Hannover Messe termina com resultado positivo para empresas brasileiras

Previsão de negócios fechados a partir de contatos realizados na feira alemã é de quase US$ 13 milhões.

Os expositores brasileiros deixaram, nesta sexta-feira, a Hannover Messe 2009 satisfeitos, levando na mala cadernos de contatos repletos e boas perspectivas de comércio. Na própria feira, foram fechados negócios no valor total de US$ 2,7 milhões. Além disso, os brasileiros prevêem concretizar nos próximos meses negócios totalizando US$ 10 milhões, a partir das oportunidades originadas dos contatos feitos no maior encontro da indústria mundial.

O Brasil esteve representado na Hannover Messe por 21 empresas e instituições, levadas à Alemanha pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em parceria com a Hannover Fairs do Brasil. O gestor de projetos da Apex-Brasil, Eduardo Caldas, ressaltou a variedade de regiões de origem dos executivos que visitaram os pavilhões brasileiros. “Nossos expositores constataram uma procura maior por parte dos mais variados países do Oriente Médio, Europa e Ásia”, disse. “As empresas que já costumam via a Hannover deram continuidade a seus negócios e conseguiram cumprir as metas”, resumiu.

Contatos - Especializada em equipamentos eletrônicos de medição, a paulistana Megabrás já exporta para mais de 40 países e tem 50% de seu faturamento nas vendas ao exterior. Vindo à Alemanha pelo décimo ano consecutivo e ocupando estande com quase o dobro do espaço do que o do ano passado, o grupo deu continuidade à sua meta de expandir mercados e fortaleceu relações com seus clientes. ”Um representante da Indonésia, onde ainda não temos distribuidores, se interessou por nossa aplicação para torres de alta tensão, um tipo de solução que não há no país”, lembrou João Manuel Lávaque, engenheiro de produção da Megabrás. “Além disso, conseguimos fechar contratos de fornecimento para a Arábia Saudita”, acrescentou.

“A participação correspondeu bem às nossas expectativas, principalmente pela diversidade de contatos”, comemora Ricardo Luís Denardi, diretor da Práxis, empresa sediada em São Paulo especializada em peças metais não ferrosos para indústria de máquinas, motores e energia. O estande da companhia recebeu cerca de 120 clientes em potencial, tanto europeus, quanto asiáticos. “Tivemos visitas interessantes de russos, europeus de forma geral, asiáticos, da Tailândia, Coréia e China, por exemplo”, enumerou. “Conversamos não só com clientes, como também com concorrentes de outros países, que nos fizeram propostas de troca de tecnologia e de cooperação”, acrescentou.

Já exportando para nações como Holanda, França, Alemanha, Canadá e Estados Unidos, além de mercados da América do Sul, a Práxis tem como meta dobrar seu faturamento no exterior até o final deste ano, passando dos atuais 10% em relação ao faturamento geral para 20%. “Contatamos nessa feira que o mercado está favorável, com muitas oportunidades, porque os clientes estão buscando novas soluções, opções mais baratas, para baixar custos”, disse. “Uma situação difícil de ocorrer em épocas de mercado aquecido, quando as empresas se preocupam em produzir e manter seus fornecedores antigos”, avaliou.

A Mercobor, da cidade de São Leopoldo, especializada em artefatos de borracha, expôs pela quinta vez na feira. Segundo o diretor da empresa, Gilberto Brocco, o evento alemão teve um importante papel no crescimento da companhia. Ele afirma que 30% do faturamento total do grupo são originados de negócios com multinacionais estabelecidas no Brasil, que foram fruto direto de contatos feitos na Hannover Messe “Crescemos muito vindo a Hannover”, disse. “É uma grande oportunidade de divulgar nossos produtos”, acrescentou.

A Hannover Messe atraiu este ano cerca de 210 mil visitantes, superando a edição de 2008, quando compareceram 193 mil pessoas. De acordo com os organizadores, os clientes aproveitaram os tempos de crise para procurar tecnologias, processos e matérias-primas que levam a uma economia de recursos.