Firjan cobra reformas estruturais ao comemorar o Dia da Indústria

Dia da Indústria homenageia presidente do Banco Central e vice-governadordo Rio com a Medalha do Mérito Industrial.

A competitividade foi o tema deabertura das comemorações do Dia da Indústria realizado,no dia 25 de maio (segunda-feira), peloSistema Firjan. No debate “Radicalização da Competitividade: Oportunidade parao Crescimento do Brasil” o presidente da Firjan Eduardo Eugenio Gouvêa Vieiracriticou mais uma vez a falta de investimentos públicos e defendeu as reformasestruturais como forma de aumentar a competitividade, “que será determinantepara a indústria brasileira e o desenvolvimento do país”.

Na primeira parte do evento, aspalestras tiveram como objetivo olhar para o futuro e apontar as condições queo País precisa reunir para se aproveitar de um retorno do crescimento daeconomia mundial.

Para a cientista política ehistoriadora Lúcia Hippolito, o Brasil corre o risco de dar certo. Os maioresobstáculos são as desordens institucional, tributária, política, eleitoral,logística e regulatória que prejudicam o país. “Temos que desatar estes nós,porque a desordem significa despesas, gastos. E tudo custa uma fortuna para opaís. Na hora em que a crise acabar, os problemas também acabarão se a desordemfor desfeita”, declarou.

O professor e economista GustavoFranco, ex-presidente do Banco Central, disse que o Brasil precisa adotarparadigmas internacionais de políticas públicas, fiscal e monetária. Elelembrou que a taxa de formação bruta de capital fixo no Brasil representa 17%do PIB e só o setor privado representa 15% deste total. “O governo perdeu acapacidade de investir”, enfatizou o economista.

Entrega da Medalha doMérito Industrial- Após o debate e em discurso durante a solenidadede entrega das Medalhas do Mérito Industrial a seis personalidades, opresidente do Sistema Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira destacou que oEstado do Rio de Janeiro “há muito não vivia um momento de parceria como nosdias atuais, quando existe sintonia entre todas as esferas do poder público,fato sem precedente em sua história recente”. Sobre a crise econômica, disseque “o ano que começou preocupante vai aos poucos definindo seu horizonte queserá de muita austeridade, competência e trabalho, já que não há outra saída enem milagres”.

Quanto aos desafios e entravesque freiam as oportunidades do nosso crescimento econômico, lembrou asdificuldades de acesso ao crédito e pediu atenção especial à rigorosa reduçãoda taxas de juros, dos impostos e do spread bancário que“precisam se tornar obsessões dos governos e das instituições bancáriaspúblicas e privadas”. Ao defender a urgência das reformas estruturais, deuênfase a reforma política, que parece despertar, ainda que sonolenta, daconsciência dos nossos políticos”.

A solenidade comemorativa peloDia da Indústria agraciou seis personalidades com a Medalha do MéritoIndustrial, entre eles o vice-governador Luiz Eduardo Pezão que, ao agradecerem nome dos homenageados, mostrou-se otimista com o desenvolvimento do país,mas concordou com necessidade urgente das reformas, citando o absurdo daexistência de 27 leis tributárias a complicar a vida de todos os empresários.Ele agradeceu, também, o apoio que sempre recebeu do Sistema Firjan quandoainda prefeito da cidade fluminense de Piraí, quando “aqui fazia peregrinaçãoem busca de parcerias com os empresários”.

Foram também agraciados com aMedalha do Mérito Industrial, o presidente do Banco Central, Henrique Meirellesque não pode comparecer à solenidade por motivos particulares, e receberá ahomenagem em ocasião especial; o diretor-superintendente da empresa MHS-Mecânica Hidráulica e Sistemas S/A, Cláudio Tângari; o presidente do SindicatoFluminense dos Produtores do Acúcar e do Álcool e vice-presidente das empresasCia. Açucareira Paraíso e HC Sucroquímica, Geraldo Coutinho; odiretor-superintendente das Barcas S/A, Flávio Medrano Almada; e o engenheiroquímico e presidente da empresa Ultrapar Participações S/A., Pedro Wongtschowski.