Bladex registra receita líquida de US$ 17 milhões em março de 2009 e deverá manter bom perfil financeiro durante este ano

Total de ativos ajustados foi de US$ 4,173 milhões com retorno a ativos de 1,60%, apesar da volatilidade do mercado.

O Bladex (Banco Latino-Americano de Exportações S.A), deverá manter sua solidez financeira nos próximos anos, até mesmo em um ambiente operacional menos favorável. A estimativa é dos analistas da instituição que, em março deste ano, obteve receita líquida de US$ 17 milhões, com total de ativos ajustados da ordem de US$ 4,173 milhões. O ROA (Retorno a Ativos) no mesmo período foi de 1,60%, independentemente das variáveis e volatilidade da economia mundial. A capitalização do banco é adequada, considerando-se as concentrações de crédito e atual crise econômica global, uma vez que o capital ajustado é de 14, 78% para março

Na opinião dos analistas, a instituição conseguirá manter seu bom perfil financeiro durante todo o ano de 2009, devido ao conhecimento que tem da região e de sua experiência no negócio bancário. Uma alta no próximo ano ou nos dois seguintes, no entanto, é pouco provável que ocorra, uma vez que as perspectivas econômicas da região têm se deteriorado. Os especialistas dizem que a qualificação poderia, sim, baixar caso houvesse alguma combinação de fatores como problemas na sua capacidade de financiamento, caso seus rendimentos sejam fracos, e se deteriorar de maneira significativa a qualidade de seus serviços e, ainda, se houverem mudanças materiais adversas à adequação de capital, que pressionariam a qualificação.

As qualificações do Bladex estão baseadas na excepcional qualidade dos seus ativos, no bom desempenho de sua equipe gerencial, no perfil financeiro adequado há vários anos, nos níveis de capital e de liquidez adequados. Por outro lado, as qualificações da instituição estão limitadas, devido à sua exposição em países que apresentam problemas financeiros cíclicos, uma base de depósitos concentrada e a ausência de um credor de última instância no Panamá (BB+/Estável/B).

Ativos positivos e carteira considerável - A qualidade dos ativos do Bladex, de acordo com os analistas, tem se mantido em patamares excepcionais durante os três últimos anos, graças aos seus bons padrões de originação, ao sólido acompanhamento e administração da carteira de crédito; que não se abalou mesmo enfrentando condições operacionais de maior estresse.

Desde 2006, o banco vem apresentando um histórico de carteira vencida invejável e sem ativos problemáticos (NPAs - sigla em inglês para non-performing assets). Em março de 2009, o índice de carteira vencida a carteira bruta se manteve em 0%; considerado um bom nível de acordo com os padrões internacionais. A maior parte de sua carteira, entretanto, está relacionada às operações de comércio exterior, uma vez que banco possui um status preferencial dentro da região.

Em 2009, a previsão é que exista certo grau de inadimplência, devido especialmente às condições econômicas mais adversas. Mesmo assim, os especialistas do banco acreditam que os NPAs ficarão abaixo de 1%, inclusive com a possibilidade de a companhia agregar novos negócios e segmentos de mercado ao seu portfólio.

Como resposta às crescentes pressões sobre as margens e pelas condições de financiamento mais onerosas, o Bladex tem conseguido atribuir novos preços aos seus créditos e reduzir sua exposição a clientes com riscos mais elevados.

A administração de liquidez do banco é pró-ativa e conservadora. Durante o quarto trimestre de 2008, os ativos líquidos atingiram 70% do total de depósitos, apesar da queda de 20% observado nessa operação no período. No entanto, a concentração de depósitos poderia pressionar o desempenho do banco, caso fosse sacada um depósito significativo. A relação privilegiada do Bladex com vários bancos centrais e o respaldo demonstrado por eles no passado, quando a instituição teve problemas, têm atenuado em partes o risco de concentração.

Mesmo com a boa administração de risco creditício do Bladex, seu enfoque em países emergentes acarreta certos desafios para o banco. Como já ocorreu anteriormente, a crise financeira nos países onde o banco desenvolve maior operação tem pressionado um pouco seu desempenho. O nível de capital lhe confere um último espaço de manobra para enfrentar a concentração e os ciclos econômicos do setor.