Pólos de Moda do Rio de Janeiro

Fashion Business reúne na sua 14ª edição confecções que traduzem em cores e formas a estação mais festejada do ano.

O Estado do Rio de Janeiro conta com 11 pólos de moda que agregam cerca de três mil empresas, geram aproximadamente 51 mil empregos diretos só na indústria de transformação e mais de 90 mil empregos na cadeira produtiva, de acordo com as estimativas dos sindicatos das indústrias da moda do estado. Estes pólos incluem vestuário, calçados e joias.

Para divulgar a capacidade criativa da indústria de moda do estado e promover o desenvolvimento sustentável deste setor, o Sistema FIRJAN apoia, por meio do SENAI Moda, a participação de micro e pequenas empresas de dez pólos na 14ª edição do Fashion Business, de 07 a 10 de junho, no Píer Mauá. No evento, as coleções regionais são apresentadas para compradores e lojistas do Brasil e do exterior.

Além de expor produtos na bolsa de negócios, os pólos são incentivados a estabelecer parcerias com as marcas das passarelas do Fashion Rio, integrando as pontas produtivas e criativas da cadeia para fomentar o desenvolvimento de coleções dentro do Rio de Janeiro.

Sul Fluminense: Entre o antigo e o novo - Resgatando as características de outros tempos, a coleção traz um mix entre o passado e o presente. A moda acompanha as mais novas tendências e as peças fazem referência às roupas e aos acessórios, às praças e aos casarões antigos e às lendas e histórias que fazem parte do imaginário do povo brasileiro.

Focada no tempo – seja o presente, o passado ou o futuro –, as coleções transmitem a necessidade de reavaliação da forma com que as pessoas direcionam suas vidas. Este pólo escolheu um tema baseado em uma macrotêndencia do Caderno Perfil, publicação do SENAI Moda. Num momento em que o tempo precisa ser bem dimensionado para a realização das mais diversas atividades do dia a dia, a moda Sul Fluminense proporciona o luxo da modernidade aliado ao estilo vintage, sem esquecer o conforto e a praticidade.

Na moda feminina e nos acessórios encontram-se bordados, babados, fuxicos, laços, flores, tecidos modernos e materiais usados como nas roupas de antigamente. Participam desta edição as marcas Maria-Fia, Lugar de Arte, Desiderata, Artechapéu, Chris Silvares, Marc Rod, Amparo Brasil, Francamente, Penduricalho e Amora Brasil.

O Pólo de Moda Sul Fluminense reúne aproximadamente 400 médias, pequenas e micro empresas. São ateliês, confecções, facções, lavanderias e tecelagens que, juntas, empregam mais de quatro mil pessoas. Além do jeans, principal produto da região, outros segmentos se destacam como a moda praia, fitness, lingerie diurna e noturna, moda infantil e alta costura produzida pelas famosas bordadeiras de Barra Mansa. Grifes de todo o país produzem suas coleções nesta região.

Petrópolis: O circo entra em cena - O circo é o tema escolhido por este pólo para mostrar uma moda alegre, cheia de magia, criatividade e tecnologia. Mais uma vez, um dos temas do Caderno Perfil, coordenado pela estilista Valéria Delgado, dá a diretriz para as coleções.

Nesta edição, as confecções de Petrópolis abusam de sobreposições, amarrações, assimetrias e contrastes em shorts, macacões, macaquinhos, saias e vestidos barrados.

A fantasia do circo também dá forma e volume em saias, mangas bufantes, drapeados e golas elaboradas, em tecidos como viscose, viscolycra, tafetá, meia malha e tricô. Estampas de poá, florais, geométricos, prints felinos, bordados e aplicações formam o mix do espetáculo que é apresentado ao “respeitável público”.

As cores vão do azul, pink e vermelho ao amarelo, roxo e verde. Os tons vibrantes predominam, mas há espaço, também, para os tons pasteis nas marcas que participam do evento: Branca Maria, Calabrote, Cola Colorida, Mc Kenzie Store, Off Rio, Pele na Pele, Tazza, Thiamo e Watercolor.

Hoje, o Pólo de Moda de Petrópolis tem mais de 600 indústrias de confecção que geram 30 mil empregos (indústrias, distribuidores e pontos de vendas) e um faturamento mensal de cerca de R$ 100 milhões. Os produtos principais são a malha e o tricô.

Niterói: A presença da aldeia global - Há, sem dúvida, um mix bem diversificado na proposta deste pólo. Com o lema “L’exótique c’est chic!”, as confecções juntam Yves Saint Laurent, Madonna, Josephine Baker e Carmen Miranda. Visuais ricos em imaginação se encontram em roupas urbanas que juntam influências do Brasil, França, África, Ásia e Oriente. Há excentricidade retrô, exotismo couture, sensualidade e até um ar burlesco. Tudo isso chega com foco na riqueza cultural e no artesanato. Portanto, elegância, feminilidade decadente e clima vamp são as Influências globais, urbanas e étnicas que formam o dress code deste pólo. Ele está presente nas sete marcas que participam do evento: Daniela Curvello, Dona Bis, Erika Facuri, Klimt, Miss itsch, S. Gabotto e Soho.

Com uma produção diversificada e multisetorial – moda feminina, masculina, praia e sportswear, além de acessórios em couro, calçados, bolsas, jóias, bijuterias, e ainda, ateliês de customização e alta costura -, as 250 confecções geram mais de cinco mil empregos diretos. É um pólo que se destaca com empresas artesanais, desenvolvendo marca própria e coleções autorais.

São Gonçalo: Uma metamorfose brasileira - No atual cenário mundial, o Brasil se destaca em diversas áreas. Na moda é evidente a sua metamorfose. É como a borboleta, que um dia deixa de ser ninfa e se transforma em um conjunto de cores e movimentos. Na moda, um colorido natural se alia à leveza dos visuais.

Este pólo reutiliza materiais que antes eram ignorados e produz roupas com tecidos de fibras alternativas, que geram renda e, acima de tudo, inserem a moda em diversas áreas.

O Pólo de Moda de São Gonçalo passa por este processo consciente de responsabilidade social, com muita cor e beleza de formas. As confecções que participam desta edição: Sandra Bijoux, Porus, Rigf Fashion, Ouz, Northwindpro, Tzadik, Brasis Moda.

A região conta com aproximadamente 200 empresas formais com produção multisegmentada em jeans, moda praia, lingerie, surfwear e casual, gerando seis mil empregos diretos e indiretos. É um pólo que vem crescendo a cada edição, tendo realizado no último Fashion Business, exportações para a Europa. Neste pólo é enfatizado o fato de São Gonçalo ser uma cidade com grande característica industrial e com proporcional capacidade de crescimento.

Campos: A vez dos balneários chiques-A inspiração para a temporada quente vem dos anos 1950, mais precisamente dos balneários sofisticados europeus, onde a presença das pin ups dava o colorido da época. Assim, com o azul do Mediterrâneo como cenário, a mulher é chique, mas tem uma elegância despojada, uma atmosfera resort.

A silhueta é seca e simples. A cintura é marcada e o cinto entra como acessório importante. Este ar retrô ganha releitura atual e urbana. Os tons neutros se misturam às cores vibrantes como vermelho, coral e turquesa. As estampas geométricas e as de animais selvagens também estão presentes. Os tecidos são leves e bem confortáveis. O jeans dá o toque casual. Participam desta edição: Lafibrunn, 2002 e Dona Fada.

Este pólo conta com 100 empresas formais e tem produção bem diversificada, embora o forte ainda seja o jeans. Malharia, moda íntima e peças customizadas em ateliês são os demais produtos oferecidos pelo pólo que hoje gera cerca de 2,5 mil empregos.

Noroeste Fluminense: A força do feito à mão - O artesanato é uma das formas de sustento de inúmeras famílias e comunidades desta região. Em cada produto são encontrados aspectos da identidade cultural de nossa gente e do cotidiano de todo um povo.

Este pólo apresenta coleções desenvolvidas com design próprio somado ao artesanato local, que utiliza meios tradicionais ou rudimentares para agregar valor às peças confeccionadas. A habilidade e a criatividade da região são pontos fortes.

O pólo tem tradição em lingerie noturna apresentada nas coleções de Cia. da Seda e Remada. Também participam do evento as marcas de moda feminina Pollem, Melodim, Ousada, Canto A, Kasulo e as linhas fitness e praia da Salysh.

Nesta edição, em parceria com o designer Vítor Carvalho, o Pólo de Moda Noroeste Fluminense passa a ideia de um trabalho diferenciado, que utiliza também mobiliário e objetos decorativos revestidos por tecido de fibras variadas retiradas da mata local. O feito a mão aparece em todos os detalhes.

A produção mensal deste pólo é de 300 mil peças, o que equivale a um faturamento mensal de R$ 7,5 milhões. Ele é formado por 350 confecções – formais e informais – de 13 municípios. São gerados 1,5 empregos diretos e 500 empregos terceirizados.

Calçados e Acessórios: Pesquisa de novos materiais - Este pólo acompanha com criatividade as tendências da moda. As peças apresentam design ousado. É importante a pesquisa de novos materiais que garantam ideias inusitadas aos produtos, qualidade e preços acessíveis.

Participam desta edição as marcas que integram o Pólo Sebrae/FIRJAN: Dayrell (acessórios), In Bits (acessórios), Longhi e Maggiore (bolsas, sapatos e acessórios), Metal e Cia. (cintos e afins), Tai Dai (bolsas) Taoolee (bolsas e sapatos) Tereza e Paula Lino (bolsas e acessórios) e Zóia (acessórios).

Este pólo é formado por mais de 400 empresas do município do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense, sendo 60% produtores de calçados e o restante de bolsas e outros acessórios. As empresas, na maioria de pequeno porte, geram dez mil empregos. Produtos artesanais e diferenciados de grifes são produzidos nesta região.

Joias do Rio de Janeiro: Um toque carioca - Nesta edição, o “Joia Carioca”, projeto realizado pela Ajorio e Sebrae-RJ, apresenta quatro novas empresas do segmento de bijuterias, que seguem as tendências internacionais com o toque inconfundível “Made in Rio”.

A Crystal Rio exporta joias em prata com pedras brasileiras, minerais e quartzo polido para mais de 30 países. Expõe constantemente, no Brasil e no exterior, em alguns dos principais eventos do setor.

Ana Borschiver assina a marca Donadequê, que vende no Brasil e no exterior. Do uso de materiais variados e da pesquisa de tendências mundiais surgem peças para todos os gostos.

Meire Bonadio apresenta um produto sofisticado com suas biojoias feitas em capim dourado. A designer conta com a colaboração de artesãos de uma pequena comunidade do Jalapão, em Tocantis.

Marisa M Portela faz joias artesanais em prata e cobre. Em seu ateliê, em São Pedro da Serra, Nova Friburgo, região serrana do Rio, ela cria e fabrica as peças.

O Rio de Janeiro é o terceiro maior produtor de jóias do Brasil, representando 20% do parque industrial joalheiro nacional, com uma grande concentração de empresas na capital. É também o segundo maior mercado consumidor de joias do país, respondendo por 25% do consumo nacional, e também o maior exportador de joias com total de aproximadamente US$ 87 milhões, em 2007.

Pólo Têxtil do Rio de Janeiro: Tradição de qualidade - Com forte tradição em algodão, malhas, tecidos mistos, sintéticos, sedas, rendas, bordados e linho, este pólo fabrica também tecidos para o ramo de limpeza e atende um expressivo segmento do setor de confecções e vestuário em geral. As melhores marcas e fábricas do país adquirem tecidos das indústrias têxteis fluminenses.

O Sindicato das Indústrias Têxteis do Estado do Rio de Janeiro, órgão representativo e de apoio ao setor têxtil, conta com aproximadamente 250 empresas que geram em média cinco mil empregos diretos na produção dos mais diversos tecidos. É formado por pequenas e médias empresas.

Cabo Frio: A presença da natureza - O Canal de Itajurú, ponto turístico do município, está na decoração do estande. Uma das principais tendências deste pólo é a natureza. E ela chega em tons de areia, matizes de azul e verde. Por sinal, são essas cores que fazem menção ao Canal. Duas marcas de moda praia participam desta edição: Pitanga e PH. Também estão presentes duas marcas de artesanato: Elson Angelim e a cooperativa Nós da Trama.

A moda praia de Cabo Frio é formada por 232 empresas, cujo faturamento anual é de R$ 70 milhões. Este pólo é formado pelas cidades de Cabo Frio, Araruama, Arraial do Cabo, São Pedro da Aldeia e Saquarema.