção), além de fabricantes e comerciantes de material de construção.

A Anamaco atua junto ao poder público, criando e apresentando projetos que visam desenvolver o mercado de material de construção e a sociedade como um todo. A Associação também promove debates sobre assuntos que envolvem o setor, como questões ligadas à tributação e projetos de lei.

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