Indústria do cobre conquista faturamento recorde com R$ 7,9 bilhões em volume de negócios

Radiografia exclusiva do Sindicel e da ABC revela, ainda, que o volume produzido pelo setor em 2008 superou o do ano anterior em 6,2%.

O setor de fios e cabos e semimanufaturado de cobre e suas ligas acaba de registrar o segundo maior faturamento de sua história no Brasil, com R$ 7,9 bilhões em volume de negócios obtidos em 2008. Os setores de construção civil, energia elétrica, automotivo, mineração e siderurgia, foram os principais responsáveis pelo bom resultado. O estudo é do Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais Não Ferrosos do Estado de São Paulo (Sindicel), em conjunto com a Associação Brasileira do Cobre (ABC).

A capacidade instalada em 2008 apresentou um aumento de 6,2% em relação ao mesmo período de 2007, passando de 452 mil toneladas para 480 mil toneladas. “A perspectiva para 2009 é de queda de 8,3% na produção, devido à retração dos mercados interno e externo, por conta da crise global”, afirma Sérgio Aredes, presidente da ABC e do Sindicel.

A indústria de construção civil representou uma forte demanda para o setor em 2008, registrando faturamento de R$ 2,2 bilhões. Segundo Aredes, a expectativa não é tão positiva para 2009. A estimativa é de um volume de vendas 15% menor. Já o setor de telecomunicações sofrerá uma redução de 10% na receita este ano. “Há uma tendência de substituição de cabos metálicos por fibras ópticas para uso em redes de comunicação de voz e de dados”, explica.

O setor de infraestrutura manteve praticamente o mesmo faturamento em 2008. No ano passado, demandou R$ 5,2 bilhões, contra R$ 4,9 bilhões em 2007. A estimativa para 2009 é de um faturamento de R$ 4,2 bilhões. “A insegurança dos investidores e as dificuldades na obtenção de crédito no mercado apontam para uma queda da ordem de 20% no faturamento desse segmento”, sinaliza Aredes.

Já as vendas a terceiros mercados em 2008 registraram tímido crescimento de 3% em relação ao mesmo exercício do ano anterior. Apesar do ligeiro crescimento, que fez as exportações atingirem US$ 600 milhões, as importações somaram US$ 840 milhões, perfazendo-se um déficit de US$ 40 milhões. “A variação do câmbio e a queda de demanda nos mercados europeu e americano influenciaram e devem influenciar ainda mais nas importações este ano”, explica Aredes.

Apesar dos fortes efeitos da crise financeira internacional, foram abertos 275 postos de trabalho em 2008. Saltaram de 18.521 empregos para 18.796, um crescimento 1,5% nas vagas. O subsetor que mais emprega é o de condutores elétricos. “Os efeitos da queda de demanda no nível de emprego ainda serão sentidas nos próximos meses deste ano”, ressalta Aredes.

As entidades: O Sindicel - Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais Não-Ferrosos do Estado de São Paulo, é uma sociedade civil sem fins lucrativos, fundada em 1979, que representa o setor de fios e cabos elétricos de cobre, alumínio e ópticos e de produtos semi-manufaturados de cobre e ligas.

A ABC - Associação Brasileira do Cobre, entidade fundada em 1963, que congrega os produtores de semimanufaturados de produtos de cobre e suas ligas.