Assocon apresenta resultado da 1ª Pesquisa sobre Intenção de Confinamento para 2009

Resultado do levantamento realizado com 47 confinadores associados à Assocon, mais nove confinamentos independentes, mostra crescimento variando entre 5,7% e 3%.

Apesar do atual quadro econômico instável e dos prognósticos que sinalizam para uma retração quase certa da atividade do confinamento em 2009, a Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), entidade que responde por 25% da força do confinamento no País, acaba de divulgar o resultado de uma pesquisa sobre intenção de confinamento, a primeira do ano, que mostra que o ânimo do pecuarista para investir na produção não arrefeceu por completo e a aposta na recuperação dos preços da arroba bovina a partir do segundo semestre continua.

O levantamento realizado pela equipe técnica da Assocon, durante os três primeiros meses do ano, ouviu a opinião de 47 confinadores associados, divididos nos estados de GO, MT, MG, SP, MS e PR, a fim de saber qual o real interesse desses pecuaristas para investir no confinamento de gado em 2009.

De acordo com o estudo, a expectativa inicial é de que os confinadores associados da Assocon confinem, já a partir do mês de Maio, um volume de 498.146 cabeças, montante 5,7% maior que as 471.389 cabeças de gado abatidas ano passado. “O ponto que mais contribui para esse percentual positivo é o fato de muitos dos associados desenvolverem pecuária de ciclo completo (cria, recria e engorda), situação que diminui muito o impacto dos preços do boi magro sobre eles, item que responde por até 70% do custo do total do confinamento”, explica Bruno Andrade, zootecnista da Assocon e responsável técnico pela pesquisa.

A pesquisa considerou ainda outra base de dados computando números de um grupo formado por nove confinamentos independentes sediados nos estados do PR, SP e GO, que participaram voluntariamente da pesquisa. Neste caso, o balanço também sinaliza para crescimento da ordem de 3% no rebanho (810.896 cabeças), considerando o volume de gado confinado pelo mesmo grupo em 2008 (786.953 cabeças).

A análise comparativa dos dados atuais com a realidade do confinamento no mesmo período de 2008 mostra que apesar do percentual bem abaixo dos 22% projetados na época a conjuntura atual é bem mais favorável. Isso considerando o universo Assocon. A razão, segundo o diretor executivo da Assocon, Juan Lebrón, é que das 498.146 cabeças de gado necessárias para confirmar o crescimento projeto para o confinamento em 2009, 76% já estão compradas. Apenas para efeito de comparação, em Abril de 2008 esse percentual era de apenas 44%, segundo números da Assocon.

Ainda segundo Juan Lebrón, as expectativas pouco otimistas do mercado com relação ao desenrolar da crise financeira mundial e seus efeitos de longo prazo na economia de países emergentes, somada ao encarecimento do boi magro por falta de oferta e preços achatados para a arroba, transformaram 2009 em um ano de superação para o confinamento de gado no Brasil. “Entretanto, esse é o momento da cadeia do agronegócio da carne bovina unir esforço em torno de ações que tragam de volta a estabilidade aos negócios do setor”, finaliza.