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27/03/2009 - 09:53

Histórias de Goiás em nove cidades

Um grande cortejo reunirá a comunidade circense no dia 27 de março, Dia do Circo, convidando a cidade de Goiânia a conhecer o novo espetáculo do Circo Laheto. A catira de perna-de-pau, a fazenda goiana no trapézio e malabares na colheita do milho contam a História de Goiás no Picadeiro, que tem estreia marcada para o dia 3 de abril, às 20h, no Parque da Criança e segue em turnê por mais oito cidades do estado. História de Goiás no Picadeiro conta com o patrocínio da Petrobras, por meio da Lei Rouanet, e apoio da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Em cena estarão 22 artistas amadores e profissionais atendidos pelos projetos do Circo Laheto, nos últimos 12 anos. A montagem e circulação do novo espetáculo dá continuidade ao trabalho sócio-educativo-cultural premiado pelo Instituto Itaú e pela Unicef, que já beneficiou diretamente cerca de 2.200 crianças e formou 30 arte-educadores.

Segundo Maneco Maracá, diretor do Circo Laheto e do espetáculo História de Goiás no Picadeiro, a idéia de trabalhar com a cultura local faz parte da trajetória do grupo, desde sua criação. “Em sua essência, o circo apreende, recria, produz e incorpora referências culturais múltiplas”, explica.

O roteiro foi construído coletivamente e de forma crítica, tendo como ponto de partida a pesquisa realizada pela ONG Cultura, Cidade e Arte. “Foi um processo muito rico: começamos pela criação do universo e passamos pela chegada dos povos à América Latina, antes de refletirmos sobre a cultura goiana”, conta Maneco. Para ele, o aprofundamento da pesquisa permitiu um processo criativo mais fluido dando subsídio para um dos maiores desafios da montagem: “casar conteúdo narrativo às tradicionais habilidades circenses”.

As histórias goianas escolhidas pelo grupo estão ambientadas em cinco fases. O espetáculo começa registrando a presença dos povos primitivos em Goiás. Depois, vem o Ciclo do Ouro e sua decadência, e chega o período de construção da cultura da fazenda goiana a partir da convivência entre índios, bandeirantes, ribeirinhos e, em seguida, tropeiros. O coronelismo também ganha contornos circenses e Goiás contemporâneo discute o processo de desmatamento do Cerrado e a vida na grande cidade. Toda a história é alinhavada pela dupla de palhaços Palito e Linguiça.

O espetáculo traz números de acrobacia, trapézio, diabolô, perna-de-pau, tecido, malabares, entre outras linguagens tradicionais circenses. As habilidades do elenco foram desenvolvidas e aprimoradas ao longo de um ano de trabalho, com a participação de profissionais da educação física e das artes cênicas, com apoio da Manos Unidas, organização espanhola que apóia o Circo Laheto. Com foco inicial na formação profissional do grupo, os cursos e oficinas abordaram técnicas de expressão corporal, canto, dança, mímica, interpretação, iluminação, sonoplastia e montagem da estrutura circense (lona, arquibancada, etc).

A trilha sonora é toda original, criada especialmente para História de Goiás no Picadeiro por Beirão, músico nordestino radicado em Brasília. “Não foi fácil adaptar a viola à atmosfera circense, mas o resultado é bem interessante”, diz Maneco. O projeto preferiu valorizar a música brasileira (com tons regionais) como alternativa às composições internacionais, opção mais recorrente nos picadeiros, recentemente reafirmada pelo Circo de Soleil. A concepção de figurino do espetáculo é da Cia Nu Escuro e o desenho de luz, assinado por Rodrigo Assis.

Turnê - Os municípios de Anápolis, Pirenópolis, Aparecida de Goiânia, Alto Paraíso, Cidade de Goiás, Rio Verde, Jataí e Mineiros também receberão a trupe do Circo Laheto, entre 17 de abril e 28 de junho. Somando a programação da capital, serão 26 apresentações abertas ao público e um espetáculo para convidados, no dia 2 de abril, em Goiânia. Em cada cidade, o Laheto realizará um cortejo no dia de estréia. A estimativa de público para todo o circuito é de 20 mil pessoas.

Oficinas de arte circense para 150 crianças, jovens e adultos serão ministradas nas cidades que tiverem apoio estrutural e logístico do poder público e da iniciativa privada. A inscrição dos candidatos às oficinas será realizada pelos parceiros locais.

Citando o saudoso palhaço Arrelia, Maneco comenta que, historicamente, durante a permanência do circo nas cidades, criavam-se laços importantes. Na comunidade circense, por exemplo, são comuns as histórias de pessoas que deixaram suas famílias para seguir o encanto do circo. No entanto, relações mais aprofundadas entre artista e platéia são cada vez mais raras na rotina do circo contemporâneo e profissionalizado. “As oficinas são uma tentativa de resgatar um pouco deste contato com a comunidade, estimular o envolvimento do público com o trabalho de forma participativa”, explica o diretor.

Circo Laheto - O grupo Lahetô dedica-se a estudos, pesquisas, montagens, apresentação de espetáculos teatrais e circenses, em Goiânia e cidades do interior do Estado de Goiás, desde o ano de 1994. A partir de 1996, iniciou o atendimento a crianças e adolescentes, fazendo uso da arte circense como principal ferramenta para formar, informar, discutir e mobilizar, em projetos como Arte, Circo e Cidadania e Circo na Construção da Cidadania.

Os fundadores do Circo Lahetô, Maneco Maracá e Seluta Rodrigues, se instalaram com sua trupe no Parque da Criança, em 2000, onde foi fundada a Escola de Circo Trampolim, com a presença do Palhaço Carequinha. Anos depois a escola ganharia o nome do grupo.

Em 12 anos de trabalho, o Circo Lahetô formou 30 arteeducadores e atendeu a cerca de 2.200 crianças, diretamente. Outras 12 mil tiveram contato indireto com atividades educativo-culturais realizadas pelo grupo, além de 550 professores da rede pública municipal.

Com larga experiência em mobilização social, o Circo Lahetô foi vencedor, por dois anos seguidos, do prêmio regional Itaú-Unicef, promovido pela Fundação Itaú Social.

Ao tornar-se Ponto de Cultura do Programa Cultura Viva do Governo Federal, consolidou-se como espaço performático, ambiente de formação e inclusão social, uma referência única para a comunidade circense. Com o apoio da ONG espanhola Manos Unidas, a escola de circo montou uma biblioteca que dá suporte a um programa de incentivo à cultura que tem impacto relevante na comunidadeatendida. O Circo Lahetô conta com o patrocínio da Petrobras para a realização do projeto História de Goiás no Picadeiro.

História de Goiás no Picadeiro - Circo Laheto, dias 3 e 4 de abril – 20h, no Circo Laheto – Parque da Criança – Jardim Goiás (ao lado do Estádio Serra Dourada). Ingresso: 1kg de alimento não perecível (exceto fubá e sal) | Telefone: (62) 3281-3301. | www.circolaheto.org

. Programação.: 2, 3 e 4 de abril – Goiânia (espetáculo de abertura somente para convidados): 17, 18 e 19 de abril – Anápolis | 24, 25 e 26 de abril – Pirenópolis: 8, 9 e 10 de maio – Aparecida de Goiânia| 15, 16 e 17 de maio – Alto Paraíso 22, 23 e 24 de maio – Cidade de Goiás | 29, 30 e 31 de maio – Rio Verde | 5, 6 e 7 de junho – Jatai | 26, 27 e 28 de junho – Mineiros

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