Brasil e América Latina têm posição privilegiada na crise

Combustíveis renováveis e reservas de petróleo e gás colocam Brasil numa posição favorável para superar a crise, que será discutida no Fórum Econômico Mundial, que ocorrerá no Rio de Janeiro, de 14 a 16 de abril.

Quais serão as implicações da crise econômica global para a América Latina? Este será um dos principais temas debatidos pelo Fórum Econômico Mundial que acontece de 14 a 16 de abril no Rio de Janeiro. A reunião acontece num momento crucial para a América Latina. Depois da recente cúpula do G20 em Londres, o evento será uma oportunidade para os participantes debaterem como devem ser as respostas da região à crise econômica global, em termos concretos. "Neste momento de crise, sobressaem-se as vantagens competitivas de cada bloco regional e país. E a América Latina, em especial o Brasil, está em situação privilegiada devido à sua potencialidade de produzir energia a partir de combustíveis renováveis, ecologicamente corretos e a um custo muito mais competitivo do que os equivalentes produzidos no Hemisfério Norte. Esse será o grande tema em discussão pelo Fórum, como já aponta a política em desenvolvimento nos Estados Unidos pelo presidente Barack Obama", avalia Tom Searle, vice-presidente Mundial da CH2M HILL.

Para Searle, na América Latina, a eficiência energética, os biocombustíveis, as energias renováveis e a integração regional da rede elétrica e da rede de gás são grandes oportunidades de investimento para a indústria da energia. "Temos de desenvolver as fontes múltiplas em uma estratégia integrada - considerando o equilíbrio com o meio ambiente, as alterações climáticas e a sustentabilidade. Se formos esperar por condições perfeitas, haverá maior escassez de recursos em várias partes da cadeia de fornecimento que sofreram com a crise. Aqueles que investirem neste momento estarão preparados para o inevitável aumento dos preços e oportunidades de mercado para o futuro em um mundo que precisa cada vez de maiores quantidades de energia e água e enfrenta desafios extremos devido às alterações climáticas", afirma.

Segundo o executivo, que estará no Rio de Janeiro para o Fórum Econômico Mundial, a ser realizado sob o tema "Implicações da Crise Econômica Global para a América Latina", a previsão é de que os mercados do Brasil e das Américas Central e do Sul cresçam cada vez mais e ocupem posições hoje mantidas pelos Estados Unidos. "A atual crise econômico-financeira mundial terá maior repercussão nos Estados Unidos e deslocará parcela considerável das operações desenvolvidas nos EUA para países situados na América Latina, Oriente Médio e Ásia", avalia Searle.

Com sua imensa riqueza em recursos naturais e biodiversidade, força de trabalho jovem e sistemas financeiros relativamente estáveis, a América Latina tem capacidade de enfrentar a atual crise com sucesso. Entretanto, não deve perder de vista o desafio no longo prazo de harmonizar a expansão econômica com o progresso social".

A boa fase atual e os prognósticos favoráveis para a economia brasileira, especialmente nos setores de mineração, petróleo, gás e biocombustíveis, transformarão o Brasil em um dos mercados mais promissores para as empresas transnacionais, segundo Tom Searle.

Perfil da CH2MHILL - A CH2M HILL foi fundada em 1946, com sede em Denver, no Colorado (EUA), tem 184 escritórios distribuídos por 76 países e faturamento anual de US$ 6 bilhões. É líder global em engenharia multidisciplinar, gerenciamento, construção, operações e meio ambiente e tem cerca de 25 mil funcionários atualmente. Entre suas principais obras mundiais incluem-se os projetos e o gerenciamento das obras para as Olimpíadas e Paraolimpíadas de Londres 2012 e o Programa de Expansão do canal do Panamá. Tem operações na América Latina (Brasil e Argentina), América Central, América do Norte (Estados Unidos e Canadá), Europa, Oriente Médio, Ásia (China) e Oceania.