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28/05/2009 - 11:08

Andrew Lawrence-King (Inglaterra) apresenta-se no IV RioHarpFestival


É a maior atração do evento.

Quando se pensa nas musicas renascentista e barroca, instrumentos como alude, cravo e rabeca logo vêm á mente, enquanto outro de igual relevância é esquecido, a harpa. Especialista em música antiga, o inglês Andrew Lawrence-King, em carreira solo ou como líder do conjunto de época The Harp Consort, é hoje o maior paladino desse instrumento em suas materializações passadas. Os cariocas o verão num recital gratuito neste domingo, dia 31 de maio às 16hs na Igreja da Sé dentro do IV RioHarpFestival-Musica no Museu.

No século XIX, em plena era Romântica, começou um revival de musica antiga, mas a harpa ficou de fora . As orquestras tocavam obras do alto barroco em instrumentos modernos, seguindo as partituras originais, em que a harpa não constava. Mesmo por volta de 1975, quando surgiram conjuntos com instrumentação da época a harpa não foi usada. Ela podia não estar nas partituras , mas textos antigos sobre a pratica musical e material iconográfico mostravam-na em uso. Isso só foi descoberto nos anos 1980. A Harpa estava no continuo, grupo de instrumentos que improvisava acompanhamentos no centro das orquestras barrocas, além de as liderar, já que naquele tempo não havia a figura do regente, e de tocar solos. Surgiu, então, uma enorme demanda por harpistas barrocos, e nenhum para supri-la. Os que tocavam harpa moderna não conseguiam manejar as antigas – explica o musicista, que sustenta haver uma forma compartilhada de interpretar o repertório daquele período. – Há uma estética comum a todos os instrumentos. Pela filosofia barroca, eles deviam imitar a voz humana e dançar a música. Ela é muito focada em ritmos.

É a terceira vez que ele vem ao Rio, e a quarta ao Brasil. A estréia foi em São Paulo num concerto liderado pelo maestro espanhol Jordi Savall sumidade em música antiga e reintrodutor da viola da gamba (ancestral do violoncelo) nas salas de concerto. Lawrence-King tem feito o mesmo pelo seu instrumento. Ele começou carreira como contratenor em coros londrinos e em conjuntos de época, até que foi convidado para uma festa na casa do artífice de harpas Tim Hobrough.

Acho que foi uma tremenda festa, porque na manhã seguinte descobri que tinha comprado uma harpa! Aprendi sozinho a tocar, moldando minha técnica com base em tratados e em ilustrações da Renascença e do barroco. Uma das primeiras coisas que descobri foi que as harpas antigas eram muito diferentes das clássicas . Sua Imagem era associada não tanto a belas moças e a anjos, mas a todos os tipos de música, desde danças populares e música barroca de rua até a alta arte. Nos períodos clássico e Romântico, a harpa é algo como um efeito especial, um belo colorido, mas não uma parte central da orquestra. Em tempos antigos, porém estava no cerne das óperas italianas, com os melhores compositores produzindo para ela – afirma o inglês, de 47 anos.

A segunda descoberta dele foi a de que as harpas antigas variavam de acordo com a época e o local de fabricação.

É como a gastronomia, em que os ingredientes fazem a diferença entre a cozinha de um país e a de outro. E estou ansioso para provar a cozinha brasileira – brinca.

Evento no dia 31 de maio (domingo), às 16 horas, na Igreja Nossa Senhora do Carmo - Antiga SP, Rua 1º de março esquina de 7 de setembro – Grátis. Programa: Orlando Gibbons (1583-1625), John Dowland (1563-1626), Jean le Flelle(fl 1629-1642), Johann Jacob Froberger (1616-1667), Henry Purcell (1659-1695), George Frideric Handel.

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