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16/04/2009 - 11:21

Sustentabilidade, para maior produtividade econômica

Em junho do ano passado, no mês em que se realizava em Brasília o II Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade, esteve entre nós o britânico John Gummer, presidente do conselho de administração do Quality of Life Policy Group, organização ligada ao Partido Conservador inglês que monitora as políticas de desenvolvimento do Reino Unido. Para Gummer, que defende o uso de “economia verde” ao invés de “sustentabilidade”, a nova expressão “ajudaria a difundir o real significado de desenvolvimento sustentável, que é o de viabilizar o crescimento econômico em harmonia com o meio ambiente”.

Trata-se, todavia, não de debate de termos e, sim, de diferenças de enfoque, fruto de interesses econômicos de prazos mais imediatos e da baixa compreensão que em geral se tem do muito amplo conceito de sustentabilidade.

Para discutir questões como estas – a noção de sustentabilidade, como proposta pela “Carta da Terra”, opõe-se à necessidade de manter o desenvolvimento mundial sustentável? – será realizado na segunda semana de maio o II Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade, recebendo especialistas brasileiros e de outros países, entre os quais os educadores Bernardo Toro, Mário Sergio Cortella e Terezinha Azeredo Rios, a física e filósofa Dana Zohar, o Prêmio Nobel de Economia Edmund Phelps, os economistas Demian Fiocca e Luiz Gonzaga Belluzzo, o advogado e atual Ministro da Educação Fernando Haddad, o líder de causas indígenas André Fernando Baniwa e os Prêmio Nobel da Paz Mohan Munasinghe e David Trimble, entre outros.

Choque de visões – “Nos estudos conduzidos mundialmente pela ONU para produzir a “Carta da Terra”, explica Marta Rocha, diretora geral do evento, “fica claro que o conjunto de vertentes englobadas no conceito de sustentabilidade pensa a Economia como um processo de longo prazo e duradouro, na medida em que o ser humano continue no planeta Terra e nele deva seguir produzindo e fazendo comércio. Para isso, o olhar da “Carta da Terra” vai além da visão de mercado, mais imediatista, e propõe a valorização articulada de inúmeros aspectos da vida humana que têm, a longo e muito longo prazos, profundos impactos sobre a economia de todas as nações, por redundarem em aumento sustentado da qualidade geral de vida”.

A executiva se refere ao conjunto de vertentes englobadas no documento “Carta da Terra”, produzido em 2000 pela Unesco, que ultrapassa os aspectos relacionados exclusivamente a “economia versus meio ambiente” e abrange sustentabilidade social, cultural e política, aspectos entrelaçados entre si e necessários para a vigência de uma governança mundial sustentável.

Sustentabilidade e comunicação – Por ser ciência social aplicada, a Economia é um berço de multidisciplinaridade para a análise e compreensão da realidade na qual ela pretende intervir, para melhor orientar o processo produtivo e a as dinâmicas de troca. Por este motivo, sem englobar outras dimensões da vida em sociedade – equidade, respeito aos modos de vida dos povos, desconcentração de renda, participação democrática das populações e necessidade de uma cultura de paz – a sustentabilidade se limitaria à questão de como produzir mais sem ameaçar tanto o meio ambiente, sem levar em conta as populações e sua qualidade de vida, que são o motor das próprias economias.

Por razões assim, quando o II Fórum de Comunicação e Sustentabilidade foi concebido (e já estão agendados para os dois próximos anos o III, no Rio de Janeiro, e o IV, em Belo Horizonte), sua direção geral optou por três vertentes: adotar como eixo de reflexão a totalidade de princípios da “Carta da Terra” (para manter vivo seu espírito), fortalecer a interligação entre sustentabilidade e comunicação (para favorecer a ampliação da taxa de disseminação de seus temas no seio das populações) e dirigir o evento para estudantes de Graduação superior e professores (para favorecer a formação de gerações mais comprometidas com os valores da sustentabilidade).

“Com isso, explica Marta Rocha, todos os setores da sociedade, inclusive aqueles mais diretamente ligados a estruturas produtivas, estariam representados, dentro de um espectro de atividades reflexivas que impede a fragmentação analítica tão própria do olhar de mercado que nos dominou até muito pouco tempo e tem impedido a adoção de medidas concretas mais eficazes em prol da sustentabilidade, do nível governamental ao nível individual”.

“Inclusive, conclui ela, para expandir o alcance desta discussão, já que os problemas econômicos associados à sustentabilidade ultrapassam todas as fronteiras nacionais do mundo globalizado, estaremos levando em tempo real estas reflexões para países da América do Sul, da África e da Europa”.

Com este intuito, as atividades do II Fórum internacional de Comunicação e Sustentabilidade serão acessíveis por internet streaming, com tradução simultânea em espanhol, para faculdades e universidades latinoamericanas e de Angola, Moçambique e Portugal.

Perfil do II Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade - O II Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade é um evento itinerante pelo eixo Brasília - São Paulo - Rio de Janeiro – Belo Horizonte, que tem como objetivo promover o entendimento e a discussão entre setores público, privado e sociedade civil sobre o papel educativo da comunicação para a compreensão do conceito da sustentabilidade. A 1ª edição, que aconteceu em Brasília (DF), contou com nomes como o economista Rajendra Pachauri (ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2007), Muhammad Yunus (fundador do Grameen Bank - o Banco dos Pobres - e Prêmio Nobel da Paz em 2006), Oded Grajew (idealizador do Movimento Nossa São Paulo, Fundação Abrinq e do Fórum Social Mundial), entre outros. A 2ª edição do evento focará na educação, na diversidade humana, no meio ambiente e nos fatos históricos das crises econômicas vividas no século XX e XXI.

O II Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade conta com o patrocínio de: Vale, Petrobras, Banco do Brasil, Banco de Brasília (BRB), Brasilprev, dias 6 e 7 de maio, no Palácio das Convenções do Anhembi – São Paulo/SP. Entrada gratuita (mediante inscrição pelo site, vagas limitadas) | www.comunicacaoesustentabilidade.com

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