Dia Nacional da Cachaça celebra sucesso da bebida no Brasil e no mundo

A bebida genuína brasileira comemora no dia 21 de maio o êxito com exportações de 11.092.088 litros e um aumento de vendas no mercado interno de 5,3% em 2008.

A data de 21 de maio é motivo de orgulho nacional, comemora-se o Dia Nacional da Cachaça. Considerada a mais brasileira de todas as bebidas, a cachaça foi descoberta há quase 500 anos. Já foi moeda de troca, depois ficou associada às classes mais baixas da população, mas deu a volta por cima, conquistou vários países, em especial europeus, chegou aos copos das classes A e B e, nos últimos dois anos, obteve crescimento anual de mais de 5% em vendas, seguindo dados da agência Nielsen de pesquisa. Trata-se da terceira bebida destilada mais consumida em todo o mundo (superada apenas pela vodca e pelo soju coreano).

Mercado interno - De acordo com o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), o País reúne cerca de 40 mil produtores, conta com aproximadamente 4 mil marcas e tem capacidade para produzir 1,2 bilhão de litros de cachaça por ano e gera 600 mil empregos diretos e indiretos. São Paulo (44%) é o estado que mais produz, seguido por Ceará (12%), Pernambuco (12%), Minas Gerais (8%) e Paraíba (8%), segundo dados da Abrabe (Associação Brasileira de Bebidas).

São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará, Bahia e Minas Gerais estão entre os principais estados consumidores de cachaça (Ibrac).

Mercado externo: O primeiro litro de cachaça foi exportado em 1968, para a Alemanha, pela fabricante cearense Ypióca.

Hoje, são aproximadamente 180 empresas exportadoras e a cachaça é exportada para mais de 55 mercados e o potencial é enorme, já que menos de 1% da produção nacional é destinada à exportação. Em 2008 foram exportados 11,09 milhões de litros gerando uma receita de US$ 16,41 milhões, o que representou um crescimento de 18% em valor e 20% em volume em relação a 2007. Dentre os mercados de destino da cachaça estão países como Alemanha, Estados Unidos e França, entre outros.

Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC) as exportações de cachaça cresceram aproximadamente 18% em valor, ultrapassando os US$ 16 milhões e tiveram um crescimento de 20% em volume.

Apesar da crise financeira que atinge vários países, a Ypióca teve um bom desempenho nas exportações de alguns de seus principais mercados, como Portugal, França e Estados Unidos. Este último, registrou um crescimento de 20% nas vendas internas da cachaça Ypióca.

Em 2009, a área de exportação da Ypióca pretende crescer um mínimo de 30% e abrir cinco novos países em 2009. Para alcançar esse objetivo, vai apostar no estreitamento das relações comerciais com os parceiros no exterior, no lançamento de novos produtos, no treinamento das equipes de vendas, e em investimentos em divulgação da marca e participação em feiras.

Em tempos de crise, a Ypióca, maior produtor nacional de cachaça, comemora a abertura de quatro novos mercados para a bebida. Bélgica, Finlândia, Noruega e Caribe – ilhas Cayman, Antígua, Barbados e St. Martin - receberam os primeiros lotes do produto genuinamente brasileiro e, em breve, a cachaça Ypióca será vendida também na Romênia e no Marrocos.

História - A cachaça surgiu na época da colonização brasileira, mais precisamente com Martim Afonso de Sousa, donatário da capitania de São Vicente, no começo do século XVI. A bebida foi obtida a partir da borra do açúcar – conhecida por melaço –, o resíduo dos engenhos de açúcar. Após a fermentação do melaço e a destilação do produto em alambiques improvisados – seguindo a técnica usada pelos portugueses para a produção da bagaceira –, os colonizadores criaram a primeira aguardente brasileira.

A menção mais antiga à palavra cachaça é de 1640, época em que Maurício de Nassau governou os domínios holandeses no Nordeste (1637-1644). Naquele ano, o naturalista alemão Jorge Marcgrave descreveu a fabricação de açúcar em Pernambuco dessa forma: “... o caldo é sujeito à ação de um fogo lento, sempre movido e purgado por uma grande colher de cobre chamada ‘escumadeira’, até que fique bem escumado e purificado. A escuma é recebida numa canoa, posta embaixo, chamada ‘tanque’, e assim também a cachaça, a qual serve de bebida...”

Sobre a origem do termo cachaça, há muitas explicações. Uma delas diz que tudo começou com o vocábulo ibérico cachaza, que nomeava um tipo de vinho barato muito consumido em Portugal e na Espanha. Outra hipótese é que a palavra designava a fêmea do cachaço, um porco selvagem cujas carnes duras eram amaciadas com a aguardente.

A cachaça teve grande importância econômica para o Brasil Colônia, contrariando os interesses de Portugal, já que a Corte preferia exportar seus vinhos e a bagaceira que fabricava.

A crescente importância do produto para o Brasil levou a Metrópole a buscar meios de impor seus interesses pela força, proibindo a produção e o comércio da bebida em seus territórios coloniais. Em 1635, por exemplo, vetou a venda da bebida na Bahia e, em 1639, tentou pela primeira vez impedir sua fabricação. Foram providências inúteis. A aguardente passou a ser uma mercadoria de grande importância para o comércio externo. Ao lado do tabaco e de alguns tecidos, a cachaça servia de moeda de troca por escravos. Quando a Corte portuguesa transferiu-se para o Rio de Janeiro, em 1808, a cachaça já era considerada a bebida da terra e um dos principais produtos da economia brasileira.

Perfil da Ypióca - A Ypióca, uma empresa 100% nacional, é a maior produtora de aguardente de origem e atua em todo o território brasileiro. Com sistema inteligente de logística, a marca comercializa aguardente por meio de seus 80 representantes instalados nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

Responsável pela capacidade instalada de 126 milhões de litros, a Ypióca vem se destacando no mercado externo desde 1968, quando, pela primeira vez, o Brasil exportou sua cachaça para a Alemanha, abrindo o mercado externo para as cachaças brasileiras. A excelência dos seus produtos obteve, em 2008, reconhecimento internacional, com uma representativa participação ranking da britânica IWSR (Internacional Wine and Spirits Records).

Além da indústria de cachaça de mesmo nome, o Grupo Ypióca é composto pelas empresas Naturágua, Ypióca Plásticos, Cachaçaria Ypióca, BR Fish e Pecém Papelão e Y-Park, um grupo sólido que constantemente busca a ampliação e a diversificação dos seus negócios, tem atuação em variados setores da economia e gera milhares de empregos diretos e indiretos.