Atividade industrial vive transição entre fundo do poço e recuperação, mostra pesquisa da CNI

Brasília – Transição é a palavra que pode explicar o comportamento da atividade industrial do mês de abril, de acordo com os dados da pesquisa Indicadores Industriais, divulgada no dia 4 de junho (quinta-feira), em Brasília pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com a pesquisa, o resultado de abril sugere que a indústria passa por um processo de mudança “entre a abrupta queda registrada no quarto trimestre de 2008 e uma recuperação, que ainda não está delineada”.

“Os dados mostram que a fase crítica passou e a situação deixou de piorar”, resume Flávio Castelo Branco, gerente executivo de Política Econômica da CNI. “Mas a indústria trabalha em um nível muito inferior ao desejado”, explica.

De acordo com os Indicadores Industriais, o faturamento real da indústria brasileira de transformação voltou a recuar em abril, com queda de 1,9% ante março no dado com ajustes sazonais. No ano, a queda acumulada ante o mesmo período de 2008 é de 8,4%. “Além das dificuldades com a demanda, sobretudo a externa, já sentimos o efeito da valorização do câmbio no valor das exportações em reais das empresas”, salienta Castelo Branco.

As horas trabalhadas na produção tiveram uma quase estabilidade no mês ante março. No indicador livre de influências sazonais, houve recuo de 0,1%. No ano, a queda está em 7,5% ante igual período de 2008. Isso reforça que a produção parou de cair, mas está muito aquém dos níveis do ano passado.

O emprego apresentou uma desaceleração de 1,1% em abril ante março, no indicador dessazonalizado. No ano, a queda é de 2% ante igual período do ano passado. “O mercado de trabalho continuar a mostrar resultados negativos e o emprego caiu pelo sexto mês consecutivo. É um claro indício de dificuldades no processo de recuperação da atividade”, explica Flávio Castelo Branco.

Capacidade Instalada - O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) na indústria de transformação cresceu, no índice dessazonalizado, de 78,8% em março para 79,2% em abril. Foi o terceiro crescimento consecutivo desse indicados, que está no maior nível desde novembro do ano passado (81,5%). Em abril de 2008, o NUCI era de 83%.

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