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30/05/2009 - 22:08

Com Selic baixa, CDI perde importância como parâmetro

IMA já mostra rentabilidade maior do que o certificado interfinanceiro.

A redução da taxa básica de juros, a Selic, a patamares historicamente baixos pode contribuir para que os investidores passem a adotar novos parâmetros para avaliação, remuneração e preferência de risco, deixando para trás o tradicional CDI (Certificado de Depósitos Interfinanceiros). A avaliação é de Paulo Valle, secretário-adjunto do Tesouro Nacional.

“O CDI não é um bom benchmark para os vencimentos de longo prazo”, afirmou Valle, durante sua apresentação no 5º Congresso de Fundos de Investimentos da Anbid, no dia 27 de maio.

Com o alongamento de prazos dos vencimentos dos títulos e a sofisticação dos instrumentos financeiros, o CDI pode não mais atender à demanda dos investidores como parâmetro de remuneração e avaliação do desempenho dos gestores de carteiras. Justamente porque é uma referência de curto prazo baseada nas transações interbancárias, o CDI será gradativamente sendo substituído por outros índices. Isso ocorrerá principalmente em relação às negociações no mercado secundário.

Dados apresentados por Valle apontam que o rendimento desse tradicional instrumento já está dando lugar, por exemplo, para as várias modalidades do IMA (Índice de Mercado da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro - Andima). Enquanto, em janeiro deste ano, o CDI rendeu 4,13% o IMA-S (parâmetro para os títulos indexados à Selic) chegou a 4,18%. Já o IMA-B (expressão variação de títulos de longo prazo e atrelados à inflação) apresentou rendimento de 10,4% e o IMA Geral (combinação de todos os subíndices), de 6,24%.

Com base nesse novo ambiente que demandará benchmarks mais específicos com as aplicações, o Superintendente-Geral da Andima, Paulo Eduardo de Souza Sampaio, afirmou que a entidade está planejando o lançamento de três novos índices.

O IDA, que poderá ser usado como parâmetro para as negociações de debêntures; o IDC, para referência de duration dos papéis e índices replicáveis aos moldes do IMA. “O mercado secundário no Brasil é pequeno e sem grande profundidade, mas há referências de preços para qualquer negociação”, disse Sampaio, lembrando que das 59 séries de títulos públicos apenas 7 têm acima de 300 negociações por mês.

Para Paulo Valle, o perfil do investidor brasileiro ainda é conservador e, por isso, acaba inibindo o desenvolvimento do mercado secundário. No entanto, avalia que a nova estrutura de juros facilitará a liquidez desse mercado, além de melhorar a composição da dívida pública federal.

Segundo a Andima, o mercado brasileiro de renda fixa, com um total de ativos de R$ 2,4 trilhões, é preponderantemente dominado por títulos públicos federais (51%), seguido dos Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) (32,4%), de debêntures (10,5%), de cessão de crédito (5,2%).| Anbid

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