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07/05/2009 - 09:49

Projeto catarinense de inteligência competitiva está entre os melhores do país


Premiação da ABRAIC coloca o Sistema de Inteligência Competitiva Setorial (SIS) do SEBRAE/SC em terceiro lugar nacional.

Ao mesmo tempo em que trabalha em cima de novas soluções para o SIS, o SEBRAE/SC comemora o reconhecimento que o projeto teve no final de abril, quando alcançou o terceiro lugar no Prêmio Excelência em IC, promovido pela Associação Brasileira dos Analistas de Inteligência Competitiva (ABRAIC), entregue em São Paulo, dia 27. A ABRAIC recebeu inscrições de todo o Brasil e elegeu a Universidade de Caxias a primeira colocada na premiação. O segundo lugar foi indústria de produtos farmacêuticos Roche.

Quando lançou o Sistema de Inteligência Competitiva Setorial (SIS), há pouco mais de dois anos, a equipe do SEBRAE/SC que elaborou o projeto voltado a micro e pequenos empresários de Santa Catarina já sabia que teria um longo caminho a percorrer até que o público-alvo do sistema se desse conta do que tinham nas mãos: o único projeto de IC do país focado em atender micro e pequenas empresas setorialmente organizadas.

Quem está por trás de todo o processo de coleta, análise e disseminação de informações que o uso da IC pressupõe, admite que ainda há muito que se fazer para a consolidação dessa iniciativa. O projeto é gratuito, mas mesmo assim, a sensibilização para o uso da IC ainda é uma das partes mais difíceis do trabalho do SEBRAE/SC, segundo o assessor de planejamento da instituição, Marcondes da Silva Cândido. Para ele, a principal tarefa pendente, neste caso, para a equipe do SIS, é a incorporação definitiva da inteligência competitiva no cotidiano das empresas como instrumento essencial à tomada de decisão.

“As empresas ainda não tem, na sua prática de gestão, a cultura de utilizar e muito menos pagar por informação. Se o SIS tivesse custo, certamente o número de empresas participantes seria bem menor”, afirma Cândido. “Quando você paga por informação, dificilmente tem um resultado imediato dessa compra. As informações qualificam a tomada de decisão, mas não garantem um bom resultado. Afinal, como você mensura o quanto uma informação é útil para sua empresa? Medir isso é complicado” – complementa o diretor técnico do SEBRAE/SC, Anacleto Ortigara. Ambos acreditam que só depois de estabelecida uma cultura de tomar decisões com base em informações tratadas e diferenciadas é que isso talvez mude.

Na entrevista que segue, Cândido comenta a premiação, as surpresas que a equipe do SIS teve ao longo do tempo, os desafios que estão por vir e explica as escolhas feitas pelo SEBRAE/SC até agora.

O que representa essa premiação para o SIS e para o SEBRAE/SC? - Esse prêmio é uma chancela de que a iniciativa do SEBRAE/SC de fazer um projeto de IC setorial para micro e pequenas empresas, levando até elas um processo de gestão baseado em informações estratégicas, foi acertada. A tecnologia para tratamento e disponibilização de informações que o SIS oferece aos participantes era usada, até então, apenas por grandes empresas. Dois aspectos foram fundamentais para o sucesso do SIS: o fato de ser gratuito e a opção por trabalhar com setores, e não de forma individualizada. A equipe do SIS seleciona, trata e leva a informação até os empresários sem cobrar nada por isso. Outro diferencial foi a solução encontrada: oferecer um serviço de IC setorial que atende grupos de empresários, e não apenas uma única empresa. Conseguimos encontrar uma solução adequada para o setor, acredito que por isso é que ganhamos o prêmio [risos].

Trabalhar em grupo fica mais fácil? - Fica mais barato, você resolve o problema dos custos, sem perder, claro, o foco nos objetivos estratégicos de cada empresa, mas tem outras dificuldades a resolver. Se determinada informação é estratégica, ela diz respeito a questões de uma só empresa, e quando se trabalha setorialmente, é preciso pensar coletivamente, no grupo inteiro que é atendido. Isso parece uma contradição. Então, para solucionar esse impasse, o portal do SIS foi estruturado com diferentes níveis de acesso à informação, principalmente quando essa informação se encontra em relatórios sob demanda [os chamados ad hoc]. Quem solicitou a informação por primeiro tem o privilégio de guardá-la em particular por trinta dias ou mais, quando necessário, até que o empresário decida o que fazer baseado nos dados que recebeu. Da decisão dele é que resultará, ou não, seu diferencial competitivo, em relação ao mercado e a outras empresas do grupo. Enquanto a informação disponibilizada pelo SIS tem origem solidária, a decisão estratégica é solitária.

Esse prêmio pode aumentar ainda mais a credibilidade do SEBRAE/SC na questão de IC? Acredito que sim, pois estávamos concorrendo com universidades e multinacionais. Inscrevemo-nos para apresentar um projeto diferenciado, focado nas micro e pequenas empresas. Chegar em terceiro numa premiação nacional é ótimo, mas cria para o SEBRAE/SC um compromisso ainda maior, que é a inserção sistemática e constante da IC no processo de gestão das empresas. Uma única informação estratégica não garante o diferencial competitivo de uma empresa inovadora, ela precisará usar continuamente a inteligência competitiva.

. Qual a parte mais difícil para o SEBRAE/SC nesse processo? - Sensibilizar o empresariado é a parte crucial e a mais difícil. Porque alguns empresários tendem a achar que IC é algo que só importa para grandes empresas. E como o aumento da competitividade depende de várias tomadas de decisões, e não apenas de uma ou duas, e demanda tempo para acontecer, eles podem pensar que a IC não faz diferença para o seu negócio.

. Qual APL participou mais ativamente do SIS até hoje? - O APL de apicultura, que nos surpreendeu. Achávamos que teríamos dificuldades por este setor ser predominantemente de agricultura familiar e cuja atividade, na sua maioria, não é única e nem a principal. Hoje, eles estão demandando informações e tomando decisões com base nos relatórios, mesmo sem ter, às vezes, acesso ao portal. Nesses casos, eles recebem as informações por correio, nas reuniões do APL ou por consultorias presenciais.

. Que papel os empresários tiveram nessa premiação? - Foi a partir das necessidades deles que construímos a árvore de inteligência do projeto, de forma a organizar e registrar as demandas de cada grupo para estruturar o SIS. Desta forma, o papel deles foi de fundamental importância. Além disso, a existência deste projeto depende da demanda, do acesso e da utilização das informações pelos empresários nas suas decisões.

. Porque ainda existe tanta resistência dos empresários em aderir ao SIS, se ele é gratuito? -Se você tem uma informação, tem também a responsabilidade de decidir o que fazer com ela, e não pode fugir disso. Mesmo que decida não fazer nada, isso lhe tira da zona de conforto. O fato é que não faz parte do cotidiano das empresas decidir com base em informação estratégica, é mais prático decidir pelo feeling, embora decisões tomadas desse jeito nem sempre sejam qualificadas.

.Por que não? – Se você liga o rádio, ouve informação, se assiste a TV, mais informação, se lê um jornal, a mesma coisa, se acessa a internet, lá estão outras milhares de informações. Antes, as decisões eram mais intuitivas por causa da falta de informação. Hoje acontece o contrário, o excesso delas é que atrapalha. A IC facilita a tomada de decisões porque seleciona, qualifica, trata, dá valor às informações, para só depois repassá-las aos empresários. Nosso desejo é que cada vez mais empresas possam utilizar o SIS como instrumento de suporte à tomada de decisão, para que possam crescer de forma sistemática e sustentável. . *Para participar, o empresário só precisa fazer o cadastro no site (www.sebrae-sc.com.br/sis ) e particpar das reuniões mensais na sua região. | Por: SEBRAE/SC

. [Foto: Marcondes Cândido (à esq.) e Anacleto Ortigara, do SEBRAE/SC: difícil é avaliar o valor de uma informação pra as empresas]

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