Eu também quero ser excomungado!

Nossa memória falha, mas não por completo.

Não me recordo de termos eventos com a toda a pirotecnia da mídia e daqueles que se consideram herdeiros dos céus para excomungar os torturadores, daqueles dos anos de Ditadura e dos atuais nas delegacias, estupradores, seqüestradores e aqueles que cometem crime contra a vida. Ate porque se tornou tão corriqueiro, tão integrado às nossas vidas os noticiários repletos de violência que aos poucos nós já os consideramos como parte do mundo em que vivemos.

Estamos criando, pouco a pouco, um outro código de conduta tolerando outros valores, outras éticas.

Impossível não citar Leonardo Boff, quando ele nos insiste em lembrar que nossa conexão deve ser com a fonte, com o divino. Assim como temos a fé e a religião temos igualmente a nascente e os condutores.

O que nos faz vivos é água que sai da nascente e não os tubos. Esta ultima importante para conduzir o divino até nossos corações, mas não tão ou mais importantes que aquilo que aplaca nossa alma. Eles são parte das coisas terrenas, falíveis e imperfeitas por natureza.

E a fonte é universal, não tem credo, nem edifícios, nem ídolos, nem nome, ela é por si só eterna e infindável.

Opto então por não conviver sob o mesmo teto daqueles que cometem crimes contra tudo aquilo foi criado pela Natureza, plantas e animais. Então a excomunhão me parece que vem bem a calhar!

. Por: Valmir Mondejar | [email protected] | www.ercltda.com.br