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06/04/2007 - 09:42

Empresária é premiada por projeto comunitário de reciclagem

Professora de religião e artes há 25 anos, Maria da Penha Rodrigues sempre dava um jeitinho de incluir a necessidade de preservação do meio ambiente no seu dia-a-dia, com os 250 alunos, de três escolas municipais de Petrópolis. Mas, em fevereiro de 2004, decidiu expandir ainda mais esse trabalho de conscientização, criando a Cooperativa de Reciclagem de Esperança na comunidade Unidos Venceremos, no bairro Quarteirão Brasileiro, onde mora.

Naquela época, a comunidade, que fica logo abaixo de uma encosta, estava sofrendo com enchentes constantes causadas pelo acúmulo de lixo no alto do morro. A cada chuva, a sujeira escorria para o riacho que corta a região, provocando transbordamento. “Nós fizemos algumas campanhas educativas, mas não estava surtindo efeito. Foi aí que surgiu a idéia de criar um projeto que ao mesmo tempo ajudasse o meio ambiente e também oferecesse algum benefício direto para as famílias”, revela Maria da Penha.

Na cooperativa, panelas de alumínio que antes eram jogadas fora passaram a custar R$ 2,50 (o quilo). A remuneração pelas latas de alumínio recolhidas é de R$ 2,30 (o quilo). Garrafas pet valem R$ 0,30 e o papelão, R$ 0,10. Hoje, 15 famílias participam regularmente do programa e levam para casa de R$ 10 a R$ 15 por semana.

Parece pouco, mas tem sido o suficiente para melhorar a alimentação dessas famílias, com a compra de cestas básicas, e para reduzir os problemas ambientais. “O riacho não transbordou mais”, comemora Maria da Penha. É que não sobra uma garrafa ou sucata dando sopa nas redondezas. A cada 15 dias, a cooperativa manda para usinas de reciclagem 300 kg de garrafas pet, 250 kg de plástico grosso, 500 kg de papelão e 400 kg de latas.

O marido de Maria da Penha, Luiz Carlos, e o pai, José, de 77 anos, também participam da cooperativa, ajudando em tudo o que for necessário e especialmente na separação do material, na pesagem e na embalagem. A família de Maria da Penha lucra com isso, em média, R$ 450 por quinzena. A empresária já pensa agora em abrir um bazar de roupas e objetos usados, e ampliar o projeto que está desenvolvendo com três adolescentes do bairro, de aproveitamento das sobras de material para a criação de artesanato.

“Já fizemos saboneteiras, jarras, colares, bolsas e agora estamos preparando caixas de presente para o dia das mães. O que mais me emociona é ver os resultados. Perceber que a vida das pessoas está melhorando”, revela Maria da Penha. Resultados que fizeram da empresária a terceira colocada na categoria Cooperativas e Associações do Prêmio Mulher Empreendedora, promovido anualmente pelo Sebrae.

O objetivo do prêmio é divulgar ações bem-sucedidas gerenciadas por mulheres que sirvam de exemplo para quem deseja abrir um negócio próprio. E a disputa não foi fácil desta vez. O Rio de Janeiro foi campeão em número de candidatas. O Sebrae/RJ recebeu 424 das 1,7 mil inscrições de todo o país.

Maria da Penha diz que não esperava ser selecionada e que o prêmio foi a maior recompensa pelo trabalho realizado: “Quando me inscrevi, só queria mostrar o quanto a comunidade unida é capaz de construir alguma coisa. O prêmio me emocionou e me deu força para continuar e crescer. Me senti reconhecida, pela primeira vez”, conclui a agora orgulhosa empresária, que - assim como as demais selecionadas - recebeu de presente um curso de capacitação gerencial da Matriz de Soluções Educacionais do Sebrae/RJ.

As vencedoras da etapa nacional do prêmio foram conhecidas no último dia 28, em Brasília. As duas primeiras colocadas que ganharam uma viagem internacional de oito dias de duração a um centro de referência mundial em empreendedorismo na Itália foram Cristina Marques, do Instituto Evoluir (SC), na categoria de cooperativas e associações, e Solange Vale Castro, proprietária da Sacolart (AM), na categoria de micro e pequenas empresas.

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