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26/05/2009 - 10:59

Nestlé quer dobrar de tamanho até 2012, diz Ivan Zurita durante seminário LIDE

Presidente da empresa suíça diz que estratégia é agressividade comercial e defende investimentos, mesmo em épocas de instabilidade

A Nestlé tem planos de duplicar seu tamanho até 2012. Foi o que anunciou hoje o presidente da empresa, Ivan Zurita, durante seminário promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, em São Paulo, que contou com a presença de 250 empresários. De acordo com o executivo, o foco da empresa está em projetos de agressividade comercial, além da atenção a novos segmentos de mercado. “Não se pode reduzir investimentos em épocas de turbulência”, afirmou Zurita, referindo-se à crise financeira internacional.

Para Zurita, os riscos do atual cenário são incentivos para investimentos. “Estamos encarando uma nova realidade, temos que atuar de maneira diferente. Temos que ter velocidade e a capacidade de enfrentar e gerenciar os riscos inerentes a qualquer negócio. Sem riscos, não há oportunidades”, explicou.

Nos últimos oito anos, a Nestlé dobrou o seu faturamento no Brasil e atualmente é a segunda unidade em receita em todo o mundo. Nesse período, disse Zurita, a empresa – de maneira inédita - atuou fortemente nas classes C, D e E, o que acabou provocando uma melhor distribuição do consumo. Ou seja, se antes 80% das vendas da companhia estavam concentradas em São Paulo e no Sul do País, hoje essa participação caiu para 67%. “Na região Nordeste, nossas vendas crescem o dobro da média brasileira”, afirmou o presidente da Nestlé, acrescentando que a empresa hoje já ultrapassou o faturamento de R$ 1 bilhão proveniente das classes de baixa renda.

“Até então nunca tínhamos criado um modelo para atender as classes baixas. Passamos um longo tempo estudando como funciona o dia-a-dia dessas pessoas, de forma a entender suas necessidades e oferecer produtos afins. Hoje, por exemplo, temos seis mil vendedoras porta-a-porta, porque sabemos que esses consumidores têm pouco tempo para as compras”, explicou. E acrescentou: “Queremos acelerar nossa estratégia nesse grupo, pois encontramos nele uma grande massa crítica de consumo.”

Não apenas a atuação nas classes de menor renda, mas também a regionalização ajudou no sucesso da Nestlé neste período, disse Zurita durante o seminário LIDE. “Mas não estamos falando de divisão geográfica, e sim de perfil de consumo. Se fizéssemos apenas a divisão por regiões, não entenderíamos que os consumidores de Goiás poderiam ter perfis parecidos com os da Paraíba, e isso seria desperdício de oportunidades”, disse, comemorando o fato de a empresa atualmente ter 98% de penetração nos domicílios de todo o País.

A Nestlé também vem crescendo significativamente no setor “premium”, afirmou Zurita. O potencial desse segmento, disse o executivo, permite estimar um faturamento de R$ 500 milhões em cinco anos. E a Nespresso, segundo ele, é prova disso, pois tem crescido a uma velocidade “espantosa”. Novas lojas estão sendo abertas em São Paulo – no shopping Iguatemi e na rua Oscar Freire, entre outras. Nos últimos anos, a empresa entrou em novos segmentos, como panetone, produtos à base de soja e bebidas lácteas enriquecidas. “Ao lançar um produto novo, temos que ter em mente o que agrega valor para o consumidor”.

Abertura de mercado – Durante o seminário LIDE, Ivan Zurita defendeu a abertura de mercado e acordos bilaterais como forma de fomentar as empresas brasileiras. “Se abrirmos nossas fronteiras, ninguém pode concorrer conosco. Em todas as áreas, somos altamente competitivos”, disse o presidente da Nestlé.

“O Brasil está condenado a ter sucesso. Falta apenas abrir o mercado”, avaliou Zurita, destacando os recursos naturais disponíveis do País e a imensa possibilidade de novos negócios a serem explorados. Ele citou, por exemplo, Barreiras, na Bahia, que atualmente produz algodão com a mesma qualidade do produto egípcio. “Falta apenas um porto para que possa exportar a sua produção. Isso mostra que no Brasil não faltam recursos. Eles estão disponíveis, as empresas precisam de projetos.”

A mesa debatedora do seminário contou com a presença dos presidentes da CPFL, Wilson Ferreira Jr; do Grupo Gocil, Washington Umberto Cinel; do Grupo ABC, o publicitário Nizan Guanaes; da TAM, David Barioni Neto; da Tetra Pak, Paulo Nigro; e do diretor geral do jornal O Estado de S.Paulo, Odmar Almeida Filho, e do presidente da Record/Record News, Alexandre Raposo.

LIDE: Fundado em junho de 2003, o LIDE - Grupo de Líderes Empresariais completou em 2008 cinco anos de atuação, registrando crescimento de 500%. Atualmente são 580 empresas associadas (com os braços regionais), que representam 44% do PIB privado nacional. O objetivo do Grupo é difundir e fortalecer os princípios éticos de governança corporativa no Brasil, promover e incentivar as relações empresariais e sensibilizar o apoio privado para programas comunitários.

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