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27/03/2007 - 08:33

Veículos básicos e mais baratos ganham o mercado mundial

Carros com preço inferior a € 10 mil revolucionam indústria automotiva e devem totalizar 18 milhões de unidades comercializadas até 2012.

As montadoras têm produzido carros pequenos e baratos para a grande massa desde o início da era do automóvel. A diferença é que hoje eles são desenvolvidos em diferentes partes do mundo, o que tem proporcionado um crescimento meteórico na fabricação de veículos de baixo custo.

Os consumidores norte-americanos e europeus, que estavam acostumados a adquirir produtos de alto valor, estão voltando a aderir ao modelo básico, aquele que simplesmente serve para ir de um ponto a outro. E, para quem tem alto poder aquisitivo, os automóveis baratos são boas opções para segundo ou terceiro carro.

Um estudo recente desenvolvido pela consultoria internacional Roland Berger Strategy Consultants estima que, em 2012, 18 milhões de veículos dos segmentos A e B estarão sendo vendidos no planeta. Carros de menos de USD 10 mil representarao uma fatia significante destes 18 milhoes de carros. Trata-se de um crescimento de quatro milhões de unidades nos próximos seis anos, o que tornará estes dois segmentos A e B muito mais dinâmicos que todo o mercado automotivo mundial. “A categoria está se expandindo rapidamente, e vai mudar todo o mercado”, afirma Wim van Acker, sócio da Roland Berger nos Estados Unidos e que foi responsável pelo setor automotivo no Brasil por vários anos.

“O crescimento nesse mercado não significa jogar os preços para baixo além do necessário, mas os consumidores norte-americanos podem esperar uma maior oferta de modelos populares”, garante van Acker. O mesmo vale para a Europa. “Até mesmo as pessoas com orçamento apertado terão mais opções em breve”, complementa Ralf Kalmbach, responsável pela consultoria automotiva da Roland Berger em Munique. De acordo com os consultores, mesmo na Alemanha, sede de grandes montadoras como Mercedes e BMW, há demanda para opções de baixo custo como o Dacia Logan, da francesa Renault.

“No Brasil, carros de baixo custo também chegarão nos próximos meses”, diz George Freund, sócio da Roland Berger em São Paulo. Para ele, diferentemente de experiências passadas que não tiveram sucesso, agora falamos de carros ao gosto do consumidor brasileiro, mas de menor custo de produção. “Preço baixo não significa um carro totalmente destituído de itens de conforto”, explica.

Enquanto a pressão econômica leva os consumidores de Estados Unidos, União Européia e Japão de volta aos carros básicos e baratos, o recente aumento de renda da população é o que mais influi na crescente demanda dos países emergentes. China e Índia são os principais exemplos de países onde o número de pessoas que adquirem um carro pela primeira vez está crescendo vertiginosamente, de acordo com a evolução de suas riquezas. Com o crescente aumento do poder de compra, mais de 1,6 milhão de proprietários de motocicletas vão se tornar donos de automóveis por volta de 2012 e, segundo o estudo da Roland Berger, a maioria optará pela categoria de carros pequenos.

Promessas e ameaças do Oriente - As montadoras ao redor do mundo anseiam conquistar esse crescente mercado de consumidores interessados em comprar seu primeiro automóvel. Nesse cenário, os fabricantes locais estão no caminho certo, pois não estão apenas produzindo veículos baratos e de melhor qualidade para venda interna, estão é de olho nos Estados Unidos e na Europa.

As empresas chinesas, por exemplo, estão investindo na melhoria de sua tecnologia e em escala de produção para competir globalmente. Ao expor seus modelos nos principais salões internacionais, deixam sua ambição bem às claras. E, embora tenham feito enorme progresso nos últimos anos, ainda levarão algum tempo até começar a construir carros que se equiparem aos padrões norte-americanos e europeus. Muitas estão revendo suas estratégias de produção de veículos de baixo custo para esses mercados, considerados maduros.

Lucro com baixo custo - As grandes montadoras estão cientes da ameaça que vem dos países emergentes. Apesar da dificuldade de obter lucro com a comercialização de carros baratos, Toyota, Volkswagen e Renault já estão na dianteira, com a produção dos modelos Aygo, Fox e Dacia, respectivamente. A Toyota, por sinal, após ter conquistado os mercados norte-americano e europeu com seus carros pequenos, deve tentar expandir a liderança e oferecer veículos de baixo custo em grande escala para os países emergentes. Outras empresas têm planos semelhantes.

O fato é que o segmento de baixo custo oferece às grandes montadoras excelentes oportunidades em mercados considerados mais maduros. E, de certa forma, estão um passo à frente das montadoras asiáticas.

Segundo a Roland Berger, a estrada para o sucesso não será fácil. As empresas precisam fazer uma análise completamente diferenciada, bem como rever seus processos de produção, se quiserem lucrar nesse segmento.

Perfil da Roland Berger - Consultoria internacional com forte presença no Brasil há 30 anos, a Roland Berger Strategy Consultants foi fundada em 1967, em Munique e Milão, e presta serviços a clientes de todo o mundo. Cerca de 30% das mil maiores companhias globais procuram seus serviços da consultoria. Com 31 escritórios em 22 países e 1.700 funcionários, a empresa realiza projetos que enfocam temas relevantes de alta gestão empresarial e possui know-how em diversos ramos, como comunicações e alta tecnologia, varejo e bens de consumo, automotivo e transportes, serviços financeiros, engenharia e construção, cimento, papel e celulose, bens de capital, serviços públicos e saúde, farmacêutica, química e petroquímica.

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