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26/03/2009 - 11:46

Menos dinheiro em caixa, mas um pouco de otimismo em mente


A crise financeira internacional alcançou o seu ápice neste primeiro semestre na economia brasileira e, por consequência, na brasiliense. Quem pensava que os desdobramentos negativos afetariam apenas a indústria, é bom que fique atento também à arrecadação tributária. A secretaria do Tesouro Nacional comunicou ao Executivo, na última semana, que o Fundo Constitucional, responsável pelo custeio das áreas de Saúde, Segurança e Educação do Distrito Federal, deverá ter um recuo de R$ 230 milhões em 2009.

O índice de reajuste do Fundo cairá de 18,9% para 15,4%, e 2010 deverá ter números ainda mais desanimadores. Resultado: o reajuste que será repassado ao governo do DF deverá servir apenas para o mantimento das áreas contempladas pelo Fundo.

A crise tributária se reflete na baixa de 12,2% no primeiro bimestre, recuo referente à arrecadação de impostos e contribuições federais em comparação ao programado pela equipe econômica para o orçamento deste ano. O cenário de perdas na arrecadação tributária e de redução das atividades industriais, que recebeu projeções pouco animadoras da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deverá provocar reflexos preocupantes na economia.

Mas o curioso é que o mercado atacadista e distributivo não sofreu grandes perdas no primeiro bimestre deste ano. A boa situação vivida por estes segmentos veio por consequência do aumento da arrecadação registrado no fim de 2008, na comparação com 2007: 5,7%. No primeiro bimestre, é o que se constata, o mercado atacadista se comportou com estabilidade, mesmo diante de um cenário econômico que apresentava dificuldades para a ampliação dos negócios.

É claro que reflexos negativos afetarão o segmento, devido à alta do desemprego e à desconfiança dos consumidores. Mas os números não devem ser tão altos que possam prejudicar de maneira efetiva o caixa dos atacadistas. No segundo semestre, espera-se que a crise se abrande e que o mercado recupere parte do que foi perdido, mesmo tendo à frente um 2010 de comportamento imprevisível.

A precaução dos consumidores, aliada à alta do desemprego e ao crescimento vegetativo do PIB (em pesquisa da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústria de Base - Abdib, 61% das empresas entrevistadas esperam crescimento próximo de zero por cento), forja um cenário econômico de apreensão e medo. O que os empresários devem cultivar no momento é um pensamento voltado para a estabilidade de finanças. O foco no estresse financeiro só pode piorar as coisas.

Até porque o mercado atacadista tem a seu favor a estabilidade tributária conseguida nos últimos anos, o que pode catalisar uma ampliação de negócios no ano que vem. A crise, apesar de latente, ainda é movida por possibilidades. O certo é que a arrecadação positiva nos últimos anos pode vir em benefício do segmento neste ano, em que o GDF projeta menos recursos em caixa (queda de R$ 230 milhões).

Otimismo deve ser a palavra de ordem no enfrentamento da maré de pessimismo impulsionada pela crise, que, apesar de contaminar a arrecadação tributária local, não terá reflexo, pelo menos neste primeiro semestre, na arrecadação do setor. O bom histórico de arrecadação é um fator positivo. O empresário deve ter em mente que o esforço, o pensamento positivo e a estabilidade financeira como pilar organizacional são fundamentais para que os desdobramentos da crise e a insegurança do governo não afetem de maneira tão incisiva o lucro e a ampliação dos negócios.

O equilíbrio de finanças pode ser alcançado com planejamento, controle e organização. E claro, boas expectativas em relação ao consumidor e precaução nos gastos administrativos também são elementos importantes. De nada adiantará a recuperação do mercado no segundo semestre se o empresário não controlar seus gastos internos.

A crise de tributação do GDF e os números negativos do Produto Interno Bruto (PIB) e da produção industrial devem ser observados e acompanhados pelo segmento atacadista e distributivo com atenção no decorrer de 2009. Mas o setor precisa adotar uma postura de mercado flexível, que saiba se adequar aos acontecimentos decorrentes da crise financeira e, acima de tudo, ser otimista. Sempre.

. Por: Fábio de Carvalho, presidente do Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal.

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