Aquicultores trocam experiências na III Conferência Estadual de Aquicultura e Pesca de Alagoas

Acontecerá nos dias 4 e 5 de junho no Centro de Convenções, em Maceió, a III Conferência Estadual de Aquicultura e Pesca de Alagoas. Profissionais de todo o estado estarão reunidos a fim de trocar experiências, descobrir novas técnicas e receber contribuições para consolidar um desenvolvimento sustentável da aquicultura e pesca no Estado.

No que se refere às novas técnicas, pode-se destacar a reversão sexual, utilizada no Núcleo de Piscicultura de Rio Largo, uma parceria entre a Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), a Universidade Federal de Alagoas e a prefeitura local, acompanhada pela Engenheira de Pesca Patrícia Carneiro.

Utilizada com a tilápia, a reversão sexual é uma técnica capaz de alterar o sexo dos peixes (transformando fêmeas em machos), quando ainda são alevinos. A técnica atua através de uma ração masculinizante, que tem hormônio em sua composição, sem causar nenhum malefício à saúde dos peixes e do homem. Essa técnica é utilizada para que haja um número maior de peixes machos, evitando a superlotação nos tanques.

O Diretor de Políticas Pesqueiras, Ricardo Nono, que também faz parte deste projeto, informa que os alevinos criados no núcleo não são comercializados. Depois que passam pela reversão sexual, são doados à prefeituras que possuem açudes comunitários, comunidades carentes e pequenos criadores, que desejam começar seu próprio negócio.

Para adquirir os peixes é preciso entrar em contato com a Seagri e, após cursos e palestras, poderão adquiri-los. “Hoje quem tem água na sua propriedade e não tiver peixe está perdendo dinheiro”, diz Ricardo Nono se referindo à praticidade e rentabilidade que a piscicultura oferece.

A piscicultura é uma atividade em franco crescimento no estado de Alagoas. Atualmente, o número de agricultores que aderiram à piscicultura está aumentando porque, segundo especialistas, é uma atividade fácil de ser trabalhada e também pode servir como um complemento na renda familiar.

Plantando legumes e tubérculos, como macaxeira e inhame, Josival Isidio da Silva sempre trabalhou com a agricultura, mas desde 2004 se tornou também um piscicultor, criador de tilápia. “A mudança é difícil, é preciso ter coragem de enfrentá-la, não ter medo de inovar” revela Josival. Aos poucos o agricultor foi aumentando seu negócio, sem deixar de lado a lavoura, a palavra diversificação é bastante utilizada na vida deste homem, que sabe aproveitar as oportunidades.

De acordo com Edson Maruta, superintendente de desenvolvimento agropecuário, existe um número estimado de 200 a 300 psicultores no estado de Alagoas e Arapiraca é um grande pólo de comercialização de tilápia. De acordo com um levantamento do mercado público de Arapiraca 70% do volume de venda do pescado em volume financeiro corresponde à tilápia. “A tilápia é o único peixe que chega para o consumidor ainda vivo e com um sabor excelente”, diz Maruta.

Edson que estará presente na Conferência, explica que esse evento tratará de temas como a criação de um Centro Integrado de Pesca Artesanal, a eleição de delegados para a Conferência Nacional, que tentarão resolver os problemas referentes a aquicultura e pesca, além de preservação ambiental e a comercialização industrial de mariscos.

A III Conferência Estadual de Aquicultura e Pesca de Alagoas estará aberta a todo público. Informações: 3315-7024 ou 3315-7004