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25/03/2009 - 09:21

Deus é brasileiro mas não gerencia os nossos negócios

Está em nossas mãos decidirmos se este ano será de regressão e desemprego ou acreditar que será um ano de desafios e oportunidades.

Estamos no primeiro trimestre de um ano cheio desafios, medos e incertezas, mas quando não foi assim? Não é à toa que a cada passagem de ano cumprimos velhos rituais, fazemos pedidos e sempre desejamos um Bom Ano Novo. E não foi nem será diferente desta vez.

Talvez 2009 seja mais “crítico” pelas notícias negativas que temos recebido de todos os lados. Bem ai, está a diferença! Queremos ouvir e dar crédito a elas? Ou queremos apostar nas nossas convicções, forças internas e competências?

A idéia aqui é fazer um convite à reflexão. Afinal, a escolha por pensar negativamente ou positivamente é nossa e o esforço mental é o mesmo para qualquer uma das duas opções. Está em nossas mãos decidirmos se este ano será perdido e teremos regressão e desemprego ou acreditar que será um ano de desafios a serem superados onde buscaremos as oportunidades, o progresso, a geração de empregos e de novos investimentos produtivos.

Seremos menos afetados pela crise externa do que vários outros paises, chamados “desenvolvidos”, pois estamos mais preparados. Não foi por acaso, nem por sorte (Deus é brasileiro, mas não gerencia nossos negócios), afinal sofremos e apanhamos muito no passado para chegarmos a esse “status” e assim podemos enfrentar melhor a crise. Haverá problemas, sem dúvida, mas haverá mais ainda soluções.

Essa é uma crise de caixa e esta deverá ser a preocupação número um de todos os empresários: conservar a sua liquidez. Não porque o dinheiro vai ficar muito caro (já está muito caro, mas quando foi barato no Brasil?), mas porque não haverá recursos disponíveis para tomar. A razão é que as grandes corporações que há anos financiam suas operações no exterior perderam ou viram diminuir essas fontes de recursos, vindo buscá-los no mercado interno.

Assim, podemos pensar em várias alternativas para minimizarmos os impactos externos nos nossos negócios e várias delas passarão por maior sinergia e espírito cooperativo entre as companhias, sejam prestadores de serviços, fornecedores, distribuidores, bancos, governos e até concorrentes que possam sinergizar ações “não concorrenciais” como compras de consumíveis, gestão de energia, acordos coletivos de salário, logística integrada etc.

Também será um ano para crescer no momento correto. Pensar no próximo passo com um planejamento minucioso, estar alerta para todas as oportunidades que aparecerem e, nesse caminho, controlar despesas e, fortemente, o endividamento e saídas de caixa. Por fim, acreditar que 2009 pode ser um grande ano, mantendo a economia viva, a riqueza e renda girando, transferindo-se de mão, na busca do círculo virtuoso do crescimento econômico, evitando a poupança desnecessária. O medo de “fazer negócios” reduz os seus níveis e, ao contrário, gera um círculo vicioso e que dá comando a uma espiral negativa de desaquecimento da economia e regressões de vendas, perdas de rentabilidade, demissões e, dessa forma, a materialização da crise, que até então era uma realidade e um problema exte rno.

A situação externa é preocupante, alguns países estarão passando momentos econômicos muito difíceis e que não podem ser relegados, mas a nossa situação é diferente e com consciência e respeito podemos sair fortalecidos e com maiores aprendizados dessa fase. Com isso, repito, caberá a nós “chorar ou vendermos lenços” e deixo para reflexão uma frase de um poeta uruguaio que gosto muito: “Somos o que fazemos, mas somos principalmente o que fazemos para mudar o que somos” – Eduardo Galeano.

. Por Hugo Bethlem, presidente pelo varejo da Associação ECR Brasil (www.ecrbrasil.com.br) e vice-presidente da Cadeia de Suprimentos e TI do Grupo Pão de Açúcar. | Perfil: Associação ECR Brasil (www.ecrbrasil.com.br) - A entidade sem fins lucrativos, fundada em 1997, reúne mais de 60 empresas associadas e tem como missão difundir as ferramentas de Resposta Eficiente ao Consumidor (Efficient Consumer Response, em inglês), ou simplesmente ECR, sigla pela qual é conhecida no mundo inteiro. As principais ferramentas são gerenciamento por categoria, reposição eficiente e troca eletrônica de dados.

A sigla ECR representa um movimento global, nascido nos Estados Unidos, por meio do qual integrantes de toda a cadeia de abastecimento (varejo, atacado, distribuidores, indústria, serviços e outros), independentemente de marcas, preços ou participação de mercado, trabalham em conjunto em busca de padrões comuns para a melhoria dos processos, redução de custos, aumento da eficiência e, principalmente, atender às necessidades dos consumidores.

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