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05/05/2009 - 09:58

OTC: Cristina Pinho, gerente geral de Instalação, Produção e Inspeção da Área de Exploração e Produção da Petrobras, em entrevista


Descobrir petróleo em profundidades nunca antes alcançadas, como o pré-sal (com até 7 mil metros de profundidade depois da camada de sal) foi um feito inédito conquistado pela Petrobras. Agora um outro desafio se apresenta: garantir a contribuição do pré-sal ao crescimento da produção da Companhia a partir de 2013 e reduzir cada vez mais os custos de produção. Para falar sobre alguns aspectos da produção na região do pré-sal, Cristina Pinho, gerente geral de Instalação, Produção e Inspeção, concedeu a seguinte entrevista.

. O que você espera da OTC este ano, em que vamos ter como tema principal da Petrobras o pré-sal? - Cristina Pinho: O pré-sal é um assunto que está trazendo muita curiosidade por parte das outras operadoras. Há os desafios tecnológicos nas áreas de produção e perfuração. A Petrobras despontou no mundo com essa descoberta, nós somos privilegiados por ter isso hoje em nosso portfólio, e nós seremos a primeira operadora do mundo a produzir offshore e em tamanha lâmina d’água. Então, acredito que por tudo isso, haverá muita curiosidade e seremos muito procurados no estande, por prestadores de serviço, por supridores de equipamentos e produtos, e assistidos também na sessão, na segunda-feira à tarde.

. Quais as novidades tecnológicas a Petrobras espera encontrar na feira este ano? - Cristina: Talvez não tenhamos uma novidade específica na feira, porque já temos sido muito procurados pelos supridores de equipamentos. O que nós vamos ver na feira talvez sejam protótipos, equipamentos que a gente já conhece, que nos são trazidos por fornecedores. Novidade que nós não conhecemos vai ser um pouco difícil porque os fornecedores estão batendo muito na nossa porta.

. Como está a disponibilidade de equipamentos para produção do pré-sal por parte dos fornecedores locais? - Cristina: Acho que a indústria brasileira está se preparando, com muita ajuda da Petrobras, obviamente. Nós estamos capitaneando junto com o Prominp, já há algum tempo, a preparação do parque industrial brasileiro para o atendimento ao portfólio da Petrobras. Isso começou anteriormente ao pré-sal e agora foi intensificado com o pré-sal. Estamos fazendo um trabalho muito forte de negociação com estaleiros, de forma a reabrir estaleiros que estão fechados, colocá-los junto com outras empresas, prover novos espaços para a construção de navios, de unidades estacionárias de produção, de FPSOs como é o caso do estaleiro Rio Grande (RS). Além disso, nós temos uma orientação forte do acionista majoritário, o Governo Federal, de manter um alto conteúdo local. Temos feito muitos esforços para que as empresas nacionais façam parcerias com empresas que detêm tecnologia no exterior para a produção de grandes equipamentos aqui no Brasil, como vasos, tratadores e separadores de produção de óleo de última geração que podem realmente nos ser úteis no pré-sal. Com relação à engenharia submarina, nós já tínhamos aqui um parque industrial bastante interessante formado por empresas de peso de outros países, mas que estão fortemente sendo apoiadas pelos seus centros de pesquisa e desenvolvimento e a Petrobras, através do nosso centro de pesquisa. Isso de forma a qualificar materiais que o pré-sal exige, materiais exóticos, ligas especiais justamente para podermos processar o óleo e o gás com presença de CO2 (gás carbônico) e H2S (gás sulfídrico), como temos no pré-sal. Então, por tudo isso, eu acho que a indústria brasileira vai responder a contento para o desenvolvimento desse polo. Esperamos fazê-lo eficientemente com baixo custo.

. E quais são os principais desafios tecnológicos para a continuidade da produção de óleo no pré-sal após o TLD (Teste de Longa Duração)? - Cristina: O desafio tecnológico é claro que existe, mas nós já sabemos como podemos produzir lá. O desafio será, conhecendo melhor o reservatório e o comportamento dele, saber produzir este óleo barato. Esse é que será o desafio. O desenvolvimento da produção em níveis de custo de barril que sejam competitivos com relação a outros projetos que nós temos no nosso portfólio. Esse é o maior desafio do pré-sal, a meu ver. Porque tecnologia, a gente já sabe qual vai usar. Em tempos de preço baixo de barril, como estamos vivenciando agora e uma perspectiva de que não se tenha grandes aumentos nos próximos anos, cujo patamar se manterá entre US$ 50 a US$ 60, conforme indicação dos analistas, levam ao time da Petrobras a este grande desafio: produzir o pré-sal a baixo custo.

. Como o pré-sal está sendo encarado por você e sua equipe, já que se trata de um paradigma na produção de petróleo no Brasil e no mundo? - Cristina: Estamos fazendo um esforço bastante grande para que o nosso pessoal pense diferente. Nós vamos precisar de criatividade, inovação. Estamos mantendo relações cada vez mais estreitas com o Cenpes, de forma que possamos ajudá-los no desenvolvimento tecnológico que nós vamos precisar para o pré-sal. Mantemos também relações estreitas com universidades, com a indústria, todos os parceiros que possam vir a nos ajudar com criatividade e inovação a superar esses desafios. Vejo a equipe muito motivada, nós trabalhamos matricialmente para a gerência executiva do Pré-Sal, dando todo o suporte técnico de que eles precisam. E acho que os nossos técnicos vão aprender muito com o desenvolvimento desse polo e a Petrobras também. Vejo com entusiasmo e vejo que precisamos realmente promover essa mudança cultural dentro da gerência, provendo um ambiente de inovação e criatividade para os nossos técnicos.

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