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31/03/2009 - 11:00

Crise derruba confiança do empresário, aponta pesquisa da Serasa Experian

Apenas 21% dos executivos vão ampliar investimentos. Essa percentual era 50% no começo do ano. Pesquisa com 1015 executivos registra pior expectativa para os investimentos em 2º trimestre desde 2005, quando foi criado o levantamento.

São Paulo- A crise financeira global continua mudando a expectativa dos empresários. De acordo com a Pesquisa Serasa Experian de Expectativa Empresarial, 33% dos empresários vão reduzir os investimentos no 2º trimestre de 2009 em relação ao mesmo período de 2008. No 1º trimestre deste ano, apenas 14% pretendiam reduzir os investimentos na mesma comparação. Por outro lado, somente 21% dos empresários entrevistados pretendem ampliar seus investimentos no 2º trimestre de 2009 ante igual período de 2008 (no 1º trimestre de 2009, esta cifra correspondia a 50% dos empresários). Assim, na avaliação do 2º trimestre de 2009, a intenção de ampliar investimentos caiu pouco abaixo da metade verificada nos primeiros três meses de 2009.

A pesquisa foi realizada na primeira quinzena de março com 1015 executivos (presidentes, diretores e economistas-chefes) das empresas representativas dos setores da indústria, comércio, serviços e instituições financeiras do país.

Na análise setorial, nota-se que a Indústria tem a maior parcela de empresários apostando na queda dos investimentos (36%), seguida dos Serviços (33%) e Comércio (32%). As Instituições Financeiras tem 27% de seus respondentes acreditando em queda dos investimentos e 32% no sentido oposto, esperando alta, se distinguindo dos demais segmentos por um otimismo maior que a parcela que opinou pelo recuo.

Na análise por porte, os executivos das médias empresas praticamente se dividem entre estabilidade (41%) e decréscimo (39%) dos investimentos no 2º trimestre de 2009 em relação a igual período do ano passado. Já nos outros portes, há predominância da manutenção dos investimentos e a aposta de queda, mesmo abaixo desta, ela é significativa.

Na perspectiva histórica dos 2º trimestres desde 2005, o de 2009 retrata a maior parcela (33%) que crê em decréscimo dos investimentos e, ao mesmo tempo, a menor otimista (21%).

A análise regional demonstra que a região Norte é a mais pessimista com relação aos investimentos (41% das empresas vão reduzi-los neste 2º trimestre), seguida de perto pelo Sudeste (37%).

Faturamento aparece como dúvida - As expectativas dos empresários estão divididas no que diz respeito ao faturamento de sua empresa. No 2º trimestre de 2009, 37% dos entrevistados preveem estabilidade do faturamento de seu negócio em relação ao 2º trimestre de 2008, 31% acredita em elevação e 32% em diminuição. No 1º trimestre de 2009, a distribuição das respostas era: 36% aumento, 35% manutenção e 29% queda. De qualquer forma, há uma ligeira deterioração das opiniões na relação 1º e 2º trimestres 2009.

Na série histórica dos 2º trimestres, desde 2005, há o menor patamar de otimismo (31%) sobre o faturamento e o maior de redução (32%).

Na visão por porte e por setor, não há tendência definida para seu próprio faturamento. A Indústria, o Comércio e os Serviços, de empresas pequenas, médias e grandes se posicionam divididos igualmente com opiniões ao redor de 30% em relação ao aumento, diminuição e manutenção do faturamento.

Na análise regional, os empresários do Centro-Oeste estão mais otimistas em relação ao faturamento de suas empresas no 2º trimestre. São 46% dos empresários locais nessa referência. Em seguida está o Nordeste, com 39% dos empresários aguardando o aumento de seu faturamento, 39% estabilidade e 22% queda. O Sudeste é a região menos otimista, com 36%de seus empresários aguardando queda no faturamento de suas empresas no período.

A SELIC vai cair - 52% das empresas dizem que a SELIC vai cair no 2º trimestre. A Indústria é o setor onde a expectativa é maior, com 65% dos entrevistados apontando nessa direção. Na sequência está o Comércio, 53% de seus empresários.

A média (59%) e a grande (58%) empresas estão mais confiantes na diminuição na SELIC. O Sul (56%) e o Sudeste (53%) encabeçam a lista dos mais convencidos em relação à redução da taxa básica e juros.

O Real desvalorizado - Para 79% dos respondentes, o dólar vai se valorizar frente ao Real no 2º trimestre de 2009. É o maior percentual de apostas contra o Real em todos os 2º trimestres desde a criação da pesquisa. Em relação ao 1º trimestre, os palpites nessa direção caíram. Eram 87% e houve uma migração, sobretudo, para a estabilidade.

Por setor, 83% dos empresários da Indústria aguardam uma valorização do dólar. Os demais setores (Comércio, Serviços e Instituições Financeiras) têm posição ao redor de 79% nessa questão. O Centro-Oeste (83%) e o Sudeste (81%) compartilham mais intensamente dessa questão no câmbio.

Desemprego em alta - Para 76% dos empresários, o desemprego vai aumentar no 2º trimestre, que repete o patamar do trimestre anterior. Na perspectiva histórica dos 2º trimestre, também é o indicador mais negativo. Todos os setores e porte de empresas compartilham dessa opinião. Os destaques ficam com as Instituições Financeiras (88%) e as grandes empresas (83%). O Sudeste (79%), Sul (77%) e Centro-Oeste (75%) são as regiões que enxergam a piora no emprego.

Renda do brasileiro vai encolher - No 2º trimestre, 53% dos empresários creem em recuo da renda média da população e 37% em estabilidade na comparação com igual período de 2008. As Instituições Financeiras (65%) e as médias e grandes empresas (59% cada) também estão à frente dessa expectativa. O Sudeste (59%) é a região menos otimista na questão da renda. Novamente, na série histórica dos 2º trimestres, desde 2005, é o indicador (53%) que aponta a maior queda na renda do brasileiro no período.

Inadimplência e o endividamento da população estão subindo - Para o 2º trimestre deste ano, 78% dos empresários esperam o agravamento da inadimplência da população. 95% dos entrevistados nas Instituições Financeiras aguardam por essa situação e são seguidos pela Indústria (84%). As grandes (83%) e médias (82%) empresas apontam para essa perspectiva. As regiões Centro-Oeste (79%), Sul (79%), Sudeste (77%), Nordeste (75%) e Norte (64%) estão convencidas de que a inadimplência da população continuará a subir no próximo trimestre. Nos primeiros três meses do ano 72% dos entrevistados já apontavam para o aumento da inadimplência.

Em relação ao endividamento da população, 69% dos respondentes da pesquisa falam em aumento no 2º trimestre. No mesmo período anterior eram 64%. O patamar atual praticamente empata com os verificados nos 2º trimestres de 2008 e 2005. O Comércio (74%) e as Instituições Financeiras (72%) lideram essa opinião na análise setorial. Por porte de empresa, as pequenas (72%) são as menos otimistas sobre o tema. O Nordeste (72%), Centro-Oeste (71%), Sudeste (69%), Sul (69%) e Norte (57%) estão em consenso sobre a ampliação do endividamento do brasileiro.

PIB: Empresas esperam crescimento em 2009 - Para 39% das empresas o PIB crescerá entre 1% e 2% neste ano em relação a 2008. Para 35% o crescimento será entre 2% e 3%. Para 14%, o PIB anual ficará abaixo de 1%.

Avaliação - Os indicadores da pesquisa mostram uma deterioração das expectativas empresariais entre os 1º e 2º trimestres de 2009 por conta dos efeitos da crise financeira global. Além disso, a metodologia da Pesquisa de Expectativa parte da comparação entre iguais períodos, 2º trimestres 2009/2008, neste caso é considerado um período sem crise, com pleno crescimento da atividade econômica (2008) e outro, em 2009, já sob as conseqüências do evento global, evidenciando perspectivas mais negativas em relação à base estabelecida.

Metodologia da Pesquisa Serasa Experian de Expectativa Empresarial - O objetivo da Pesquisa Serasa Experian de Expectativa Empresarial é identificar as principais tendências da economia para o trimestre, a partir do levantamento das perspectivas dos empresários, indo além da confiança desses agentes.

A pesquisa da Serasa Experian, que há 40 anos tem participação expressiva na evolução econômico-financeira do Brasil, começou a ser desenvolvida em 2005 e apresentou um alto grau de assertividade em suas edições experimentais. Trata-se de um levantamento estatístico com uma amostra de mais de mil empresas representativas dos setores da indústria, comércio, serviços e instituições financeiras, dos portes pequeno, médio e grande e das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Divulga informações quantitativas de variáveis que captam as perspectivas das empresas sobre as condições macroeconômicas do país (PIB, taxa de juros e taxa de câmbio), os indicadores de emprego e renda (taxa de desemprego e renda média da população), a inadimplência e a oferta de crédito geral (grau de inadimplência da população, oferta de crédito na visão da indústria, comércio e serviço e oferta de crédito para pessoa física (PF) e pessoa Jurídica (PJ) na visão das instituições financeiras) e os indicadores do negócio de cada empresa (faturamento e investimento).

Os resultados retratam a percepção das empresas sobre o ambiente econômico e podem antecipar eventos que de fato ocorrerão na economia. Foram obtidos a partir da média ponderada das respostas de cada empresa e consideram a maior proporção das respostas possíveis (crescimento, estabilidade e queda).

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