Energia não é problema no Brasil, diz industrial europeu

O Brasil tem um alto nível de segurança no setor energético. Essa foi a observação do industrial Thomas Nagy, vice-presidente da multinacional dinamarquesa Novozymes, maior fabricante de enzimas do mundo e que desenvolve a transformação do bagaço de cana em bioetanol de segunda geração. "Na tecnologia de bioetanol, o Brasil mostrou ao mundo que é possível fazer. O país investiu em tecnologia e hoje tem um nível alto e estável de segurança", comentou o dinamarquês, observando também a grande riqueza de recursos hídricos que o país possui. Nagy veio ao Brasil em visita de rotina à empresa, que tem uma unidade instalada em Araucária, Região Metropoplitana de Curitiba - PR. Ele aproveitou para acompanhar o trabalho nos laboratórios, onde cientistas brasileiros e estrangeiros sintetizam as enzimas que permitirão retirar bioetanol do bagaço a custos acessíveis ao mercado. Com isso, espera-se que o Brasil possa triplicar a produção de álcool sem ter que plantar um único hectare a mais de cana. De acordo com Nagy, o bioetanol é o caminho mais rápido e viável na busca por fontes de energia sustentáveis. "Os carros elétricos são uma alternativa que só vai funcionar mesmo daqui a dez ou vinte anos", disse Nagy. "No momento busca-se melhorar a eficiência dos combustíveis para que rendam mais e prejudiquem cada vez menos a natureza", comentou. O bioetanol emite de 80% a 90% menos dióxido de carbono, gás que provoca o aquecimento global, se comparado à gasolina.