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29/05/2009 - 10:24

Sebrae/SC desenvolve primeiro sistema do Brasil para rastrear o mel fracionado

Pré-requisito à exportação, o rastreamento da origem de produtos alimentícios tornou-se, nos últimos anos, indispensável à venda para o exterior, principalmente quando os compradores são países da União Europeia. Em Santa Catarina, para atender às exigências do mercado internacional, garantir a qualidade do mel produzido no estado e a segurança alimentar de quem consome o produto, o Sebrae/SC idealizou e está prestes a colocar em prática o primeiro sistema para rastreamento de mel fracionado do Brasil.

A iniciativa assegura a credibilidade do mel catarinense, tanto no mercado externo como dentro do país, e agrega ao produto um diferencial competitivo de elevada importância, de acordo com o coordenador do projeto, Fábio Búrigo Zanuzzi. Ele explica que, por meio de um código de rastreamento, o consumidor - independente da etapa em que participa na cadeia produtiva, terá acesso, via internet, ao “caminho” que o mel percorreu até chegar, por exemplo, às prateleiras de um supermercado ou à mesa de sua casa.

Na primeira etapa do projeto piloto, foram cadastradas quarenta propriedades da região da Grande Florianópolis. Elas pertencem a produtores em seis municípios: Águas Mornas, Angelina, Anitápolis, São Bonifácio, São José e São Pedro de Alcântara. O SEBRAE/SC fornecerá a cada um desses produtores uma certificação individual pela participação no projeto. O sistema de rastreamento, segundo Zanuzzi, serve ainda como garantia à integridade dos processos produtivos, já que incentiva os produtores a se adequarem a padrões de higiene e qualidade.

Como funciona - O controle do produto inicia já no processo produtivo, quando os registros de manejo de produção são anotados e arquivados para futuras auditorias ou verificações de controle. Os entrepostos de comercialização, ao receberem a mercadoria acompanhada de um registro de produção, capturam os dados no Sistema de Rastreamento. Depois disso, é gerado um código exclusivo e único, que acompanhará o produto nas próximas etapas até o consumidor final.

O código de rastreamento é impresso em uma etiqueta adesiva que será colada na embalagem do produto. Essa etiqueta funciona como uma “carteira de identidade do mel”. O número do código seria seu RG. No site [ www.paripassu.com.br] (a Paripassu é a empresa que trabalhou com o SEBRAE/SC no desenvolvimento do projeto), o consumidor digita o código de rastreamento e acessa informações sobre a origem do mel que comprou, bem como à cerca dos locais por onde passou até chegar ao destino final. “Uma das vantagens que esse sistema oferece ao consumidor é que ele terá um conjunto de informações para tomar providencias caso venha a ocorrer algum problema, seja com o produto, seja com o próprio consumidor, principalmente”, diz o coordenador Zanuzzi.

Inteligência Competitiva motivou rastreamento - Há mais de três anos, o SEBRAE/SC realiza pesquisas de campo e investe no desenvolvimento de ferramentas tecnológicas que suportem um sistema de rastreamento confiável e robusto. A demanda por iniciativas inovadoras que contribuíssem para o melhor posicionamento mercadológico do mel catarinense, seja no mercado nacional quanto internacional, foi detectada em reuniões com apicultores que participam de outro projeto da instituição: o Sistema de Inteligência Competitiva Setorial (SIS).

Desde 2007, o SIS apóia empresários de micro e pequenas empresas nas tomadas de decisão, gratuitamente. Esse projeto atende hoje quatro APLs da economia catarinense: Mel, Calçados Femininos, Vestuário e Móveis. Apicultores de diversas cidades estão cadastrados no portal do SIS na internet - www.sebrae-sc.com.br/sis - que é o ambiente de disseminação de informações estratégicas, ou pessoalmente em agências do SEBRAE. “Como os produtores da Grande Florianópolis já possuem uma importante integração associativa, eles foram escolhidos para darem início às atividades de rastreamento”, justifica Marcondes da Silva Cândido, assessor de planejamento do Sebrae/SC.

Potes de mel etiquetados com o código de rastreamento serão levados a público na Feira do Mel de Florianópolis, que acontece em junho. O Sebrae/SC estuda agora como divulgar e esclarecer os consumidores sobre a novidade na própria embalagem do produto.

Produção sulina - Santa Catarina, Rio Grande do Sul, e Paraná respondem juntos por cerca de 47% da produção nacional de mel. Zanuzzi lembra que para o estado catarinense a apicultura representa a possibilidade de inclusão de uma atividade diferenciada nas propriedades familiares que predominam na região. O potencial nacional é grande e o país ainda é inexpressivo no cenário mundial, tendo um market share de aproximadamente 2%. “Essa iniciativa impulsiona o segmento da apicultura para um novo padrão de segurança e qualidade do alimento e ainda pode abrir espaço para projetos de comércio justo e de sustentabilidade do setor. Por funcionar em plataforma WEB e depender de uma relação colaborativa entre os agentes participantes, serve com base para a organização do processo produtivo, com transparência e agilidade”, diz Zanuzzi. As expectativas não param por aí. “E, se formos além, os filhos de produtores podem ser estimulados por uma tecnologia moderna e retornarem à produção para ajudar os pais”, completa. O Sebrae/SC, destaca Zanuzzi, lidera lado a lado com o setor uma mudança cultural do sistema produtivo, do início ao fim da cadeia produtiva.

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