Meu tataravô era africano

No lançamento da Editora DCL, o período de escravidão no Brasil é retratado de forma crítica e didática visando um reforço na reconstrução deste momento da nossa História.

Como a escravidão pode ser trabalhada na sala de aula para que não fique a impressão de que o negro sempre foi passivo diante da subjugação desse sistema de trabalho? Esta questão recorrente por todo professor, pode encontrar um norte com o lançamento do livro “Meu Tataravô era Africano” pela Editora DCL. Após muita pesquisa e auxiliadas por riquíssimas ilustrações, as autoras Georgina Martins e Teresa Silva Telles, recortam e esmiúçam o sofrimento, as lutas e as crenças do povo africano feito escravo no Brasil.

Numa aula de História, Inácio se depara com um momento que dialoga com suas raízes: o período de martírio e sofrimento que os escravos levaram durante a Colonização. Afro-descendente, o garotinho chega em casa cheio de questionamentos e se surpreende ao descobrir que o bisavô do seu avô, ou seja, seu tataravô era um escravo. É quando ele e seu avô passam a trocar conhecimentos sobre o assunto, chegando a grandes descobertas.

Em Meu tataravô era africano, o leitor vai desvendar, junto às personagens do livro, uma parte da história do Brasil. A obra é caracterizada pelo forte apelo didático, elemento que pode ser notado pelo capricho das ilustrações de Maurício Negro, pirogravuras colorizadas com pigmentos naturais e anilinas, simbolizando a junção de culturas que ajudaram a formar a identidade do nosso País.

“Achamos muito importante que nós, brasileiros, conheçamos a história do continente africano, principalmente a do período em que vários povos africanos foram trazidos para cá como escravos, pois só deste modo poderemos compreender melhor a origem da nossa cultura e da nossa identidade”, afirmam as autoras.

Trechos de canções, poemas, mapas, recortes de jornais da época, infográficos... são vários os elementos que enriquecem o teor educativo do livro, tornando-o um poderoso aliado na sala de aula.

AS autoras: Georgina Martins é professora e trabalha na Faculdade de Letras da UFRJ com projetos de literatura infantil e juvenil. Georgina costuma dizer que escreve porque gosta de transmitir para as pessoas as coisas que pensa, aprende, vê, sente e vive.

Teresa Silva Telles estudou Geografia na Universidade do Rio de Janeiro e sempre teve fascínio pelo continente africano. Em meio a pesquisas sobre as fugas realizadas por escravos naquele período, a professora resolveu compartilhar as descobertas.

O Ilustrador:Maurício Negro é ilustrador, escritor e designer gráfico, com especial interesse pela arte primitiva, popular, étnica e brasileira. Faz parte do conselho da SIB – Sociedade dos Ilustradores do Brasil.