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31/03/2007 - 07:57

Modelos internacionais de combate à fraude contra o seguro são mostrados pela 1ª vez no Brasil


De forma pioneira, o Grupo Negrini, em parceria com a Associação Internacional de Unidades de Investigações Internacionais (IASIU-BR), trouxe ao Brasil, especialistas internacionais no combate à fraude contra o seguro para relatar suas experiências. Cerca de 250 pessoas puderam conferir nesta quinta-feira, o que Estados Unidos, Colômbia, Espanha e Argentina fazem para combater esse tipo de crime no I Seminário Internacional de Programas de Combate à Fraude contra o Seguro.

“O marco divisório do combate à fraude já se deu pela Circular da Susep para que as seguradoras se previnam contra as fraudes. Cada seguradora terá que ter um diretor de combate à fraude. Talvez esses executivos possam se reunir numa associação, que já existe internacionalmente, que é a IASIU. O momento é de mudança na política de combate à fraude e esse seminário vem para auxiliar esse processo”, disse Pedro Paulo Negrini, presidente do Grupo Negrini.

Para René Garcia, superintendente da Susep, que encerrou o Seminário, “só se pode discutir o problema quando efetivamente existir uma política interna de combate à fraude dentro de cada seguradora.” O dirigente se referiu às normas estabelecidas pela autarquia no sentido de obrigar as seguradoras a desenvolverem medidas de proteção às fraudes. “A sociedade brasileira acha positivo tirar dinheiro dos banqueiros para causas revolucionárias”, exemplificou, acrescentando, “temos vários exemplos da época da ditadura militar. Isso se transformou em heroísmo, tirar dinheiro do mais rico. Por isso, discutir a fraude contra o seguro é importante para questionarmos a nossa própria sociedade”, explicou.

Dentre as ações sugeridas pelos estrategistas, a troca de informações entre as seguradoras, a conscientização da sociedade de que a fraude é crime, o trato do assunto por profissionais especializados e especialmente treinados para o combate às fraudes, com apoio de banco de dados e investimentos em tecnologia são as principais ferramentas comuns em quase todos os países representados no seminário.

Argentina - Marcelo Lorhmann – Gerente de Sinistros da Caja de Ahorro Y Seguro - A fraude mais comum no país são as quadrilhas chamadas de “quebra-ossos”, que usam médicos para quebrar os ossos das mãos de pessoas pobres simulando acidentes. Há também grande índice de simulação de falecimentos. Estima-se que entre 1 e 2% dos prêmios pagos sejam fraudulentos. O combate à fraude é feito através de Unidades Especiais de Investigação. Cerca de 70% das seguradoras nacionais já possuem departamentos de combate á fraude. O grande trunfo argentino foi a criação de uma base dados, do qual participam 12 seguradoras, para a troca de informações e experiência.

Estados Unidos –Catherine Pamela Gicker – Vice-Presidente da IASIU - O combate à fraude é feito através da Associação Internacional de Unidades de Investigação Especiais (IASIU). A entidade reúne mais de 4 mil membros e 41 filiais em todo mundo. É uma associação formada por executivos das seguradoras, que são capacitados e treinados. Também existe uma base de dados, que conta com 90% de participação do mercado. Após a evasão fiscal, o maior crime financeiro nos Estados Unidos é a fraude contra o seguro. Acredita-se que as fraudes atinjam cerca de 10 a 30% dos sinistros, causando um prejuízo de US$ 100 bi, incluindo o seguro saúde. Uma das dificuldades norte-americanas são as legislações estaduais que lidam de forma diferente com os diversos tipos de crimes.

Colômbia – Jorge Cabrera Jaramillo – Gerente do Instituto Nacional de Investigação e Prevenção de Fraude – INIF – Colômbia - O combate á fraude é feito através do INIF, uma espécie de sindicato formado por 60% do mercado, que faz todas as investigações e repassa ao Judiciário. Devido ao narcotráfico, a Justiça do país, um dos mais pobres da América Latina, deixa o combate à fraude em segundo plano. As fraudes consomem US$ 200 milhões anualmente. Cerca de 30 a 40% dos sinistros de auto são fraudulentos, gerando um prejuízo de US$ 47 milhoes. Há casos de mutilação de membros para simular as fraudes, articuladas entre médicos, advogados e pessoas indigentes. Até as Forças Revolucionárias da Colômbia (FARC) seguram os seus guerrilheiros, oferecendo o benefício como atrativo para aumentar seus contingentes.

Espanha – Rafael Lorza Blasco – Subdiretor Geral de Automóveis da Mapfre Automóveis - Apenas 10% das fraudes no páis são causadas por crime organizado, enquanto a maioria, 90%, são as chamadas fraudes ocasionais, pequenos delitos. As seguradoras não fizeram banco de dados, não compartilham informações, já que a Lei de Proteção de Dados é muito rígida no país. A receita espanhola para prevenção das fraudes é a fiscalização dos colaboradores (corretores, investigadores, etc), a cooperação entre as entidades, campanhas de conscientização social e buscar a cooperação dos diferentes níveis jurídicos para sensibilizá-los a participar do problema.

.Foto: Moisés Ferreira, presidente da IASIU-Brasil, Renê Garcia, superintendente da Susep e Pedro Paulo Negrini, presidente do Grupo Negrini

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