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09/06/2009 - 11:04

Pão de Açúcar compra Ponto Frio e retoma liderança

São Paulo - O Pão de Açúcar anunciou nesta segunda-feira a compra do Ponto Frio, em uma transação em dinheiro e ações que pode chegar a 1,2 bilhão de reais, incluindo dívidas, e devolve ao grupo do empresário Abílio Diniz a liderança no varejo brasileiro.

Com o negócio, que deve garantir sinergias estimadas em 500 milhões de reais, a participação de eletrodomésticos e eletrônicos nas vendas totais do Pão de Açúcar sobe de dez por cento para 26 por cento.

"É muito importante dominar o não-alimentos e, no caso, o setor de eletroeletrônicos. Não somos uma companhia só de alimentação", disse Diniz, que preside o Conselho de Administração do Pão de Açúcar, a analistas e jornalistas.

Ele afirmou ainda que o grupo continua atento a oportunidades de aquisições, caso elas apareçam.

O Ponto Frio tem 455 lojas em 10 Estados do país, com faturamento bruto anual de 4,8 bilhões de reais. Assim, o Pão de Açúcar, que havia perdido em 2007 a liderança do varejo nacional para a rede francesa Carrefour, passará a ter 1.200 lojas em 17 Estados e no Distrito Federal, com faturamento da ordem de 26 bilhões de reais.

A sobreposição de lojas é mínima, segundo o Pão de Açúcar. O fechamento de unidades, se necessário, será pontual.

Embora ainda não exista uma decisão sobre o futuro da marca Ponto Frio, o presidente-executivo do Pão de Açúcar, Cláudio Galeazzi, sinalizou que o nome deve permanecer, ao citar o caso da bandeira Sendas que foi mantida pelo grupo varejista no Rio de Janeiro.

Mercado crescente - Há alguns anos, o Pão de Açúcar fechou lojas Extra Eletro dedicadas apenas a eletroeletrônicos. Segundo Diniz, eram unidades não lucrativas. "Às vezes é preciso primeiro recuar para depois poder avançar", justificou o empresário.

Agora, o Pão de Açúcar aposta num forte crescimento da demanda por eletroeletrônicos.

De acordo com o vice-presidente de Finanças do grupo, Enéas Pestana, a alta na renda, a ascensão de mais pessoas às classes B e C e a ampliação do crédito, sobretudo para compra de imóveis, darão sustentação às vendas de geladeiras e fogões.

"A expansão imobiliária ainda vai acontecer, e esse mercado de eletrodomésticos se alavanca nesse processo", observou.

O Pão de Açúcar estima que as vendas de eletroeletrônicos no Brasil dobrarão em cinco anos, passando de 68 bilhões de reais no ano passado para 134 bilhões de reais em 2013.

No segmento, os 10 maiores varejistas têm 40 por cento das vendas. O Ponto Frio é o segundo maior, atrás das Casas Bahia.

Diniz assegurou que o Pão de Açúcar continuará a investir em alimentos, apesar da ofensiva em outra área. "Nós vamos continuar vendendo nosso feijãozinho, nossas batatas... Nós nunca vamos deixar de ser merceeiros", brincou.

Mercearia e perecíveis respondiam por 76 por cento do total do Pão de Açúcar antes da aquisição, fatia que cai para 62 por cento com o Ponto Frio. As vendas de bazar e têxteis continuam com cerca de 12 por cento das vendas.

Preço de mercado - O Pão de Açúcar fechou a compra de 70,24 por cento do capital total da Globex, proprietária do Ponto Frio, por 824,5 milhões de reais, o equivalente a 9,48 reais por ação. Isso representa um pequeno prêmio de 1,4 por cento em relação ao preço de fechamento na sexta-feira.

Os acionistas majoritários da Globex receberão 373,4 milhões de reais à vista, com recursos do caixa do Pão de Açúcar. O restante será pago em ações e, para isso, o grupo varejista fará um aumento de capital.

A oferta foi estendida aos minoritários da Globex, por 80 por cento da proposta aos controladores, parte em dinheiro e com a opção de receber uma parcela em ações.

O Pão de Açúcar --que está assumindo dívida líquida da Globex de cerca de 50 milhões de reais-- fará um aumento de capital de até 664,4 milhões de reais, considerando adesão total dos minoritários à oferta, e as novas ações serão distribuídas aos acionistas da Globex. Nesse cenário, os sócios da Globex terão 6,5 por cento do capital do Pão de Açúcar.

Os principais sócios da Globex desistiram em março de 2008 dos planos de pulverizar o controle da companhia em meio à crise financeira global. Em março deste ano, os sócios majoritários da Globex informaram que tinham contratado uma instituição para assessorá-los na venda do controle da companhia.

A negociação com o Pão de Açúcar, porém, começou bem antes disso, há cerca de 1 ano, segundo Diniz.

As ações do Pão de Açúcar na Bovespa caíam 1,97 por cento às 15h06, enquanto o Ibovespa recuava 0,66 por cento. As ações da Globex, por sua vez, perdiam 15,5 por cento, negociadas a 7,9 reais e se ajustando ao preço oferecido aos minoritários. | Por: Cesar Bianconi, reportagem adicional de Alberto Alerigi Jr./Reuters.

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