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08/05/2009 - 09:23

“Premiar é incentivar”

O curador do Prêmio Jabuti, José Luiz Goldfarb, destaca a importância de reconhecer a boa qualidade das obras e dos seus autores.

Em 1959, a Câmara Brasileira do Livro deu início a uma tradição: premiar os melhores autores, ilustradores, editores e demais agentes envolvidos na produção literária nacional.

Nascia assim o Prêmio Jabuti, que em 2009 chega à sua 51ª edição. Mais abrangente do que em seus primeiros tempos, a premiação atual contempla 21 categorias, que incluem tradução, reportagem, projeto gráfico, educação, psicologia e psicanálise, entre outras.

Até 29 de maio, a CBL receberá inscrições de editores, escritores, autores independentes, tradutores, ilustradores, produtores gráficos e designers interessados em participar.

. A seguir, José Luiz Goldfarb, que atua como curador do Prêmio Jabuti há 19 anos, comenta a importância da premiação. Físico e mestre em Filosofia e História da Ciência, Goldfarb é coordenador dos Programas de incentivo à leitura "São Paulo: um Estado de Leitores", da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, "Letras de Luz", da Fundação Victor Civita/Energias do Brasil (Tocantins, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e São Paulo), "Rio: uma cidade de Leitores", da Secretaria de Educação da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro. É assessor da Vice-Presidência Cultural e Social da Associação Brasileira 'A Hebraica' de São Paulo, conselheiro da Biblioteca Haroldo de Campos (Casa das Rosas - Secretaria de Estado da Cultura), presidente do conselho deliberativo da Associação Amigos do Museu Judaico de São Paulo, conselheiro da Associação Brasileira 'A Hebraica' de São Paulo, diretor de eventos da Sociedade Brasileira Amigos da Universidade Hebraica de Jerusalém, e coordenador do Corredor Literário na Paulista - Secretaria de Estado da Cultura.

.Essa é a sua 19ª curadoria do prêmio Jabuti. Nesses anos, você notou alguma diferença significativa no nível das obras apresentadas? . Sim. O Jabuti é como um farol que indica a profunda mudança na produção editorial no Brasil: diversidade crescente nas editoras concorrentes, que apresentam obras de altíssima qualidade. Talvez no início destes meus 19 anos na coordenação, tivéssemos algumas editoras nacionais que monopolizavam as vitórias; hoje temos dezenas de editoras que dividem as glórias do Jabuti. Autores consagrados dividem o espaço com surpreendentes revelações, percebemos apresentações mais e mais sofisticadas das obras produzidas pelo nosso mercado, a ‘embalagem’ cada vez mais criativa e elaborada. O Jabuti teve a satisfação e a honra em refletir o quanto nosso mercado avançou nestas ultimas duas décadas. Em todas as áreas, ficção, científica e acadêmica, didática e principalmente a beleza da literatura infanto-juvenil brasileira.

Ao contrário de muitas previsões, o mercado editorial brasileiro está crescendo. As premiações ajudam a revitalizar o mercado, promovendo a obra e o autor vencedores? . Sim, premiações, feiras, salões, bienais, festas, festivais... A promoção do livro cresce também, e o Jabuti, que avançava solitário no passado, hoje divide os holofotes com tantas outras realizações a promover o livro, a leitura, escritores. Isto é excelente e mostra que o livro também vai se tornando no país um produto viável. Premiar é incentivar.

.Uma das diferenças na edição deste ano é que haverá um prêmio para o melhor tradutor da língua francesa. Existem outras diferenças? Quais? . Sim, o ano da França no Brasil é um momento importante para aprofundarmos as relações entre as culturas de tanta interação no século XX. A organização do ano da França no Brasil une-se ao Jabuti para premiar no momento o melhor da tradução do francês ao português. A Categoria Tradução do Prêmio Jabuti já há algum tempo mostra a alta qualidade e criatividade da arte no Brasil. As traduções são impecáveis tecnicamente e revelam a qualidade de acadêmicos e especialistas que realizam uma verdadeira transcriação, repercutindo a poesia e a qualidade literária das obras trazidas ao português no Brasil.

“O Jabuti, antes pioneiro por cinco décadas, hoje divide com outras instituições momentos especialíssimos para a promoção do livro, da literatura, da produção editorial nacional. Esta talvez seja a grande diferença do momento que vivemos: o Jabuti insere-se numa gama de ações de altíssimo nível tendo o livro como foco. E a imprensa corresponde abrindo espaço valioso para que o livro conquiste definitivamente um amplo mercado consumidor à altura da qualidade e criatividade do autor nacional. O sonho do Jabuti criado a mais de cinco décadas pela CBL começa a tornar-se realidade com o despertar do público leitor. A CBL soube estar à altura do momento, levando o Jabuti à Sala São Paulo, com toda a sofisticação merecida.”

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