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27/05/2009 - 11:03

Brasil tem 1,4 milhão de famílias aptas a tomar crédito imobiliário

Expectativa do setor é de que em 10 anos o crédito imobiliário represente 10% do PIB brasileiro, que hoje é apenas 1,8%.

Os efeitos da crise de liquidez internacional acarretaram para o crédito imobiliário brasileiro algumas modificações significativas, tais como redução da oferta de crédito e retração dos compradores. Em consequência, o país teve queda na velocidade de vendas, aumento dos estoques e redução dos lançamentos. Apesar deste cenário pessimista, existem alguns fatores que, segundo o Conselheiro da ABECIP (Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança) e Diretor de Relações com o Mercado, Camilo Fortuna Pires – um dos painelistas do debate que encerrou o 3º Consim - Congresso Sul Imobiliário do CRESCI-RS, poderão mitigar tais efeitos e até mesmo gerar um crescimento da construção civil em torno de 4% neste ano.

Entre eles, Camilo destaca o volume das obras em construção que, conjugado com os recentes estímulos à construção de imóveis para a baixa renda, estabelecidos no “Programa Minha Casa, Minha Vida”, por si só, serão capazes de assegurar tal crescimento. “A oferta de crédito e de subsídios à baixa renda daquele plano de inspiração do governo, estão gerando uma sinergia muito positiva em toda a cadeia produtiva”, afirma. Os indicadores setoriais, relativos ao desempenho no mês de março e abril passados, já refletem uma boa recuperação do volume de unidades vendidas, ocasionando redução dos estoques.

No painel, que reuniu na mesa expoentes do mercado imobiliário brasileiro como o presidente da ABECIP, Luiz Antonio Nogueira de França, o diretor do Departamento de Empréstimos e Financiamento do Bradesco, Osmar Roncolato Pinho e o Superintende Regional da Caixa, Plinio Graef, Pires destacou também a crescente disposição dos bancos de disponibilizar recursos para sustentar esse crescimento, além da estabilidade da economia, mercado interno forte, inflação controlada e os juros cadentes, como fatores positivos à aceleração do crescimento. “Se não houver um fato novo e muito grave, eu não acredito em crise em nosso setor”, desafiou.

Camilo revelou que existe no país um potencial de 1,4 milhão de famílias aptas a tomar crédito imobiliário para compra do primeiro imóvel – segundo estudo da MBA Consultoria para a ABECIP sobre o mercado imobiliário-, com preponderância ao usado, que no Brasil chega a custar 40% menos do que o imóvel novo enquanto que nos países mais desenvolvidos não ultrapassa os 15%. “Ainda não estamos dando o devido valor ao imóvel usado”, alertou. Ainda de acordo com o estudo, os brasileiros estão entre os que menos mudam de casa durante a vida (1,8 vez) enquanto nos USA chega a 10 vezes e no México até 4 vezes. Essa verificação é interpretada como mais uma oportunidade para assegurar o crescimento.

Entre os desafios a vencer, o especialista alertou para a necessidade de restauração da confiança do consumidor brasileiro; também para a redução da rejeição, ainda existente, ao financiamento imobiliário e ao estímulo a securitização de créditos como fonte de recursos complementares ou como substitutivo à poupança (CRI´s, LCI´s, LH´s).

O futuro próximo - Camilo adiantou algumas mudanças e inovações que, em poucos anos, irão estimular o crédito no Brasil. Entre as principais, ele destaca a redução da burocracia processual na concessão dos financiamentos (a concentração do ônus na matrícula do imóvel); algumas medidas para garantir o retorno do crédito, como seguro contra perda de renda, garantia fluxo dos recebimentos ou perda parcial do crédito, estímulos à adimplência contratual; processos e contratos por meio eletrônico; Informações eletrônicas ( precisão, clareza e transparência); diálogo com o Judiciário e MP (indústria de liminares, execução extrajudicial, hipoteca e retomada do imóvel, cumprimento das normas do incontroverso, preservação da alienação fiduciária); utilização do FGTS para todas as operações de crédito imobiliário.A expectativa é de nos próximos 9 ou 10 anos, o setor represente pelo menos 10% do PIB brasileiro. Hoje representa apenas 1,8%.

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