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10/04/2009 - 12:00

Reciclagem da lata de alumínio: por que o brasil permanece na liderança?

Para muitos, pode parecer óbvio o fato de o Brasil ser o país que mais recicla lata de alumínio no mundo, já que a atividade gera renda para cerca de 180 mil pessoas e é responsável por uma receita anual de mais de R$ 1,8 bilhão. Entretanto, não é só a questão social que garante aos brasileiros um índice de reciclagem de 96,5%.

Essa conquista se deve também à atuação organizada de toda a cadeia industrial, que desde a chegada da lata de alumínio ao Brasil, no final dos anos 80, vem investindo em pesquisa e desenvolvimento, ao mesmo tempo em que se preocupa com a gestão socioambiental.

Hoje, o comércio de sucata de alumínio tomou corpo em todos os cantos do País, graças à multiplicação dos centros de coleta seletiva, e contribui para a manutenção de milhares de pessoas que trabalham no recolhimento e processamento das latas, tendo um importante papel social. Nesses centros de coleta, as latas são prensadas e enfardadas, facilitando assim a logística de transporte para os centros processadores situados na região Sudeste.

Outros atores como condomínios, ONGs, cooperativas e associações, além das próprias administrações públicas, também vêm contribuindo e muito para esse cenário positivo. Prova disso é que em 1994 apenas 81 municípios brasileiros contavam com programas permanentes de coleta seletiva. Em 2008, esse número subiu para 405.

Não podemos esquecer a influência dos programas de educação ambiental liderados pela iniciativa privada e pelo terceiro setor. Realizados principalmente em escolas, essas ações possibilitam, inclusive, que as crianças atuem como agentes multiplicadores, conscientizando seus pais e irmãos sobre a importância de se reciclar.

E o círculo virtuoso da reciclagem da lata de alumínio tem girado cada vez mais intensamente em função do crescimento do mercado de bebidas em lata – estima-se que o ciclo de vida da lata de alumínio seja de 30 dias. Ou seja, o tempo que a lata volta ao ponto de consumo como uma nova lata é de apenas um mês. Em 2008, foram consumidas 13,3 bilhões de latas, 1 bilhão a mais que no ano anterior.

No início, as latas de alumínio recicladas viravam quase em sua totalidade matéria-prima para novas latas, poupando assim energia e recursos naturais. Era a “lata que virava lata”. Hoje, outros mercados foram inseridos na cadeia, como é o caso da indústria automotiva e da siderurgia, contribuindo para um maior volume de captação da lata, mas com utilização que foge do conceito de reciclagem, ou seja, da volta ao consumo como mesmo produto.

Mesmo na atual conjuntura mundial de crise, a indústria da lata de alumínio e as que a ela dão suporte não estão deixando de investir. Já se ouve falar, por exemplo, do desenvolvimento de uma lata de alumínio que, após aberta, pode ser fechada novamente, conservando o gás da bebida.

Tudo isso porque estamos diante de um mercado maduro, em ascensão, que tem sido pouco afetado, mesmo em outros países. Beber uma cerveja ou refrigerante gelado é um dos prazeres que dificilmente o brasileiro vai abrir mão, mesmo nesse cenário de incertezas. E, para muitos, a praticidade da lata de alumínio se perpetuou, comportamento que acaba refletindo nos altos índices de reciclagem que o Brasil vem registrando há mais de uma década.

. Por: Osmar Marchioni, gerente de suprimentos da Novelis, líder mundial em laminados e reciclagem de alumínio.

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