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28/03/2009 - 11:03

“Banco Central deve ser agressivo na redução de juros”, afirma Gustavo Loyola, durante encontro com executivos em São Paulo

São Paulo – Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central, acaba de falar a cerca de 123 executivos associados ao LIDE – Grupo de Líderes Empresariais sobre Sustentabilidade Econômica. O encontro foi realizado no Hotel Intercontinental, em São Paulo. Na ocasião, Loyola se posicionou em relação ao cenário da crise econômica mundial, a estabilidade da economia brasileira e suas preocupações com a redução de juros e reformas políticas. Este evento antecipa a principal discussão do 8º Fórum Empresarial de Comandatuba, cujo tema será “Sustentabilidade Econômica e Sustentabilidade Ambiental”, que acontece entre 18 e 21 de abril, na Bahia.

“O Banco Central tem realizado um importante trabalho, porém precisa ser mais agressivo nas ações para a redução de juros”. Para ele, a crise externa passa pela resolução da crise bancária e da importância que os bancos têm dado ao ponto de liquidez. “Temos espaço para uma reação política monetária, por isso, vemos um bom cenário para o Brasil, com a reativação da economia no segundo semestre através da redução das taxas da Selic”, destaca o economista.

As perspectivas para a crise econômica mundial não são otimistas, mas a forma de gestão é fundamental neste processo. “O mundo não sairá rapidamente da crise, ela levará cerca de dois anos, daí teremos um encolhimento do PIB mundial entre 0,5% e 1%, sendo que a China manterá o equilíbrio da situação com seu crescimento previsto em 6,5% e 7%. Lembrando que a crise é agressiva nos países desenvolvidos e nem tanto nos emergentes”, afirma Loyola.

Loyola observa, ainda, que as empresas e os investidores têm demonstrado uma visão equivocada para a solução da crise, pois querem retornos de lucratividade, em curto prazo, e enxergam o Estado como porto seguro de assertividade. “Precisamos repensar os mecanismos e as atitudes durante a crise, o Estado precisa do apoio das empresas, pois também comete erros. Além disso, ao olharmos para o lucro em curto prazo, colocamos em risco empresas e o patrimônio dos investidores envolvidos. Essa postura coloca a sustentabilidade no segundo plano e isso é grave em tempos de crise”, analisa o economista.

No Brasil, a situação é favorável, por isso, Gustavo Loyola relembrou as ações que estruturaram a economia brasileira durante a sua gestão no Banco Central. “As mudanças institucionais que ocorreram nos últimos anos fortaleceram o que existe hoje. Ações como o Plano Real, as privatizações e medidas econômicas da área fiscal criaram um sistema sólido e capaz de absorver a crise”, descreve o economista.

A maior preocupação de Loyola atualmente é a preservação da responsabilidade fiscal do Brasil. Para ele, toda medida que implica em novos riscos para a área fiscal deve ser bem planejada. “Não podemos errar com políticas equivocadas na área fiscal, principalmente, pois temos uma reputação formada. Devemos relembrar que as reformas bem estruturadas são fundamentais e devem ser realizadas. Até hoje, essas iniciativas tem refletido, positivamente, no desempenho brasileiro para a superação de crises. Na minha visão, este é o retrato da sustentabilidade econômica brasileira”, finaliza.

Sobre Gustavo Loyola: economista brasileiro, graduado pela Universidade de Brasília, mestre e doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas, e ex-presidente do Banco Central do Brasil, cargo que ocupou em dois períodos distintos. Loyola foi diretor operacional da Planibanc Corretora de Valores de novembro de 1987 a janeiro de 1989 e diretor-adjunto do Banco de Investimento Planibanc S.A. de fevereiro a outubro de 1989.

No Banco Central, exerceu o cargo de diretor de Normas do Mercado Financeiro e chefe do Departamento de Normas do Mercado de Capitais (1990-1992). Em seguida, se tornou presidente do Banco Central (novembro de 1992 a março de 1993), substituindo Francisco Roberto André Gros, pouco antes do Impeachment de Fernando Collor. Retornou ao cargo de presidente em junho de 1995, permanecendo até agosto de 1997, quando foi substituído por Gustavo Franco.

Perfil do LIDE: fundado em junho de 2003, o LIDE - Grupo de Líderes Empresariais tem cinco anos de atuação, registrando crescimento acima de 500%, num total de 574 empresas associadas, que representam 44% do PIB privado brasileiro. O objetivo do Grupo é difundir e fortalecer os princípios éticos de governança corporativa no País, promover e incentivar as relações empresariais e sensibilizar o apoio privado para programas comunitários e ambientais.

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