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26/05/2009 - 10:58

Sérgio Cabral teme que CPI da Petrobras se transforme em sensacionalismo político

Em evento promovido pelo LIDE, governador carioca garantiu que será candidato a reeleição no ano que vem, descartando qualquer possibilidade de integrar a chapa do governo que vai disputar a Presidência em 2010.

São Paulo - O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), disse no dia 25 de maio (segunda-feira), durante Almoço-Debate promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, em São Paulo, temer que a CPI da Petrobras – recém-criada para averiguar irregularidades na empresa - possa “descambar para o sensacionalismo político” com a proximidade das eleições de 2010. “Qualquer desvio ou problema na Petrobras, que é a maior empresa da América Latina, deve ser averiguado. Mas o Estado democrático tem instrumentos que podem fazer isso sem o espetáculo da CPI. As razões citadas para se criar uma comissão parlamentar poderiam ser resolvidas pela Receita Federal, pelo Ministério Público ou pela Corregedoria”, afirmou Cabral, que fez uma apresentação sobre “Ética e Eficiência na Gestão Pública” para 302 empresários.

O Tribunal de Contas da União deve enviar aos integrantes da CPI pelo menos oito processos que apuram irregularidades, que vão desde o superfaturamento de obras até a contratação de fornecedores sem licitação, passando por artifícios fiscais e investimentos em organizações não-governamentais suspeitas. O comando da comissão está sendo disputado entre governistas e oposição, que quer investigar até mesmo os patrocínios culturais da Petrobras.

Para Cabral, até mesmo as comissões do Senado, como a de Assuntos Econômicos (CAE) e de Assuntos Sociais (CAS), poderiam ser suficientes para resolver essas questões. “Não se usou preliminarmente todos os instrumentos legais para se lidar com o caso. Obviamente que a CPI é um desses instrumentos, mas os outros ainda não foram esgotados”, avaliou o governador.

Ao citar o temor de uso político da CPI em período eleitoral, Cabral garantiu que será candidato a reeleição no ano que vem, descartando qualquer possibilidade de integrar a chapa do governo que vai disputar a Presidência em 2010, que deve ser encabeçada pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. O governador do Rio é um dos nomes mais cotados para disputar a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato a vice-presidente da atual ministra. “Serei candidato à reeleição no Rio. Tenho que cuidar da loja com muito carinho”, brincou, acrescentando: “Nossos projetos são de médio e longo prazo, e queremos cuidar de todos”.

Muro do preconceito - Durante o evento, Cabral falou sobre a polêmica em torno da construção de muros no entorno de algumas comunidades, que vem sendo criticada e considerada preconceituosa por políticos e moradores. “A população quer isso. É preciso proteger as áreas verdes e evitar invasões. É uma forma de proteger os investimentos em infraestrutura que estão sendo feitos nessas comunidades. “Os que falam em muro do preconceito preferiam o muro invisível que havia antes. Era o muro da demagogia, do fisiologismo e do esquecimento”, afirmou Cabral, sendo aplaudido pelos empresários presentes. Ao todo, serão construídos 14 quilômetros de muro em 13 favelas da cidade.

Em sua apresentação, Cabral falou dos investimentos que estão sendo feitos na cidade. Além das melhorias em infraestrutura nas comunidades, o governador também citou a reforma de 19 mil salas de aula – todas elas serão climatizadas -, os reajustes consecutivos concedidos aos professores da rede estadual, a gratuidade dos alunos no transporte coletivo, que deve ser implantada até setembro deste ano, a distribuição de 14 milhões de medicamentos em todo o estado, a redução da mortalidade infantil e do índice de doenças coronarianas.

Tudo isso, afirmou o governador, foi possível graças ao “choque de gestão” adotado em 2007, que permitiu ao governo estadual aumentar seu orçamento de R$ 33 bilhões na época para R$ 48 bilhões no final deste ano. “Fizemos um mutirão com o setor privado e estabelecemos nossas prioridades: mais receita, menos despesas, qualificação da dívida ativa e dos gastos públicos”, explicou Cabral.

Na área de segurança pública, o governador destacou a importância da autonomia da secretaria na atual gestão. “Não temos políticos batendo em nossa porta para solicitar nomeações”, explicou. “O estado do Rio foi dividido por regiões, integradas entre si, com metas de redução de crimes. Esta será a coluna vertebral de nossas ações. A cada validação das metas cumpridas, os policiais receberão uma bonificação. Ainda estamos longe do ideal, mas é um caminho sem volta. A população já percebe os avanços, principalmente após a pacificação de algumas comunidades, como foi o caso da Cidade de Deus.”

Cabral convidou os empresários presentes a investirem no Rio. “Há incríveis oportunidades de negócios em energia, siderurgia e até mesmo serviços. O Rio é a capital da logística. Nosso único desafio são os aeroportos. Esperamos que, até 2016, possamos ter um novo aeroporto que esteja à altura do estado”, destacou Cabral. “Este ano nossa Junta Comercial deverá ter uma demanda recorde. Nossa carteira de investimentos públicos e privados é de US$ 50 bilhões.”

PAC da Mobilidade – Para a realização da Copa do Mundo no Brasil em 2014, Cabral aguarda apenas o anúncio das cidades que vão sediar os jogos, que deve ocorrer no próximo domingo (31), para que governadores e prefeitos possam se reunir com o governo federal para definir quais são as obras estruturantes que serão realizadas em cada uma dessas cidades. “No caso do Maracanã, vamos concedê-lo para o setor privado”, adiantou.

Perfil do LIDE: Fundado em junho de 2003, o LIDE - Grupo de Líderes Empresariais completou em 2008 cinco anos de atuação, registrando crescimento de 500%. Atualmente são 580 empresas associadas (com os braços regionais), que representam 44% do PIB privado nacional. O objetivo do Grupo é difundir e fortalecer os princípios éticos de governança corporativa no Brasil, promover e incentivar as relações empresariais e sensibilizar o apoio privado para programas comunitários.

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