Moveleiros buscam entendimento com governo argentino

Em busca de uma solução para a retomada do fluxo do comércio bilateral e das barreiras argentinas contra os produtos brasileiros, os empresários dos dois países voltarão a se encontrar no próximo dia 7 de abril no Brasil. O objetivo é dar continuidade nas negociações iniciadas na semana passada em Buenos Aires. “Esperamos que nesse intervalo de quinze dias eles tenham conseguido dimensionar seu mercado e reavaliar as cotas de importação dos móveis brasileiros conforme comprometido”, declarou José Luiz Diaz Fernandez, presidente da Abimóvel – Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário e representante dos empresários brasileiros durante o encontro. A delegação brasileira foi liderada pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho.

As diferenças comerciais surgiram no mês passado, quando a Argentina aplicou medidas antidumping a cerca de 200 produtos de importação, incluindo móveis. Para o governo portenho, a medida serviria para proteger e incentivar a produção local, que por sua vez não tem capacidade de suprir a demanda interna. De acordo com os números divulgados no último encontro, apenas 4 empresas argentinas possuem acima de 250 funcionários. “Sabemos que os fabricantes argentinos suprem apenas a metade do seu mercado consumidor. Temos que ficar de olhos bem abertos para essa medida não beneficie outros países, como a China”, enfatiza Fernandez.

As vendas de móveis brasileiros para a Argentina caíram 52% nos primeiros dois meses deste ano. Com o novo decreto de Licença de Importação (LI) imposto pelo governo argentino, que entrou em vigor a partir de 25 de março, todos os móveis só entram no país mediante uma aprovação não automática, ou seja, as licenças serão emitidas manualmente. O prazo estimado pelo governo para essas emissões é de 60 dias, mas os importadores acreditam que as liberações podem demorar até 120 dias. Desde a nova Licença, as exportações estão zeradas.

Em 2008, a Argentina foi responsável por 12,1% das exportações de móveis brasileiros, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Um volume de negócios da ordem de US$120 milhões.