Firjan: abril foi o melhor mês das exportações do Rio de Janeiro no ano

Venda para o exterior subiu 33%, depois de quatro meses de quedas. Setor de Cosméticos cresce 1.000% em 10 anos e ganha análise especial.

As exportações fluminenses cresceram 33,1% em abril de 2009 frente ao mesmo mês de 2008, com vendas de US$ 802,1 milhões. Os números, os melhores deste ano, encerram uma série de quatro meses seguidos de retrações. As importações recuaram 9,1%, atingindo US$ 893,1 milhões, com saldo negativo de US$ 91 milhões para a balança comercial do estado. Os dados estão no boletim Rio Exporta, divulgado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

De acordo com o boletim do 'Rio Exporta' da Firjan, abril passado. Do total vendido pelo estado, 55,6% foram óleos brutos de petróleo. Entre os principais gêneros industriais exportadores, o único segmento da indústria da transformação com resultados positivos no mês foi o metalúrgico (+73,5%).

No acumulado de 12 meses, a participação de produtos semimanufaturados nas exportações fluminenses registrou o nível mais baixo da série histórica que começou em 1991 – 0,8% até abril –, com influência decisiva da retração dos setores químico e mecânico. A queda nas vendas foi, respectivamente, de 16,7% e 35,9%.

Nas importações, a única categoria de uso com declínio nas compras externas em abril frente ao mesmo mês do ano passado foi combustíveis (-39,3%). As duas indústrias com maiores quedas nas compras foram extrativa mineral (-21,3%), principalmente pelo petróleo (-36,8%), e química (-28,0%), pela menor importação de outros produtos de refino de petróleo, ambas beneficiadas pela menor cotação da commodity.

Na via oposta, o total importado de bens de consumo não duráveis apresentou a maior variação positiva (10,5%), puxada pelas aquisições de produtos de vestuário e perfumaria. Contribuiu, ainda, o crescimento nas importações do setor metalúrgico (22,6%), destinadas à indústria naval local.

No ano, as desacelerações das exportações e das importações no Rio de Janeiro (-16,8% e -2,6%, respectivamente) foram menores que as observadas no Brasil (-17,5% e -23,8%). Com isso, no acumulado de 12 meses, o Estado manteve a terceira colocação entre os maiores exportadores nacionais.

Diferentemente do cenário nacional, onde a China assumiu em abril o papel de principal parceiro comercial, no Rio os Estados Unidos mantiveram a primazia, com 35,7% da corrente de comércio total no mês, sendo tanto o maior importador (42,3% de participação) quanto o maior exportador (29,8%).

Setor de Cosméticos cresceu 1.000% em prazo de dez anos - Esta edição do Rio Exporta inicia uma série de análises sobre cada um dos setores de maior destaque da economia do Rio de Janeiro no mercado internacional. O primeiro é a ser abordado é o de Higiene Pessoal, Perfumaria & Cosméticos, que nos 10 últimos anos registrou crescimento de 1.000% nas vendas para o exterior, crescendo quatro vezes mais que a média nacional.

As vendas externas acumuladas em 12 meses até março deste ano chegaram a US$ 76,7 milhões. Nas importações, a tendência de alta também prevaleceu, com recorde de US$ 66,4 milhões na mesma base de comparação.

Enquanto as exportações fluminenses do setor avançaram 5% no primeiro trimestre de 2009, o total brasileiro diminuiu 17,5%. A participação do estado nas vendas do país chegou a 12,3% no acumulado em 12 meses, contra 3,8% em 2000, garantindo a segunda posição entre os estados exportadores desses produtos.

O setor vem se especializando em produtos para cabelos, que representaram 85,8% da pauta no primeiro trimestre deste ano. Mas o crescimento do setor deveu-se mais ao forte aumento de 86,7% nas exportações de produtos de higiene oral.

O principal destino das exportações fluminenses da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos foi a Argentina, que chegou a 42,6% no acumulado em 2009 (total de US$ 7,4 milhões). O maior crescimento no ano entre os principais parceiros ficou com Portugal (81,6%).